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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

KARMA DOS AMORES IMPOSSÍVEIS



No dia em que encontrar alguém que me ame e que eu também ame, vou inaugurar um novo feriado mundial. Sim, isso mesmo, porque será um dia histórico!

Já ultrapassei os vinte anos há alguns anos, e até hoje a minha vida amorosa tem sempre o mesmo desfecho. Quando me apaixono ou me interesso por alguém, logo essa relação se torna impossível e a pessoa inviável. E não estou a exagerar, estou mesmo a ser sincero e a ser movido pela razão.

Sempre acreditei no amor, apesar de nunca ter tido uma relação. Acho que nasci para o amor, mesmo que ele não tenha nascido para mim. Talvez um dia, daqui a uns anos, depois de tantas «patadas» eu deixe de acreditar no amor, deixe de fantasiar que encontrarei o amor, e que conseguirei viver uma história de amor como vejo muitos viverem. 

Se existir o karma das relações impossíveis, então ficará esclarecida toda a má sorte nesse campo. Cheguei ao ponto de não ficar triste pela pessoa se tornar inviável, mas pelo facto do final das histórias ser sempre o mesmo: eu sozinho, com mais uma rejeição em cima. 

Considero-me uma boa pessoa, como todos tenho falhas e defeitos, mas por muito que me tente esforçar eu não consigo entender o porquê de passar por isto. Já muitas relações de amor começaram depois de eu dar força às mesmas. Já muitos casais reataram depois de eu interferir e de os fazer ver que o amor que se sente deve estar acima de qualquer problema. Às vezes os problemas, nem são problemas. Talvez o meu problema resida no facto de ser muito romântico, de criar muitas expectativas, de acreditar em finais felizes, de pensar que as relações podem se prolongar por toda uma vida. 

Depois vejo pessoas a pularem de umas relações para as outras como se encontrar o amor fosse a coisa mais fácil do mundo! Eu ando desde que nasci à procura e sempre que penso que encontrei, logo a vida vem e me tomba de novo para a realidade. E a realidade, às vezes, é assustadora. As pessoas traem-se, enganam-se umas as outras, fazem promessas de amor para sempre e muitas vezes nem sentem o que dizem, mas embora vivam no meio de equívocos, meias verdades e mentiras conseguem ter uma relação. Relações com bases erradas, mas que lá se vão mantendo. 

Eu tento compreender toda a incoerência do mundo, mas acabo sempre por não chegar a nenhuma conclusão. 

Se há coisa que vou aprendendo, principalmente no que diz respeito ao campo amoroso, é que a nossa vontade não vale nada, principalmente quando a vontade de Deus é tudo.
Já me aborreci com Deus, já me zanguei, já barafustei, já o interroguei umas trezentas mil vezes, mas cheguei à conclusão que só tenho que aceitar. A vontade de Deus é soberana e só ele pode mudar as coisas. Digo isto porque já lutei muito por amor, já usei de todas as minhas armas, já esperei anos por uma pessoa, já perdoei erros imperdoáveis, já tolerei atitudes inaceitáveis, tudo porque achei que o final ia ser feliz. E enganei-me. O final não foi feliz, e eu acabei sozinho à mesma. 

Não julgo quem tenta agarrar a pessoa que ama, com a única arma que considera ser a sua única alternativa. Eu já o fiz, por isso compreendo. 

Mas se essa arma, com o tempo, se revelar inútil é porque o caminho não é esse. A pior coisa que podemos fazer, é insistir numa pessoa, que já desistiu de nós. É inútil. E além de ser inútil, é uma perda de tempo. E o tempo é a maior preciosidade que temos, pois cada segundo que passa é menos um que temos pela frente. 

Mas compreendo quem luta pela pessoa que ama, por muito que a vida nos mostre que esse não é o caminho. Enquanto lutamos por alguma coisa, estamos vivos. Enquanto acreditamos que é possível, estamos vivos. O amor torna-nos mais vivos, mais felizes, mais destemidos, mais calorosos e menos intolerantes. Talvez por isso as pessoas queiram o amor nas suas vidas. Ele preenche todos os caminhos com as cores do arco-íris. Ele torna a vida mais leve, mais fácil, mais viva. 

