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sábado, 30 de novembro de 2013

Miss you so much

Os ponteiros do relógio marcam as três horas da manhã. Escrevo-te para dizer que ainda penso em ti. Pode parecer-te redundante dizer-te isto, a ti, e ao resto do mundo, mas o que importa na realidade é tudo aquilo que eu ainda sinto por ti, e que faz os meus pensamentos pairarem sobre a tua pessoa. 
 Já passaram alguns meses desde a última vez que te vi. Encontrei-te por acaso, feliz como sempre ao lado dos teus colegas de turma, na rua em que eu e tu passamos inúmeras vezes. A mesma rua que pôde assistir à minha felicidade plena e contagiante cada vez que estava ao teu lado. Ao teu lado sentia-me uma criança. Ao teu lado não tinha problemas, angústias, tristezas, sofrimentos. Ao teu lado tudo parecia mais simples, mais belo, mais pacífico. 
 Quando os meus olhos te alcançaram, na última vez que te vi, o meu corpo ficou gélido, as pernas trémulas, e o coração acelerado com uma velocidade inimaginável parecendo ter uma bomba relógio dentro do meu peito. Fico sempre assim quando te vejo. Ou quando sei que corro o risco de te encontrar por acaso. Sinto-me preso às recordações, apesar de todo este tempo que já passou. Tu fazes parte da época mais feliz da minha vida. Quando te conheci, jamais imaginei ter a sorte de conhecer o grande amor. Talvez te suo ridículo e tudo menos sensato ao te dizer que foste o grande amor da minha vida, apesar dos anos que, certamente, ainda terei pela frente. Um grande amor só se vive uma vez. Seja ele correspondido ou não. Se a história de amor se viveu ou não pouco interessa. O que importa são os sentimentos que vão dentro do meu peito. Posso até nunca te ter tido, nunca te ter beijado, nunca te ter tocado, mas amei-te. Transformei-te no meu mundo. Ancorei-me ao teu cais. Coloquei o meu destino nas tuas mãos. Dei-te todo o meu amor. O que fazes com ele, é-me agora indiferente. É teu. Pertence-te. Ainda que a tua indiferença e a tua – cada vez mais pesada! – ausência, me abram feridas profundas que o tempo jamais será capaz de apagar, acredito que saberás guardar tudo o que te dei, num cantinho bem especial do teu coração, que com imensa pena já não me acolhe, mas que já bateu ao ouvir o meu mais verdadeiro: “amo-te”. ´
  Hoje escrevo-te só para te dizer que penso em ti, em todos os dias da minha vida. Quando ouço alguma música daquela época. Quando vagueio pelos locais onde já tive o prazer de desfrutar bons momentos ao teu lado. Quando encontro caixas de chocolates com o teu nome, numa viagem para espairecer a cabeça em Espanha. Quando me falam de ti, mesmo sabendo que isso me irrita profundamente. Quando me lembro do teu olhar doce a dizer-me: “juntos para sempre”. Quando choro. Quando penso em deixar livre todas as lembranças. Quando vejo alguns amigos teus. Quando imagino o que andaras a fazer, a esta hora, à mesma em que te escrevo, ou em que penso em ti.  
  Hoje embalado entre alguns bocejos, derivados ao cansaço, destas noites mal dormidas, e nada quentes, penso em ti, em como fazer-te chegar estas e tantas outras linhas que já te escrevi ao longo destes quase dois mil dias da minha vida. 
 Penso sempre em ti meu amor maior. Apesar da tua ausência, eu mantenho-te sempre junto de mim, porque te abrigo e faço do meu coração a tua casa. Aquela que decidiste abandonar. Mas que se mantém de pé, ainda e sempre, à espera que a visites de novo. Nem que seja para tomar um chá, e me dizeres que além do horizonte que nos separa, também em algum momento, sentiste a minha falta…


sábado, 23 de novembro de 2013

Uma declaração de amor

EU – Eu vim aqui, ter contigo, porque tenho uma coisa muito importante para te contar. Uma coisa que vai mudar tudo.
TU – E que coisa é essa de tão importante que tu tens para me contar?
EU – Ao longo de todos estes anos, praticamente desde o primeiro dia em que eu te conheci, que tenho andado a camuflar sentimentos, e asfixiar-me com tudo o que sinto, e percebi que isso está errado. É a hora de abrir o jogo contigo. Eu sempre estive apaixonado por ti! E por esse amor, que hoje sei é não correspondido, eu suportei imensa coisa. Engoli sapos atrás de sapos, aceitei ilusões, perdoei erros e mentiras, dei inúmeras segundas oportunidades, corri riscos, ouvi os teus desabafos quando estavas arrasada porque a pessoa que tu amavas não te queria, dei força para lutares por esse teu grande amor, dei-te conselhos e ainda escutei da tua voz várias vezes as tuas aventuras sexuais com outros quantos. Sem tu saberes, o quanto me doía o peito quando tudo isto acontecia. Aguentei tudo isto calado. Os meus pais não me queriam junto a ti, e mesmo assim para ir ter contigo, eu mentia. Dava desculpas falsas para sair. Dei tudo por ti. Mas acima de tudo, dei-te o meu coração, o meu mundo, o meu amor. Quando necessitavas eu dava um jeito qualquer de te dar tudo o que querias, nem que isso significasse eu ficar sem nada. Eu sempre soube que não havia qualquer hipótese entre nós dois. Mas mesmo assim, e sem saber bem porquê, eu acreditava, eu continuava a ter esperanças, eu sonhava mais um pouco. Passei dias e dias a chorar por estares ausente da minha vida. Rezei pela tua felicidade com o teu namorado, mesmo tu me excluindo da tua vida. Passei horas a olhar para o horizonte e para o meu telemóvel á espera de uma notícia ou de um sinal teu. Vivi madrugadas geladas, com o sabor das lágrimas e a melodia dos soluços. Fiz promessas a Deus, para te esquecer! Nunca me quis apaixonar. Aliás eu era daquele tipo de rapaz que não queria namorar. Não ligava nenhuma ao amor. Porque tivera sempre me dado mal. Todas as vezes que me apaixonei, acabei a sofrer. Mas aí, apareceste tu do nada, e mudaste a minha vida toda. Eu nunca te contei isto, porque tinha medo da tua reacção. Medo de perder a tua amizade.
TU – E então porque o estás a contar agora?
EU – Porque agora eu não consigo mais disfarçar e aguentar tudo isto. Já não consigo disfarçar o incómodo quando falas que estás apaixonada por um tipo qualquer, já não consigo ouvir as histórias das tuas curtes, já não consigo esconder mais. É por tudo isto que faço cenas, que vivo com ciúmes, que discuto contigo sem tu perceberes porquê. Porque a dor já é tanta, que já nada a alivia. Nem mesmo o choro. Nem mesmo os gritos do alto da montanha que tantas vezes subi por este amor. Tens noção de quantas vezes eu caminhei pelos campos, ribeiras, estradas vagueando como uma pétala a esvoaçar sem lugar certo onde poisar? Com os olhos inundados com tanta dor, causada pela rejeição, outras vezes pela saudade? Eu esforcei-me durante anos para te esquecer. Mas aí, vinhas tu com o teu “amo-te amor”, que me alimentava a ilusão e tudo voltava à estaca zero.
TU – Estás a culpar-me por uma coisa que eu nem sabia?
EU - Não! Não te culpo de nada. E em relação ao não o saberes, só não o sabes porque nunca estiveste com atenção aos pequenos detalhes, ás pequenas coisas. Estava tudo lá. Tu é que nunca viste! Eu mandei indirectas, eu declarei-me várias vezes. Eu atirava-te ondas de amor com a desculpa de ser como amigo. Bastava olhares para os meus olhos, e veres como eles brilham quando tu estás perto. Quando te vejo o meu coração acelera. O meu corpo treme de cima abaixo. E muitas vezes a minha reacção é fugir. Fugir de ti, e desta sensação de impotência que muitas vezes se abate sobre mim. Depois de todas as vezes que fui rejeitado por outras paixões, eu cresci, e jurei nunca me entregar. Eu sempre pensei que não tivesse sido feito para o amor. Tantas vezes eu me pergunto: “porque é que eu deixei o meu coração abrir-se para ti?”. Porquê?!? Eu não queria. Eu juro que eu não queria. Eu nunca quis. Eu apaixonei-me por ti. Por ti eu mudei. Por ti eu tornei-me outra pessoa. Por ti eu passei a gostar de coisas que antes eu detestava. Eu aprendi a esperar por ti todos os dias. E eu esperava com calor no coração. Quando tu dizias que me amavas, que querias ficar comigo, que eu era a tua vida, a tua paixão, eu ficava inundado de tanta alegria.
TU – Eu também mudei perto de ti. Perto de ti eu aprendi a nunca desistir. Tu ensinaste-me a lutar. Tu ensinaste-me a amar. Tu ensinaste-me as melhores coisas da vida, apesar de tudo!
EU – Tu fizeste-me descobrir um sentimento que eu tinha dentro de mim e que eu não conhecia. Mas isso agora não adianta de nada. Se tu não correspondes a nenhuns dos meus sentimentos? Eu estava a construir uma casinha dentro do meu coração, mas tu derrubaste todas as fundações. Nós não podemos ligar e desligar os sentimentos. Se nós pudéssemos controlar os sentimentos era tudo mais previsível. Durante todos estes anos, eu nunca desisti de ti. Eu amei-te sempre. Sempre! Eu acreditava que nós íamos ficar juntos. Mas tu desapontavas-me sempre. E eu ficava perdido, desesperado, eu quase enlouqueci. Eu amo-te. Nunca deixei de te amar. Nunca. Nem um minuto sequer. Nem um segundo. Mesmo quando tu destruías os meus sonhos com as tuas confissões amorosas. Lembraste de me teres dito que bastava quereres que conseguias dar-me a volta e ter de mim tudo o que querias? Isso só acontecia porque eu te amava. Porque eu não sabia como convencer-me a virar costas à pessoa que mais amava na vida.
TU – Porque tudo isto agora?
EU – Porque eu tenho que seguir o meu coração. Aliás era tudo o que eu deveria ter feito desde o início. O coração tem sempre as respostas certas. Hoje estou aqui, a seguir o meu coração. Eu gostava que tu acreditasses que o meu amor é verdadeiro, porque é nisso que eu acredito. Desde que nos conhecemos, desde que nos separamos… desde sempre. E por isto é que eu esperei por ti. Eu fazia tudo por ti… só precisava que me amasses um bocadinho. Só um bocado. Mas durante todo este tempo eu percebi que nós somos aquilo que vivemos. Nós somos os nossos sentimentos. Se conseguires que o amor seja o grande sentimento do teu coração, resistes a tudo. Talvez por isso, eu tenha resistido durante tantos anos, a tudo isto… Porque o amor é a maior força e o maior sentimento. 

