PÁGINA FACEBOOK

https://www.facebook.com/pages/Autor-da-Minha-Hist%C3%B3ria/352657488156512

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Diálogo sobre a vida


TU – Estás com a cabeça noutro mundo.
EU – É impressão tua.
TU – É nada. Dá para ver que estás distante.
EU – Estou só a pensar, o quanto gostava que o meu sofrimento acabasse.
TU – Isso anda demorado.
EU – Passam mais rápido os bons momentos, do que os maus.
TU – É que a vida às vezes gosta de torturar os corações, mas logo, logo, ela dá um jeito de nos compensar. Nem que essa recompensa seja apenas crescer e ficar mais maduro.
EU – Porque é que amar alguém verdadeiramente tem que doer tanto?
TU – Porque o amor, nem sempre bate à porta certa, nem o cúpido faz o seu trabalho em condições!
EU – Só espero o dia em que tudo isto acabe, e possa por fim, ser feliz. Estar em paz comigo mesmo. Sentir o meu coração livre e solto por aí. Tenho saudades do tempo em que só eu existia na minha vida. Em que só eu importava. Em que corria feito doido à procura do melhor cenário para fazer os meus filmes. Eu nunca pedi um amor. Nunca pedi para aparecer uma pessoa para amar. Nunca pedi para me apaixonar. E porque é que isto aconteceu?
TU – Porque talvez a tua vida estivesse a precisar de uma maior agitação, de uma mudança, de ter um novo sentido.
EU – A vida precisa de mudanças, é verdade. Mas não de mudanças para pior, e que se arrastam por anos.
TU – Sabes qual é o teu problema?
EU – Não.
TU – Agarraste demasiado às pessoas. Dás-te muito. Entregaste por inteiro. Não devia ser assim. Por muito que amemos uma pessoa não lhe devemos mostrar tudo o que somos de uma só vez. Temos que ser independentes, mesmo apaixonados. Temos que ter uma vida, mesmo tendo outra vida. Temos que saber ser felizes sozinhos. Temos que estar bem connosco mesmo. Arranjar maneira de ocupar os tempos mortos, arejar a cabeça, espairecer o coração, organizar todo o emaranhado confuso que vai dentro de nós. Não é fácil, ter uma vida independente, estando tão apaixonado como tu estás. Mas uma coisa é estar apaixonado, outra é deixar de ter vida à espera que a tua cara-metade se lembre de te preencher esses lugares vazios que a tua vida tem. Isso só tu o podes fazer. Acredita.
EU – E como é que eu faço isso?
TU – Para o mal dos corações apaixonados, só há um remédio: viver um dia de cada vez, sem esperar nada do amanhã. Não é nada difícil, trancas os pensamentos, e pronto. O mal das pessoas é pensaram demais, não agem por instinto. Agem por tudo o que pensam, nas metas que querem atingir, na vida que querem ter… e pensam tanto, que acabam por já nem saber o que pensaram. O que definitivamente querem.
EU – Às vezes penso que nunca mais isto vai acabar. Que nunca mais vou ser feliz…
TU – A felicidade não existe. Existem horas extremamente boas. Ninguém é feliz a toda a hora, a tempo inteiro. Os maus momentos fazem parte da vida, e sem eles, não seriamos quem somos hoje. Tudo na vida é relativo.
EU – Será que peço demais?
TU – Sim, pedes. E sabes porque te digo isto? Porque toda a gente quer ser feliz, chora, bate o pé, pergunta porquê, mas agora eu pergunto: quem se dá ao trabalho de sair de casa e procurar essa tal felicidade? Ninguém. Ou quase ninguém. Porque preferem ficar a lamentarem-se e a recordar o passado, invés de sair e procurar um novo futuro!
EU – Eu já nem futuro tenho.
TU – Tens. O dia de amanhã, se estiveres cá, já vai ser o teu futuro. Eu sei que o amor nos prende, nos bloqueia, faz com que coage-mos, que vivemos em dúvidas e sobressaltos constantes, mas a vontade das pessoas conta muito para mudar todas as situações, e mesmo que a vontade não resulte, temos que acreditar, que um dia as coisas se vão resolver por elas próprias. Tal como nenhuma felicidade dura para sempre, um sofrimento também não.
EU – Estou farto disto!
TU – Calma. Um dia o sol vai virar-se para ti, e sussurrar-te: hoje vai ser o dia de seres feliz, de começares uma nova etapa. Se ainda estás assim é porque ainda não doeu tudo o que tinha a doer, ainda não passaste por tudo. E para seguir em frente temos que passar por tudo, para podermos valorizar o que vem depois…
EU – E o que será que virá depois?
TU – Um novo futuro. Uma nova vida. Um novo sentido. Há uns anos atrás não dirias que te ias apaixonar, pois não? Não saberias que no teu futuro irias viver esta paixão tão desmedida e incontrolável? Que irias viver todo o sofrimento pelo qual já passaste e continuas a passar certo? Então, de hoje para amanhã, a vida pode fazer isto outra vez. Pode fazer-te ter uma nova vida. Basta dares-te uma oportunidade de viver…
EU – E o que é viver?
TU – Dentro de ti, encontras todas as respostas. Nós sabemos o que somos. O que valemos. Deixamos é que os outros interfiram no nosso caminho. Ás vezes esquecemo-nos da nossa valentia, e enterramos a cabeça à espera que a vida passe. Não pode ser assim. Os problemas e a vida só se encaram de cabeça erguida.
EU – Já aprendi a encolher os ombros à vida…
TU – Até ao dia, em que ela venha e te surpreenda outra vez…
EU – É.
TU – O segredo é viver um dia de cada vez, não esperar nada. Não ansiar nada. Não querer mais do que se tem. Tudo o que vier será bem recebido e muito bem vindo, e aprendes a dar valor ao que vem. E ficaras feliz pelo que veio, porque não estavas à espera de o receber… Coragem, és um homem de força. Um homem de coragem. És uma vida por viver. Encontrar-te. Reage. Avança. O jogo vai a meio, mas  tu podes conquistar a taça. Porque apesar de tudo, é essa a tua vontade… 


Sem comentários:

Enviar um comentário