Já aprendi a não me atirar de cabeça para uma piscina, sem ver se ela tem água. O amor não nos dá esse discernimento. O que nos dá esse discernimento é a dor que ele provoca quando se revela impossível. Há pessoas a sofrer por amor, a atirarem-se para a piscina sem verem se tem água, porque não vêm as coisas com olhos de ver. O amor é cego, sempre ouvi dizer, mas só quem já o sentiu na pele pode entender como, de facto, este ditado está coberto de razão.
Quanto a mim, vou continuar a vida como sempre continuei. Não me resta outra alternativa. Aceito o que não compreendo, tolero o que me desagrada, vivo com tudo aquilo que eu não escolhi para mim, mas que teve que ser. Contra Deus ninguém pode. Talvez seja esta a lição desta história.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Uma história estranha



É estranha aquela sensação de estares atraído por alguém que nem sequer conheces. Estar atraído por uma pessoa que vês ocasionalmente. Sentes que aquela pessoa mexe contigo, que sentes por ela uma atracão fora do comum. Até aí tudo bem. O pior pode vir depois.
A atracão é um sentimento perigoso, porque de um momento para o outro, ela pode transformar-se em paixão. E não há nada pior do que sentires uma avassaladora paixão, por alguém que não conheces e nem tens como saber se sente como tu sentes.
Por ter ficado demasiado tempo preso a um amor não correspondido, por ter passado por muitos maus acontecimentos, por saber o que é sofrer por amor e saber que há dias mais difíceis de suportar do que atravessar o atlântico a nado, posso dizer que jamais quero voltar a passar por algo semelhante.
Quero viver uma história nova, com um final feliz. Não quero reviver histórias passadas.
Esta atracão deixa-me baralhado. Faz-me questionar, por diversas vezes, o porquê de teres entrado na minha vida e de me teres feito sentir algo tão estranho. Nunca me senti assim. Uma coisa é certa, não quero entrar no caminho da ilusão, nem perder as rédeas da minha vida e dos meus sentimentos. Logo agora, que estava tão sereno e tranquilo!
Nunca procurei o amor, porque sempre acreditei que quanto mais o procuramos mais ele se afasta. Eu encontrei-te por acaso, e desde aí nunca mais saíste da minha cabeça. Isso dá-me um certo medo. Medo porque tenho medo de repetir a mesma história do passado, e porque também tenho medo de voltar a criar na minha cabeça uma história que não combina com a vida real.
Há sentimentos maiores que nós, que nós tentamos controlar, tentamos tomar-lhes as rédeas, tentamos até fugir deles, mas eles tornam-se incontornáveis, persistentes e vencedores.
Tenho medo de me apaixonar. Ou melhor. Tenho medo de sofrer outra vez.  Tenho medo de investir em algo que está fora do meu destino, mesmo tendo entrado deste jeito tão intenso na minha vida. Talvez esteja carente, talvez precise de alguém, mas o facto de ser um romântico incurável, talvez me prejudique bastante. 
No início achei graça a este sentimento – que eu designo como atracão –, fazia-me rir e achar piada às minhas figuras, mas com o tempo, venho a pensar que só o tempo poderá dar as respostas as coisas. Mas só espero, que quando a vida decidir dar-me as respostas, já não seja tarde demais…
Trouxeste-me a vontade de me apaixonar outra vez. Trouxeste-me a vontade de voltar a amar. Trouxeste-me de volta as lembranças de como é bom amar. Recordei-me de mim, há alguns anos atrás, a esboçar aqueles sorrisos patetas, e a lançar aqueles olhares profundos e intensos, recordei-me das minhas pernas trémulas, da vontade de gritar ao mundo o quanto se ama e se é feliz, recordei-me de sentir este sentimento indescritível. Sei que quero voltar a amar, mas desta vez, a pessoa certa.
O que mais me baralha é que tu és um monte de coisas que eu gosto. Sempre gostei do teu nome, adoro a cidade de onde és, tens um jeito de ser – que embora eu não conheça bem – me parece ser de uma pessoa simples, humilde e querida. O teu nome é o nome da personagem do meu novo livro… São coincidências estranhas, no meio de uma história estranha. E nem sempre as coincidências, querem dizer alguma coisa.