TU – Espero um dia conseguir amar alguém como tu me amaste.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Natal aproxima-se...

O Natal aproxima-se. Cada minuto que passa, e que gasto a escrever cada linha, é menos um para o último segundo. Até que por fim chega a noite tão conhecida e tão mágica. Talvez a noite mais bonita, mais alegre e mais mágica. A noite da consoada. A família à mesa, os sorrisos, a felicidade, a convivência, a alegria, e claro os típicos petiscos natalícios. As conversas simultâneas, que se vão tendo à mesa remetem para os variados assuntos, na maior parte, problemas do quotidiano e do ano que está também prestes a chegar ao fim. Estou sentado, observo cada gesto, cada olhar, cada palavra dita em silêncio. Olho para a árvore de Natal, recheada de presentes. Nem sinto, sequer uma mínima vontade de saber qual é a minha prenda. Não me interessa o que está por detrás do embrulho natalício, com pinheirinhos com neve e uns bonecos coloridos. Altura de reflectir, e de perceber (também já tenho idade para isso), que o Natal, não são só as prendas. Na verdade, o Natal (que desde miúdo, é a época do ano, que eu mais amo. Quando era catraio, adorava abrir as prendas, muitas vezes, durante a noite anterior, ia à socapa até à árvore, e fazia um buraquinho nas minhas prendas para as ver), é mais que prendas. Muito mais. Para mim é altura, de estar com a família, sonhar com uma prenda que nunca vou receber, imaginar-me num lugar diferente, talvez numa cidade longe desta, onde a neve seja o cenário, a lareira a aquecer a família, música animada e claro, antes de prendas, FELICIDADE. Porque é um bem cada vez mais escasso, mas ao mesmo tempo o mais procurado, e por vezes vai parar às mãos das pessoas erradas. Antes de querer prendas, uma simples lembrança, quero felicidade. Quero atenção, amor e carinho. Quero concretizar nem que seja o meu sonho mais pequeno. Quero ter coragem, força, empenho e dedicação, em tudo o que resolver fazer. Quero amar, a minha família e os meus amigos, dar-lhes o meu melhor, e receber claro está, o melhor deles também. Quero dar-me por inteiro ao que mais gosto: à escrita. Quero ver sorrisos, felicidade, alegria nos meus dias. Quero esquecer-te. Sim, esta seria a melhor prenda. Talvez a única, que me faça conseguir conquistar, as restantes. Natal, época da esperança e eu, perdi-a, durante todo este ano, fui abaixo inúmeras vezes, deixei-me levar pelo fracasso, pelas sucessões de azar, e sobretudo pela solidão que se entranhou nos meus dias, e pelo medo que me congelou o sangue. Natal época de alegria, talvez sem me dar conta, a cada dia que passa a esteja a recuperar, depois do que se sucedeu à uns meses atrás. Foste a minha maior miragem, e a minha maior queda. Viajei tão alto, que nem me apercebi, que a altura era tanta, e que não havia forma de descer, não havia escanda. Caí. Estatelei-me todo no chão. Sangrei. Sofri. E chorei muito. Sozinho, tudo sozinho. Não me queixei a ninguém. Sofri sozinho tudo o que tinha para sofrer. Talvez me tenha fechado. Talvez não seja a mesma pessoa de à uns tempos atrás, mas as pessoas mudam, e eu mudei. Cresci e evoluí enquanto ser Humano. Mas quero mais, muito mais. E no embrulho, que está debaixo da minha árvore, é demasiado pequeno para tudo o que quero. Prendas? Não as quero. Quero apenas paz. Ser feliz. E que pelo menos uma vez na vida, a sorte bata à minha porta, e deixe de ser um excluído e passe a ser mais que um mero alguém, de quem ninguém se lembra, nem para dizer "Bom dia": Natal, época de analisar, de projectar, e de prosseguir, porque as pessoas mudam, as coisas dão errado, merda acontece, mas a vida continua, por vezes, sem esperança, sem amor, sem glória, sem final feliz.

sábado, 16 de novembro de 2013

Álbum de memórias

   A casa dorme, a aldeia dorme e a própria lua dormita suspensa de um céu sem estrelas, e eu mergulho nestas linhas com uma caneta que desejava tivesse os finos contornos de uma pena porque me parece que seria infinitamente mais romântico escrever com uma, mas divago….
   Escrevo enquanto espero um sinal teu, uma prova de que em algum lugar ainda não me esqueceste… Tornei-me, receio, preso das minhas próprias emoções. Tenho medo de amar, mas amo, tenho medo de nunca chegar a ter-te, mas escolho ficar a teu lado e aí permanecerei até que me peças para partir, partilhando o teu tempo e a tua atenção enquanto mo permitas…
   Às vezes relembro um passado onde a emoção não era ainda a coreógrafa dos meus dias sempre iguais. Recordo um tempo em que tomei como refém a lucidez ao invés de me mover ao ritmo do dedilhar da minha loucura. Sempre fui demasiado racional, demasiado sério. Às vezes pergunto-me se não terei querido crescer depressa demais. Hoje em dia só queria ser criança e lidar com os afectos de maneira espontânea, natural… Às vezes gostava que a minha única preocupação fosse o paradeiro do meu brinquedo preferido, o camião do X-Men que esperava desembrulhar na véspera de Natal ou o que a mãe diria quando visse mais umas calças rasgadas e os joelhos de novo esfolados…
   Quando desfolho o álbum de fotografias atinge-me a alegria despreocupada que me emoldurava o rosto, o esboço de alguém ainda imune ao toque da idade e do tempo. E queria poder refugiar-me para sempre nos olhos azuis marotos, mas meigos, que me espreitam da moldura e não ter mais de pensar no que sinto e no que será o futuro.

Há noites em que sonho que me perdi num deserto, até que ao longe me assalta, a jeitos de miragem, o fantasma de uma casa, e sei que um dia cruzarei aquela soleira e estarei enfim onde pertenço… Se ao menos fosses tu a sombra que emoldura a porta…

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Faz-me

   Faz-me esquecer o que vivemos, faz-me ter a certeza de que tudo o que eu vivi ao teu lado foi apenas um passatempo e que mais nada pode acontecer, faz-me entender que tu já tens um outro alguém e o que eu sinto tornou-se impossível de vivenciar ao teu lado, faz-me esquecer o primeiro toque, faz-me parar de pensar em ti, no que vivemos e principalmente no que ainda desejava-mos viver. Como eu pôde deixar-me levar? O desejo foi maior que a razão, o mundo parou quando nós nos olhamos e nada mais faz sentido! Onde eu errei? A falta que hoje tu me fazes ninguém um dia me fez. Eu sei que é impossível, eu sei que é proibido... Só penso em ver o teu sorriso outra vez, e o céu pelo teu olhar, dar risadas de maluquices que já vivemos, cometer loucuras sem medo... Faz-me entender, o adeus, a ausência, a falta de amor, a falta de carinho, ternura e sentimentos. Faz-me entender a razão, o motivo e o porquê. Faz-me ter a capacidade de seguir, de viver sozinho, de ter a capacidade de ser feliz mesmo que só. Faz-me esquecer tudo sem restar mais nada que possa servir de recordação, faz-me viver de novo, faz-me levar por uma onda que não é a tua. Faz-me rasgar todas as fotografias, apagar todas as mensagens, eliminar definitivamente o teu número, esquecer o teu nome. Faz-me deixar de gostar de ti, da mesma forma repentina, que fizeste com que gostasse. Diz-me adeus, e vai embora. Diz-me que acabou e que não queres nem dá mais. Afasta-te, vai para longe e ausenta-te para todo o sempre da minha vida. Vai. Faz-me gritar de revolta, de mágoa e desilusão. Faz-me odiar-te pelas promessas não cumpridas, pelas palavras de carinho ausentes, pela tua forma rude de me tratares. Vai. Fecha todas as portas, e fecha todas as janelas, apaga o meu nome do teu coração, e tenta esquecer tudo o que vivenciamos juntos. Tenta, tenho a certeza, que por mais insignificante que seja agora, houve alturas, em que te marquei, que te fiz feliz, que te acompanhei nos momentos mais tristes e de maior aperto, na altura em que nós os dois conseguimos construir toda a nossa história, toda a nossa vida, todo o nosso empenho e dedicação para conseguirmos superar as divergências causadas pelas nossas diferenças. Mas vai. Faz-me viver sem ti, todo o resto da minha vida, porque todas as dores já foram superadas, todas as mágoas estão a ser ultrapassadas, todos os sonhos a ser reconstruídos, todas as verdades a serem repostas e todas as lágrimas transformadas em sorrisos verdadeiros e não cínicos, como até então o foram.  


O porquê deste Blogue...

   Para ser sincero ainda não sei porque escrevo neste blogue. Sinto uma vontade descontrolada de partilhar com todo o mundo uma história que há 2000 dias me tira o sono, a vontade de sorrir – não de viver! –, que me atira para um poço de injustiças e de angústias. Não é mais um diário, onde todas as páginas revelem paixão, ou amor, é uma história em várias histórias que pode ser a sua história. Uma história que contada dava um filme e narrada dava um belo livro.
  Este diário quando for impresso terá com certeza o rótulo de romance, mas na verdade todas as histórias são um romance. Um romance que pode ter um final feliz e que pode ser para sempre. Já vivi por amor, e já vivi por amizade. São duas formas distintas de viver o amor. Porque como disse há algum tempo atrás: amizade também é amor. Este diário serve de alerta para todas as histórias entre pessoas diferentes: no sexo, na idade, na mentalidade, na forma de ser, agir e pensar. Nem sempre as histórias entre pessoas desiguais podem chegar a bom porto. Raramente acontece. Esta história de amizade e amor, que este diário contará, é uma história verídica, e é uma história diferente. Ao longo de todas as páginas perceberão porque digo que é uma história diferente.
 Um dia quis acreditar que as diferenças não atrapalham em nada, mas a verdade é que prejudicam bastante uma relação. Nunca pensei é que o amor também fosse capaz de fazer estragos na vida de alguém, nunca julguei ser possível sofrer tanto por um amor.
 Recordo com saudade todos estes momentos. Saudade dos bons e maus momentos. Das lágrimas e dos sorrisos. Das gargalhadas e dos abraços. Das discussões e das reconciliações. Das palavras de carinho e de ternura. Das mãos dadas. Dos olhares cúmplices. De tudo e de nada. Sei que ao ler as próximas páginas, vou fazer uma pequena viagem pelo passado, e encontro por fim, uma maneira de revelar o que o meu coração esconde, e o que os meus olhos teimam em querer ver.
 Agora o porquê de escrever a nossa história? Simples. Vontade de partilhar e de reviver o passado com milhares de pessoas. Vontade de rir e chorar, como se este diário fosse o melhor filme do mundo, onde vejo frequências de cenas cómicas e dramáticas. Vontade de gritar bem alto, o que fiz questão de calar só para mim. Vontade de mostrar a toda a gente que nos conhece o que realmente se passou. Vontade de te fazer chegar aos olhos, mas principalmente ao coração a minha verdade, e a forma como foi vivida a nossa história no meu coração. Porque não foi uma história qualquer. Não foste uma pessoa qualquer. Foste – ou ainda és – o meu amor, a minha vida, mesmo que seja só dentro do meu coração. Vontade de fazer ver que nunca é tarde para recomeçar, para mudar, para pedir perdão, para voltar atrás, para um simples pedido de desculpas sincero, para uma verdade esquecida no tempo ser dita… O amor também nos confunde por isso, há textos que podem parecer trocados, mas estão escritos consoante a ordem cronológica.

 Vou transcrever para estas linhas o meu diário. O seguimento da nossa história e do meu coração…

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pensamentos Soltos

Hoje, a vaguear por entre os inúmeros textos que te escrevi, seleccionei algumas passagens (frases, excertos...), que me fizeram sorrir, chorar, lembrar-me de coisas boas e más... e por isso, decidi partilhá-las contigo neste blogue, que no fundo te pertence, pois é por ti que ele existe.
"E sabes como é que eu sei que não mereceste nada do que fiz por ti? A partir do momento em que chegámos àquela fase em que aquilo que nos preenchia era a falta. A tua falta de vontade, a tua falta de demonstração de amor, a tua falta de carinho, a tua falta de desejo, e a tua falta de interesse. Recebia pedaços de falta, todos os dias, embrulhados em gestos teus, quando passavas por mim e me ignoravas, quando passavam semanas sem uma única mensagem escrita tua, quando sofria e tu mesmo sabendo desse sofrimento continuavas a espezinhar, enfim tudo isto revelou a falta de todos os bens necessários para uma relação ser equilibrada e estável." 

"É meu amor, vive-se muito por amor. Em todos os lugares. Em todas as idades. Em todas as situações. Em todas as relações. E em todos os caminhos que trilhamos. Este sentimento que deveria ser preso por todos os destroços que faz, é no fundo a principal razão de viver de todos nós."

“Os amores não correspondidos, são aqueles que deixam mais marcas. Um amor não correspondido, é como sentires agulhas a espetarem na tua pele, cada vez que és ignorado pela pessoa que é o teu mundo, é sentires que te pesa o mundo antes de adormeceres, é passares noites em claro, a sonhar com o impossível, e apesar de fazeres tudo para conseguir viver esse amor, é sentires esse amor fugir-te pelos dedos cada vez que pensas que estás quase, quase na meta. O amor não correspondido de todos os vários tipos de amor é o mais perigoso, o mais arrebatador, porque de todos, é o que nos faz sonhar mais. Sonhar com o sabor do beijo que nunca vamos ter o prazer de saborear. Sonhar com um toque, que nunca irá existir. Sonhar com conversas carinhosas, que nunca irão acontecer. Sonhar com um final feliz, quando para a outra pessoa, nós nada significamos, sem ser mais um que passa naquela rua, que anda naquela escola, mais um que ama e não é amado.”

"Amor e felicidade nem sempre se conjugam, logo não podem ser a mesma coisa."

“O ódio por uma pessoa é uma das máscaras que o amor usa para disfarçar a paixão.”

"Acabou. Terminou. O livro desta história chegou à última página, e não teve final feliz."

"A vida segue em frente, mas esta história estará para todo o sempre dentro do meu coração." 

Amizade também é amor, também é amar, também é dizer palavras e frases carinhosas, e só as mentes retrógradas é que não sabem disso!"

"Saudade e amor, conjugam-se muito. Onde anda um anda o outro. E depois vivemos de saudade e de amor."

Olhares de amor. Não há nada que os defina. Não há frases que os descrevam. Cada olhar é um único. Tal como os dias. Nunca são iguais, embora as horas sejas as mesmas, os dias da semana os mesmos, os meses e anos também, mas são sempre diferentes, apesar de iguais, porque são únicos..."

"É penoso os segundos que passam, sabendo tu que só tens duas certezas na vida: é que a pessoa que foi, não mais vai voltar, e saber que mesmo tu não querendo tens que a esquecer, e pior, não basta teres que te conformar com estas certezas, como ainda tens que esperar uma hora, que sabes que vai acontecer, só não sabes é quanto tempo ainda faltará para a alcançar, e andas ali, numa roda viva, sem saber ao certo por onde vais e por onde andas, a sofrer, a lamentar-te pelo que aconteceu, a sentires pena de ti por o que sucedeu na tua vida. Não há coisa pior que sentirmos pena de nós mesmos."

"Às vezes penso que se sofri todo aquele tempo, foi porque quis. Porque sempre esteve bem à frente dos meus olhos, que eu e tu, íamos acabar separados. Pela tua falta de amor e sinceridade comigo. Acho que fui um brinquedo nas tuas mãos, fartaste-te de brincar, e puseste-me de parte, atiraste-me para um canto, e fizeste-me ver que este mundo é designado por uma simples frase: salve-se quem puder. No mundo, em que vivemos, é mesmo. Tu estás por tua conta, tens que sobreviver às intrigas e mentiras que podem atrapalhar a tua vida, os mal-entendidos que tantas vezes são os responsáveis por situações irreversíveis na tua vida, a falta de amor, que as pessoas sentem umas pelas outras. O mundo onde vivemos é simplesmente uma guerra e só tens estas escolhas: ou lutas com toda a tua força e sacrifício para sobreviveres, ou então esperas que alguém te ataque e morres. Este mundo que te falo é sinónimo do amor que vivi. Foi uma guerra violenta, a paixão descontrolada e o amor férreo que senti por ti. Fui muitas vezes alvejado, esmagado por realidades que não quis nunca ver, como se uma espada me perfurasse o coração e ele sucumbisse vezes sem conta. Penso que morri, e ressuscitei várias vezes, fui ao chão várias vezes, sangrei por dentro e por fora, em feridas que só o coração conhece as dores, chorei por ter perdido a guerra, mas passado um ano, sorri-o, porque o melhor, foi mesmo tê-la perdido, se continuasse com a minha teimosia de camelo no deserto, a lutar por um amor que nunca o foi, só ia dar mais com a cara no chão, e a guerra, em vez de durar um ano, poderia durar uma vida inteira. Quando nos vemos no meio de uma guerra, provocada pelo amor, o melhor que temos a fazer é permitir-mo-nos a chorar, gritar, sofrer, porque um dia, de tanto sofreres, o próprio sofrimento cansa-se e traz-nos a paz que necessitamos. Guerra está bem para o amor, como a poesia está bem para as almas sós." 

"Escrevo para ti, porque foste uma pessoa marcante. A história de amor que vivi por ti e para ti, foi como um marco, uma viragem de cento e oitenta graus. Tudo em mim mudou depois de te conhecer. Já nem reconheço a pessoa que fui, antes de entrares na minha vida. Não sei quem era, o que gostava, os sonhos que tinha, os planos que fiz. A partir do momento em que entraste na minha vida, é como se o meu passado se tivesse apagado, e só o que vivi por ti, é que interessa-se."

Foi aí, nesse momento, que percebi que, ou já não te amava ou que estava prestes a esquecer-te."

"Só quando vês a pessoa que mais amaste na vida, ao lado de outra, é que podes saber o que ainda sentes. É uma prova de resistência. Se resistes a essa realidade, estás livre. Mas se vais abaixo, ainda tens um longo caminho a percorrer." 

"No fundo, eu faço parte da tua vida, tal como tu fazes parte da minha, porque acredito que eu também te marquei. Não da mesma maneira e tamanho que tu a mim, mas marquei. Eu ainda moro no teu coração, lá num cantinho bem escondido e pequenino, mas que me  pertence, que é meu e só meu. Lembraste daquela vez que me disseste que tinhas um cantinho no teu coração que era só meu? Ainda hoje, esse cantinho é meu. Só que agora tens outros “cantinhos” para outras pessoas que estão mais presentes na tua vida do que o cantinho que é o meu, por isso é que não o sentes, porque infelizmente, ou felizmente, já não estou presente na tua vida."

Sabes melhor do que ninguém que tu não me deixaste outra alternativa senão afastar-me."

"Mas como reza a história, é mais fácil pôr-mos a culpa em cima dos outros, para que essa mesma culpa não nos pese tanto na consciência e nas costas."

Uma coisa boa da vida é que podes recomeça-la do zero as vezes que quiseres, nem que para isso tenhas que perder metade do que tens. E eu, agora percebi, que sim, tinha que mudar de vida, de realidade e de sonhos."

Deixei de te amar. Esta é a frase. Esta é a minha nova realidade."

Agradeço à vida pela lição que me deu. Por tudo o que me ensinou, e por tudo o que perdi. Se perdi o que perdi é sinal que não era o melhor para mim. Agora tenho tudo de bom e do melhor. Os dias de choro, de solidão e de sonhos desfeitos, acabaram. O sol já voltou a pôr-se no meu céu, o cheiro do mar já se faz sentir, a paisagem do meu horizonte voltou a ser colorida. A vida deixou de ser a preto e branco, para passar a ser de todas as cores do arco-íris. A minha vida tornou-se um arco-íris, coisa que eu nunca julguei poder ser possível. Mas nem tudo o que pensamos ser impossível, o é. Felizmente.  A vida é uma incógnita, hoje sofres, mas não sabes se amanhã não irás estar a sorrir. E agora que o meu coração já não te pertence, decidi fechá-lo a sete chaves e colocar a chave num cofre bem escondido que tem a senha mais complicada e complexa de todas. A chave do meu coração demorou a ser recuperada, de maneira que agora não quero arriscar, por isso mesmo, escondo-a, tranco-a e esqueço-me onde a guardei. Depois da experiência que tive contigo, fechei-me para o amor. Não quero apaixonar-me mais, nem entregar-me a mais ninguém." 

"Amizade é mais generosa que o amor. É mais perfeita, é mais humilde e é mais real. Amizade é para todos, mas o amor nem sempre."

Quando não sentimos amor por uma pessoa não há nada a fazer. Ou gostamos ou não gostamos, e eu não gosto de ti, nem da pessoa em que te tornaste. Já nem do nosso esconderijo de amor gosto. Pareceu-me tão diferente, nunca mais o vou voltar a visitar."

"Por vezes és como uma incógnita de complexa descodificação."

Se tivesses sofrido, terias vindo ter comigo, terias lutado por nós, como eu fiz durante meses, ou melhor, anos!"

"Deves estar a pensar que muito provavelmente não sou o rapaz de antigamente, aquele que conheceste. Infelizmente não. Até gostaria de voltar a ser o ingénuo que acreditava que o mundo era bom, que todas as pessoas eram boas, era incapaz de cometer um indelicadeza, mas tu e tantas outras pessoas fizeram-me tornar na pessoa que sou hoje: frio com as pessoas, distante com o mundo, e duro com a vida."


FIM.


 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Quando o coração se fechou

  Passei os últimos anos da minha vida, à espera de uma atitude tua que nunca chegaste a tomar. Passei anos da minha vida a lutar contra uma força muito mais forte que o meu amor por ti. Foi sem margem para dúvidas, um grande amor. Uma grande paixão, arrisco a dizer, a história mais marcante da minha vida. Quando chegou por fim, o último minuto que passamos juntos, quando a partir daquele dia optaste por escolher um caminho que não o meu, perdi o rumo à vida. O meu coração perdeu a batida, e o cérebro congelou no frio imenso que a tua indiferença para comigo me trazia dia após dia. Os primeiros dias, ou até mesmo, as primeiras semanas depois do teu adeus, foram passados à margem de uma linha ténue, entre o viver e sobreviver. Na verdade, nem sei como tive força, para conseguir sobreviver, àqueles dias nefastos, repletos de solidão e de vazio, àqueles dias em que as horas pareciam dias, em que o telemóvel estava em silêncio, onde nada entrava no nosso mundo, onde por mais abraços e carinhos que tivéssemos, nada chegava para matar a dor. E a dor, foi uma companhia, não desejada, foi antes, um sentimento mais forte, que se impôs à minha vida. Demorou muito tempo a suavizar. Quase tantos anos, como aqueles que vivi iludido num amor, que afinal, nunca chegou a sê-lo. O meu coração feriu-se gravemente, e infelizmente, não deveria. O coração além de ser o nosso motor, é ainda e sempre, o responsável, por tudo o que nos acontece. É que parecendo que não, é ele que toma as decisões por nós, é ele que nos conduz diariamente, é ele que nos dá alegria de viver, é ele que nos faz permanecer neste mundo. Um coração ferido e magoado, pode ser o nosso fim. Se o nosso coração, não souber bater da forma correcta, se não souber acolher o ar que o faz bater, se estiver com um golpe, ele sangra, ele sofre, e ao sofrer pode parar, e se ele parar, a nossa existência termina. Por isso é preciso ter muito cuidado com o nosso coração. É preciso defendê-lo ao máximo. Cuidar dele, como se fosse a nossa maior relíquia, e aconchega-lo quando ele está frágil, e com os batimentos fracos. Não foi nada disto que eu fiz, durante o tempo em que te amei, talvez, porque este meu coração, não me permitiu agir de outra forma, mas esforcei-me por conseguir. Gosto de me esforçar, por saber que no final, o esforço vale a pena, nem que seja por termos aprendido alguma coisa durante toda a luta. Graças ao amor férreo – hoje talvez o designe com doentio – por ti, eu entrei numa depressão profunda, refugiei-me dentro de casa a chorar debaixo das cobertas da cama, a implorar a Deus para me libertar daquela dor, e principalmente daquele amor, porque já tivera percebido, que eu e tu nunca seríamos um nós, e conformei-me com o facto de não me amares da mesma forma, nem na mesma medida. Mas na verdade, reconhecermos esta verdade, é apenas o começo da luta. Porque depois de aceite esta verdade, vêm outras coisas piores. A saudade dos momentos passados, das vivências que partilhamos com a pessoa que idealizamos como a perfeita e o nosso amor imortal, a incógnita de não saber o porquê de as coisas terem sido desta forma e não de outra, o medo de não conseguir chegar à meta, e sobretudo a tristeza, de considerar-mo-nos uns falhados e uns fracos, por não termos conseguido levar a relação avante. Mas se serve de consolo para algumas pessoas, não devemos pensar desta forma, porque certamente quando uma relação vê o seu fim, antes do fim do fim, houve muitas tentativas de a compor certamente, e é dessas tentativas – por mais falhadas que possam ter sido – que nos devemos lembrar, porque é nas acções falhadas que praticamos para recuperar aquele amor, aquele sentimento, aquela pessoa, que entendemos que afinal demos o nosso melhor, e não desistimos à primeira, que tentamos e fomos à luta, mas que infelizmente a vida fez-nos tomar rumos diferentes, e aprender a viver de outra forma. Aprender a viver uma nova vida, é a missão mais intrincada, extasiante e dura, que alguém tem a fazer, porque somos obrigados a esquecer quem éramos no passado, ter que sarar as feridas dos tropeções que a vida nos deu, limpar as lágrimas, arranjar forças de onde nunca imaginamos que elas poderiam sair, e acima de tudo, reconstruir sonhos e viver realidades que nunca sequer sonhámos ser possíveis acontecer. Recomeçar uma nova vida, é no fundo aprender a sermos outras pessoas, é construirmos uma nova personagem, com as lições que a vida nos deu, nunca esquecendo os valores e princípios que os nossos pais nos deram na nossa educação enquanto seres humanos. E, depois de noites sem dormir, de dias sozinho, de choros infinitos, de esperas longuíssimas, de sentir o meu coração a desfalecer, por não encontrar o norte da minha vida, jurei a mim mesmo, que após esquecer-te, eu iria fechar o meu coração e deitar a chave fora. Prometi a mim mesmo nunca mais me apaixonar, e naquela altura pensei mesmo, que o amor não faz falta a ninguém, principalmente àquelas pessoas, que o amor só arrastou para abismos, esperas sem fim, e amores não correspondidos, platónicos, impossíveis e proibidos. Mas o amor, faz sempre falta. Um coração jamais se sente feliz, realizado e completo, sozinho. Mas quando queremos esquecer a pessoa que o ocupa fazemos promessas estúpidas, pois sabemos que no coração ninguém manda. Ele é o dono do nosso corpo, e da nossa alma. É ele que decide se sim ou se não. Por isso mesmo, quando fiz a promessa estava a pensar no bem dele, mas o meu coração é tão estúpido, que nunca pensa em mim e no que é melhor para mim. Mas houve um dia, em que fui capaz de travar a amargura e a tristeza por uns meros instantes, e decidi que ia mesmo fechar o meu coração, e ia mesmo jogar a chave fora, não tinha outra alternativa ou fazia isso, ou morria. O sofrimento do adeus, e de um amor perdido, pode matar, pode fazer sucumbir o nosso coração, e eu como tenho amor à vida, tive mesmo que travar estes acontecimentos menos positivos que me preenchiam os dias de solidão, vazio, espera, frustração e desolação. Depois dessa decisão ainda passei longos meses à espera que finalmente a vida me desse o presente por eu qual tanto esperava. Foram meses, em que não vivi... sobrevivi. Meses em que fiquei por casa sozinho a escrever livros de amor, sempre dedicados a ti, meses em que pouco vi a cor do céu e o brilho do sol, meses em que as gotas de chuva, não caíram sobre mim, dias em que a cama foi quem mais me acolheu, em que a televisão foi a minha distracção, e as páginas de entretenimento da Internet, foram a minha companhia. Houve dias em que eu nem me apercebi que o tempo se tivera passado. Acordava via a luz do sol, mas quando voltava a olhar, já o sol tinha trocado de torno com a lua. Ficava espantado. Não sabia como era possível, uns dias demorarem uma eternidade a passar, e outros parecendo que apenas meros segundos se tiveram passado. São coisas da vida que acontecem sem terem uma explicação ou uma razão para acontecer.

 Aquele dia ficará para sempre registado na minha memória, ainda mais vincado do que o dia em que me disseste “amo-te” pela primeira vez, o dia em que juraste que iríamos ficar juntos para sempre, e ainda mais vincado que o dia em que começamos a seguir caminhos opostos, e como consequência o dia do nosso fim. Este dia será para sempre um dos dias mais felizes da minha vida, foi o dia em que renasci no mesmo corpo, mas em que a alma é totalmente diferente, não deixei de ser uma boa pessoa, mas fiquei mais crescido, mais evoluído, sabes, é uma sensação sem uma mínima explicação. Este dia é um marco na minha vida, é o dia da viragem, em que o  capítulo final do livro é lido, e a contra capa dele se fecha e fica unida, com a sua capa. Não te sei dizer o que aconteceu, se foi durante aquelas horas de sono que tudo mudou, ou se foi o resultado dos meses de luta, para recuperar o normal funcionamento do meu coração. Na verdade, o que mais me importa é que consegui esquecer-te e arrancar-te do meu coração, apesar dos dias de solidão, das horas de choro, dos minutos em que as recordações voltavam, e dos segundos em que algo me pedia para te voltar a procurar, para tentar mais uma vez, para voltar para ti. Graças a Deus, não o fiz. Talvez por medo, de nem tu me quereres de volta, mas não o fiz, desta vez sobrepôs o meu orgulho em cima do meu amor férreo por ti, e esperei que o tempo resolvesse o que tinha a resolver, deixei com que o tempo fizesse acontecer o que tinha para acontecer. O tempo tudo cura e tudo muda, é só deixar-mo-nos levar por ele, como se de uma onda suave se tratasse, e esperar pelo resultado final. Para quem não quer ser o protagonista da sua própria vida, aqui está um bom remédio: sentem-se no sofá, apreciem uma boa música, ocupem o tempo com um desporto, ou assistindo um bom filme, porque enquanto fazem isto, o tempo está a passar, e a conspirar com o Universo, para o futuro da nossa vida, e às vezes, sem darmos por isso, até nos surpreendemos com o resultado final, e ficamos sempre a matutar no mesmo: “Mas como foi que isto aconteceu?”, “Mas como é que me sinto assim, se ontem estava a cair aos bocados?”. Há perguntas sem respostas, tal como há amores correspondidos e não correspondidos. Embora não se saiba, porque é que isto acontece. Não há teoria alguma que nos permita perceber um pouco sobre estas incógnitas, talvez porque Deus assim quis. Talvez Deus, não queira que tudo seja transparente, porque assim a vida perderia piada. Não haveria suposições, intriga, especulação. Foi no dia em que finalmente te esqueci, que fechei o meu coração, e joguei a chave fora. E não sei se irei voltar a encontra-la. O futuro, vai fazer-me descobrir, se sim ou se não. Basta aguardar e saborear a vida, aproveitar esta paz merecida, beber um bom champanhe, festejar por ter conseguido recuperar o meu coração e resgatá-lo das mãos de uma psicopata detonadora de sonhos e histórias com finais felizes. 


sábado, 9 de novembro de 2013

O nosso tempo perfeito, que jamais voltará...

 “Não sei qual de nós os dois foi o mais triste; se eu porque te amei de verdade, ou se tu por nunca teres conhecido o verdadeiro significado do amor”, escrevi-te esta frase num texto antigo, numa época onde a tristeza era a minha maior companhia.
Foram tantos anos complicados. A minha existência, resumia-se – em tudo! –, somente ao meu sentimento por ti. Um sentimento que me roubou anos de alegrias verdadeiras e sorrisos estridentes e sinceros. Claro, tive alegrias ao longo destes anos, mas nunca nenhuma delas foi realmente alegrias… se é que entendes o que te estou a tentar transmitir.
Amei e gostei demais, mas esse não foi o problema. O maior problema foi o de me ter agarrado demais a ti. Eras só tu o que eu via à frente. O mundo eras tu. E parece patético dizer que o mundo pode passar a ser só uma pessoa, mas acredita é exatamente assim quando se ama. Uma das melhores sensações do mundo, é estares com a pessoa que amas, e não notares a existência do que há à vossa volta. Foi sempre assim que me senti, em cada segundo que partilhei ao teu lado. Nada à volta existia. Nada importava. Éramos só eu e tu.
Tenho saudades do tempo antigo, acredita. E, de ti, quando te conheci. Tenho saudades do teu olhar profundo, intenso e misterioso. Esse olhar que me agarrou, me enfeitiçou, me conquistou por completo. Um olhar límpido, alegre, e acima de tudo sincero. Tenho saudades da tua voz engraçada. Do teu sotaque ao dizeres ‘um’, ‘não’, ‘chão’, ‘sempre’. Saudades das inúmeras vezes que te pedi para repetires estas palavras só para poder sorrir mais uma vez.
Também tenho saudades das mãos dadas, quando saia das aulas mais cedo – com a desculpa de que tinha que ir fazer qualquer coisa –, e me sentava contigo naquele banco amarelo, naqueles dias cinzentos e frios no decorrer do Outono. Tenho saudades da nossa cumplicidade, da nossa forma de estar um com o outro. Tenho saudades de me convidares para ir contigo no autocarro. Saudades de quando me pedias para te ir buscar o almoço fora da escola. Saudades de te ouvir dizer quase em múrmuro e por entre muitos risos tímidos: ‘amo-te’. Saudades dos passeios, em que me falavas de ti e das tuas coisas. Saudades de falar contigo de manhã à noite, e mesmo assim achar pouco tempo. Saudades do meu olhar a cruzar-se com o teu, logo pela manhã. Quando me vigiavas pelo vidro do autocarro. Tenho saudades de ti a queixares-te de que ninguém te queria. Saudades dos olhares cúmplices quando passávamos um pelo outro nos corredores da escola. Saudades de quando as nossas salas de aulas eram vizinhas e as aulas de Educação Física eram na mesma hora. Saudades do nosso abraço de ‘pazes feitas’ durante aquele intervalo em que estava quase a nunca mais te falar. Saudades das tuas infindáveis mensagens do tipo: ‘não respondes?’, ‘não falas?’, ‘porque não respondes?’… Enquanto me lembro de tudo de que sinto saudades, dá-me para sorrir. É que sofri, é verdade. Mas acredita, que também fui muito feliz.
Tenho saudades dos nossos almoços juntos, das nossas tardes juntos passadas a conversar, saudades do dia em que no meio de uma brincadeira caímos um sobre o outro e nos rimos de uma maneira super feliz e sincera. Tenho saudades de discutir contigo por causa das tuas atitudes incorrectas comigo. Por saberes que eu não gostava, e por continuares a fazê-las. Nunca pensei que houvesse um fim na nossa ‘amizade’. Nunca. Não no decorrer deste tempo, de que me estou a relembrar. Saudades de ti a insistires para fazermos as pazes. Saudades de ti quando me dizias que só eu já te fazia feliz. Saudades do dia em que tiramos as nossas primeiras fotos. Do dia em que fomos almoçar à pizzaria e totalmente feliz por estar contigo depois de meses sem nos vermos, me esqueci de pedir a tua pizza.
Saudades de ti, e de um tempo perfeito e sinceramente feliz, que infelizmente não mais voltará.
Como podes ver, ainda sei, relembrar bons momentos. As coisas boas. Porque elas existiram. E só eu sei o quentinho que sinto dentro de mim quando me lembro disto. E do sorriso sincero que esboço quando me vejo a viajar por entre estas memórias. Só é de lamentar o que veio a seguir a tudo isto.
Só posso lamentar o nosso afastamento. E, o facto de a vida nos ter dado caminhos tão diferentes. Juntos fazíamos uma boa equipa, e sei, que tu e eu fomos muito felizes neste tempo. Um tempo em que lutávamos os dois juntos por tudo e por nada. Em que tu eras a melhor pessoa que alguém poderia encontrar na vida! – e agora, desculpa, mas umas lágrimas, surgiram no meu olhar…
Essas lágrimas surgem porque é-me dificílimo entender como é que te transformaste tanto. Como é que quando agora olho para ti, vejo que te transformaste no avesso daquilo que tu eras. E acredita, isso é triste demais. Quando gostas de uma pessoa, que já não habita no corpo que lhe dá a ‘imagem’. As pessoas não são o seu corpo, são a sua alma. E tu vives no mesmo corpo, mas a alma é que me parece diferente, é isso que te quero dizer.
E as lágrimas surgem por isto. É estranha a nossa capacidade de guardarmos, mesmo que inconscientemente, tudo o que vemos e sentimos aqui dentro de nós. Mais estranha ainda é a forma como tudo isso nos afeta, mais cedo ou mais tarde. Vem tudo contra nós como se de uma tempestade imprevisível se tratasse. O pior de tudo é que, estando em alto mar, ficamos cada vez mais perdidos a cada dia que passa, sem saber como e a quem pedir ajuda. Sem saber se devemos esperar ou simplesmente atirarmo-nos ao mar. Estamos sempre a tempo de conhecer as pessoas, e com isso, descobrir que vamos acabar por perder as jogadas nas quais investimos vezes sem conta, perdas de tempo. Muitas das vezes, não somos mais capazes de arriscar e investir em algo da mesma espécie, com receio de que, uma vez mais, percamos a partida. Mas, como em tudo na vida, não há jogadas perfeitas, muito menos pessoas perfeitas. Só me pergunto se é preciso subir tão alto para só do cimo cair. Se é para dar uma queda, que fosse logo da primeira pedra.
Estar longe é diferente de estar ausente, sabias? Sei isso porque mesmo quando estás longe, eu sinto-te comigo. Às vezes o mundo parece tão grande que não sei se conseguirei abraçar-te, mas a verdade é que o tamanho do meu sentimento por ti nunca será suficiente para te afastar de mim, porque é mais forte que toda a distância que nos possa separar. E, às vezes penso que, lá porque a vida nos trouxe à mesma estrada, não significa que chegaremos ao mesmo destino, e tu sabes bem o quanto eu queria caminhar ao teu lado. Porque no fundo eu sei que lá porque a vida me deu braços, não significa que te conseguirei agarrar. O destino é traiçoeiro e o tempo duvidoso, porque quando mais achamos que os temos seguros na palma da mão, mais eles nos fogem por entre os dedos. Mas eu sempre gostei de um bom jogo de apanhadas, então eu digo, que se o destino nos quiser fugir e o tempo nos quiser apanhar, terão muito amor para combater.





sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O faz-de-conta do amor

É inevitável quando nos apaixonamos por alguém não viver num constante faz-de-conta. Ora fantasiamos com o impossível, ora criamos ilusões numa tentativa desesperada de fugir à realidade, ora teimamos em acreditar que as coisas se tornarão diferentes com o passar do tempo. Mas o tempo passa, e nós vamos percebendo que nada ou muita pouca coisa muda. E o que muda, às vezes, nem era necessário mudar. Mas é assim o amor, um faz-de-conta implacável. Um misto de ilusão, miragem e teimosia em perseguir um ideal de amor que não é o mais certo na nossa vida.
Vivi num faz-de-conta durante quase seis anos. Um faz-de-conta que não te amo, um faz-de-conta que acredito nas mentiras, um faz-de-conta que perdoo mas não esqueço, um faz-de-conta que iríamos ser felizes para sempre, um faz-de-conta de que o mundo ia girar, e nos ia levar ao encontro de um final feliz. Um faz-de-conta de que me amavas mesmo com todas as desatenções e provas inequívocas de desamor. Um faz-de-conta de que apesar de andares com outras pessoas, era eu quem tu amavas com todo o teu coração e de verdade. Um faz-de-conta perfeito mas literalmente fora da realidade.
Não me culpo por viver num faz-de-conta. Os sentimentos são o nosso motor. São eles que nos guiam pelas indecifráveis estradas das emoções.
Posso ter vivido neste faz-de-conta mas ao menos no meio de toda esta encenação, a única verdade, foi a de que pelo menos eu te amei. Amei e gostei de amar. E quem alguma vez amou de verdade entende o que eu quero dizer com isto. É que amar, embora traga sofrimento, também trás consigo muitas descobertas, muitas emoções, muitos sentimentos bons. Faz-nos sentir leves, saber ser feliz com um único sorriso, uma única palavra, um único gesto de carinho. E isso é bom. É real. É assim.



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O amor pode sobreviver aos erros

Eu acredito que o amor pode sobreviver aos erros. Todas as relações têm mágoas, deceções e fraquezas. Cabe às pessoas definir até onde se pode ir. E, por acreditar, continuei a amar-te independentemente de tudo o resto. Amar é saber sujeitar-se a tudo o que o amor tem para oferecer. Por me apaixonar por ti, cruelmente, tive que sujeitar-me a muito sofrimento. Foram anos complicados, e quando olho para trás, vejo que me fui arrastando pelo tempo, pelas esperas infrutíferas, pela esperança ressuscitada diariamente, pela minha vontade férrea de chegarmos a bom porto. Sei que pouco ou nada vivi. Fechei-me bastante dentro de mim mesmo. Afastei-me do mundo, quando na verdade só me queria afastar de ti e da dor que me penetrava a alma e o coração, todos os dias, de manhã à noite.
Talvez nem acredites que eu te tenha amado tanto. Mas acredita que atravessaria uma passadeira de brasas, só para te provar o quanto te amei. Descalço ou nu, se fosse preciso. E amei-te. Amei-te tanto que acabei por não me amar. Mas apesar de tudo não me humilhei. As vezes que quiseste ir embora foste. Eu nada fiz para te contrariar. Não te pedi para ficares, nem tão pouco me declarei a ti. Não porque não queria que ficasses, mas porque aprendi desde cedo a respeitar a vontade dos outros. Se a tua vontade era a de ires embora, eu tinha que saber aceitá-la e respeitá-la, mesmo que isso implicasse uma dor excruciante dentro de mim. E, também, por saber que a tua vontade de ires embora, seria muito maior que todas as minhas súplicas. Quando alguém quer dizer adeus, não há nada no mundo que a impeça disso.
Estás bastante diferente do que eras. Fisicamente, psicologicamente e emocionalmente. Ou serei eu que nunca te conheci verdadeiramente? Cada vez mais, penso que ao me apaixonar por ti só soube criar miragens, ilusões e máscaras. Hoje, parece que nada daquilo que juntos vivemos foi verdadeiro. Não da tua parte. Porque tudo se quebrou. Tudo se desmoronou. Tudo acabou por ser sepultado pelo tempo e pelas tuas atitudes constantes de desamor e indiferença. E sentirmos que as pessoas que amamos nos tratam com indiferença é das piores sensações do mundo. Um dia, saberás o que significa ser o nada do teu tudo, e nesse dia vais conseguir compreender tudo o que te tenho escrito. Cada palavra. Cada linha. Cada texto.
Quando uso o verbo amar no passado, quero apenas dizer que neste momento não sei se ainda te amo, ou se o que ainda sinto é só a tristeza de me sentir só, ou ainda estar a tentar recuperar-me de todas as quedas dolorosas que me provocaste. Sei que indiferente, ainda não me és. Mas isso provavelmente nunca mais serás. Mesmo que deixe de te amar, nunca me vou conseguir esquecer de tudo aquilo que me fizeste sentir… viver. Amar-te ainda hoje, é a maior confusão de toda a minha vida. E noutra igual, jamais me quero meter!



Vida e Alma | Helena Sacadura Cabral * As melhores frases e excertos do livro!

Título: Vida e Alma 

Autora: Helena Sacadura Cabral 

Edição: Novembro 2013 

Editora: Clube do Autor 

N.º de Páginas: 149

Sinopse: Amar e sofrer, respeitar e reflectir, enfim, viver... 
Os sentimentos e os valores que marcam a vida da autora mais querida dos portugueses.

O que achei do livro: É um livro bastante diferente daquilo que estou habituado a ler da autora. Aconselho. E, por isso, deixo aqui as melhores frases e excertos deste livro. 


“Vida e Alma”
– Helena Sacadura Cabral


·        Amar e sofrer, respeitar ereflectir, enfim, viver…
·    Há hoje uma necessidade grande de reencontrar valores que a maioria de nós julgará perdidos. Não estão. Apenas se encontram adormecido, porque em determinada altura deixaram de servir o fim a que se destinavam. Talvez por isso, começou a nascer em mim a vontade de procurar repensá-los. Um pouco como costumo fazer quando, antes de me deitar, repasso os acontecimentos do dia e ensaio uma breve análise do que julgo ter sido bom ou menos bom.
·        “Outras vezes oiço passar o vento, e acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.” – Fernando Pessoa.
·        O amor é início, meio e fim, faz pensar, sofrer, agarrar o tempo ou esquecê-lo. Obriga a escolher, a separar, a rejeitar. Castiga e compensa. O amor fere e salva, é farol e é naufrágio. É alegria e é tristeza. É ciúme, orgasmo e êxtase. É o nós, o outro, a ciência da vida. O amor é inquietação, esperança, certeza e dúvida, caos e ordem.
·        Mas o amor também pode significar afecto, compaixão, apetite, inclinação, atracção, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido.
·        Afinal, porque é que alguém nos ama? Sobretudo, porque nós permitimos.
·        Todos carecemos de amor e queremos reconhecê-lo em nós e nos outros, sem distinção de idade ou de sexo. O amor é tão vital para a vida como o ar que respiramos, e todos reconhecemos que sem amor não se sobrevive.
·        Todavia, o amor nem sempre é retribuído. Ou nem sempre essa retribuição tem a mesma intensidade que a nossa. E não é por se amar menos, é por mera incapacidade de perceber aquilo de que o outro carece. Ou até porque a forma de amar de um se manifesta em moldes diversos daquele que o outro deseja e precisa. Num caso não se percebe, no outro não se é capaz.
·        Acredito que nem todos os amores consigam alcançar o patamar de reciprocidade desejável.
·        Ajustar o que o outro sabe dar àquilo que desejamos receber é o grande desafio do amor. E, também, o desafio de uma vida.
·        “A minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.” – Clarice Lispector
·        A solidão é uma faca de dois gumes.  Pode ser extremamente empobrecedora ou proporcionar-nos um enorme bem-estar.
·        O problema surge quando é a vida que nos impõe, que nos obriga a essa solidão involuntária. Nestas circunstâncias, é dificil de suportar e só um espírito muito forte sabe aceitar que tem de aprender a conviver com ela sem sofrimento.
·        Só cada um poderá escolher o caminho que deseja percorrer. Mas a solidão imposta é sempre um caminho de pedras.
·        “Sobre as asas do tempo, a tristeza voa e vai-se embora.” – Jean de La Fontaine
·        A tristeza expressa-se por um estado de desânimo ou frustação em relação a alguém ou a alguma coisa. É comum ser descrita como algo amargo – uma dor, uma incapacidade – ou ainda como uma sensação de escuridão. É um estado de espírito que tende a confundir-se com a melancolia e, não raras vezes, é acompanhada de um sentimento de solidão.
·        A tristeza pode nascer no exterior, quando é provocada por aqueles que nos envolvem; ou vir dentro de nós como sequência da inadaptação ao meio onde se vive.
·        A realidade continua a existir, mas vai sendo envolvida num manto cada vez mais espesso, que diminui a dor e os efeitos negativos da recordação.
·        Não desista de si e, mesmo que falhe, recomece. Tantas vezes quantas as que forem necessárias. Só não esqueça que a tristeza leva tempo a desaparecer, porque o luto também leva tempo a fazer!
·        “Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.” – Desconhecido
·        A dor, que todos conhecemos, pode assumir as formas mais variadas. Desde as fisicas às da alma.
·        (…) a dor da alma, a grande dor, aquela que advém da perda, da injustiça, do esquecimento, enfim, até da troca, essa, todos acabaremos mais tarde ou mais cedo, por conhecê-la.
·        A dor causa sofrimento e este, por sua vez, é razão de infelicidade. Existe um grande número de pessoas que não consegue ser feliz porque todo o seu esforço está concentrado nessa vivência dolorosa. E, em lugar de buscarem o apoio de que carecem para se libertar dela, fecham-se sobre si próprias.
·        Muitos de nós parecem sentir-se melhor a sofrer do que a procurar a alegria. Faça um esforço para sair de si próprio e escolha duas ou três coisas que lhe dêem prazer real, seja caminhar ao sol ou à chuva, ouvir música, jogar cartas, escrever. Agarre-se a elas e não as descure. Pratique-as e deixe-se invadir pelo prazer que lhe dão. Verá como se esquece de sofrer e a dor suaviza-se.
·        “Num deserto sem água, numa noite sem lua, num país sem nome, ou numa terra nua, por maior que seja o desespero, nenhuma ausência é mais funda que a tua.” – Sophia de Mello Breyner
·        Muitos de nós pensamos que o desespero é consequência de terríveis amarguras. Nem sempre.
·        Há quem faça do desespero uma forma de vida e se alimente da dor que ele provoca.
·        (…) esforço-me por acreditar que ninguém é testado para além das suas forças. Mas também sei que estas podem falhar.
·        Aprendi que é preciso ser tolerante para com as nossas próprias falhas. Aceitá-las e recomeçar do zero, sempre que fraquejarmos, conscientes de que há algo mais importante do que a dor que sentimos.
·        As guerras ganham-se perdendo algumas batalhas.
·        (…) o desespero também pode ser o motor vital de que carecemos para nos encontrarmos frente a frente connosco.
·        Pense que há, sempre, dores maiores do que as suas. Tente olhar o mundo à volta e perceber que só o sofrimento nos dá a verdadeira medida de quem verdadeiramente somos. Não se isole, não se feche sobre si próprio. Vá à luta mesmo que não se sinta capaz dela. A partilha da dor é uma forma de a suavizar-mos e de nos tornarmos mais humanos.
·        “A inocência não se envergonha de nada.” – Jean-Jacques Rousseau
·        A vida torna-nos reactivos e, por isso, deixamos de ser os co-criadores da nossa história. Limitamo-nos a agir para nos afastarmos daquilo de que temos medo, quando devíamos ficar em contacto com quem na verdade somos.
·        “A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades.” – Millôr Fernandes
·        Costuma dizer-se que amigos são a família que pudemos escolher e não aquela que o sangue determinou. A amizade é um sentimento que irmana pessoas e gera alegria e bem-estar. É a expressão de uma partilha emocional sob o olhar de um entendimento fraterno.
·        Se o egoísmo afasta as pessoas e as isola, a amizade aproxima-as e irmana-as.
·        Mesmo no campo do amor profundo, a amizade é fundamental, porque quando a paixão se esfuma no vaivém do dia-a-dia, quando os impulsos sexuais do amor passam, quando a desilusão apaga o fogo do desejo, se existe amizade, os laços de união não se rompem e ela perdura, companheira devotada daqueles que se estimam.
·        (…) um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas deitadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim… do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
·        Pode-se viver sem amor, se for essa a nossa escolha. Mas viver sem amigos não é possível, a menos que se seja um eremita!
·        “Você pode descobrir mais sobre uma pessoa numa hora de brincadeira do que num ano de conversa.” – Platão
·        Há quem considere o companheirismo uma forma de amizade. E é, de facto. Mas é uma estima especial, que implica um envolvimento mais profundo na vida do outro.
·        Ser companheiro envolve uma presença que se sente ao nosso lado, uma vivência do quotidiano partilhada. Na alegria como na tristeza.
·        (…) entre duas pessoas que se dispõem a caminhar juntas na mesma direcção, almejando o mesmo sonho e o mesmo alvo.
·        A ausência de companheirismo, desgasta qualquer relação, seja ela de que tipo for, devido ao individualismo e ao egoísmo, que deixam pouco ou nada para ser resgatado, quando ela termina. É que quer as pequenas coisas quer as mais significativas acabam por se perder a partir do momento em que alguém deixa de participar na vida do outro.
·        E mesmo o amor, se não tiver como base o companheirismo, não se sustenta e não consegue resistir ao desgaste e à frieza.
·        (…) não basta ter companhia. É importante saber dá-la também.
·        “O ódio é a vingança do cobarde.” – Bernard Shaw
·        Não deve haver sentimento mais aniquilador do que o ódio.
·        “O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.” – Erico Veríssimo
·        Costuma dizer-se que o amor e o ódio constituem o verso e o reverso de uma mesma moeda. Não é verdade. Com efeito, o contrário do amor não é o ódio, mas sim a indiferença.
·        (…) para sentirmos que alguém nos é indiferente, não precisamos senão de ignorar a sua existência.
·        A indiferença não exige olhos, nem boca, nem coração nem cérebro. O nosso corpo ignora a presença do outro e, sobretudo, não se dá conta da sua ausência.
·        “O número dos que nos invejam confirma as nossas capacidades.” – Oscar Wilde
·        Quando se está seguro de si, a inveja alheia não incomoda, porque nem dela nos apercebemos.
·        O primeiro passo para lidar com a inveja é aceitá-la e retirar-lhe o peso da condenação, que só nos torna mais forte. Reconhecer a inveja é bastante desagradável e até doloroso.
·        “Amar é cansar-se de estar só: é uma cobardia, portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amamos).” – Fernando Pessoa
·        A vida não se ganha com o medo, ganha-se com a coragem de ser quem realmente somos, ou com o esforço de nos transformarmos em quem gostaríamos de ser.
·        “A pior traição é a de princípios, porque é cometida por nós, contra nós mesmos.” – M. M. Soriano
·        Na traição a nós próprios, ela é dupla. Por um lado, renegamos aquilo em que continuamos a acreditar e, por outro, «mascaramo-nos» e interpretamos personagens fictícias, para que os outros continuem a acreditar que somos quem, na verdade, não somos.
·        Não use máscaras, goste de si e aceite-se. A felicidade só pode vir da autenticidade.
·        “Não se estima ninguém quando se estima todo o mundo.” – Molière
·        Respeito. Ora aqui está uma palavra que, nos últimos tempos, tem vindo a envelhecer sem qualquer proveito.
·        O mundo sempre avançou quando se respeitaram as causas justas, os homens bons e os caminhos certos.
·        Confiar é ter a alma leve, uma tranquilidade transbordante, uma paz interior que vem da ausência do medo. É entregar-se sem temer consequências, sem o temor de arriscar ou o receio de ser enganado, aceitar o risco de errar ou até de futuras mágoas.
·        Não esqueçamos que a confiança pressupõe reciprocidade. Se ela não for uma via de mão dupla, podemos afirmar que não existe. Ela é, ainda, respeito, amor e, sobretudo, fidelidade, porque quem não confia em si próprio, tão-pouco confiará no outro.
·        (…) toleramos o que não somos capazes de apreciar, porque não sabemos lidar com o que não percebemos.
·        Tolerar não é pensar do mesmo modo que o outro. É aceitar como igualmente válido o seu pensamento. Só isso pode contribuir para uma convivência mais saudável!
·        “Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.” – Friedrich Nietzsche
·        Vivemos num mundo e num tempo em que supostamente «devemos ser», em simultâneo, muitas coisas: competentes profissionais, grandes filhos, conscientes cidadãos, ardentes amantes, maravilhosos maridos ou mulheres e, claro, superpais.
·        Pessoalmente, a mentira é das falhas que suporto pior. Por isso, o único caminho que posso sugerir é o da verdade, mesmo que ela doa a quem a diz e doa a quem a ouve.
·        “A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo.” – Voltaire
·        A esperança é um dos maiores e mais poderosos motores de vida e é capaz de arrancar do mais profundo do nosso ser uma força que desconhecíamos possuir.
·        A esperança é esteio de vida e precisa de ser cultivada como se de uma flor frágil se tratasse, visto que só ela é o antídoto desse veneno paralisante que é o medo.
·        A vida sem sabor é uma vida sem perspectivas. E quem se cansou de tentar, de lutar e desistiu de tudo, tem uma vida que apenas espera o seu fim, pois pensa que nada do que se faça pode mudar coisa alguma.
·        Viver com alegria significa não sobrecarregar os dias com preocupações desnecessárias, que nos tornam infelizes e não nos deixam aproveitar as oportunidades que a vida oferece.
·        Aprenda a sorrir e sorria mesmo.
·        Quando o sol nasce, é para todos. Mas nem todos o recebem ao mesmo tempo, nem para todos ele tem o mesmo efeito. Quando num hemisfério ele brilha, no outro pode cair chuva…
·        “A gratidão é o único tesouro dos humildes.” – William Shakespeare
·        (…) a gratidão é um sentimento nobre.
·        A gratidão torna-nos pessoas melhores, mais atentas às necessidades do nosso semelhante e, simultaneamente, põe nas nossas mãos a possibilidade de alterarmos o destino daqueles que nos estejam próximos ou dependam de nós.
·        Devemos esforçar-nos por encontrar tempo para parar e agradecer às pessoas que fizeram a diferença nas nossas vidas.
·        “Deus dá as batalhas mais difíceis aos seus melhores soldados.” – Papa Francisco
·        “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” – Oscar Wilde
·        «Viver é não saber que se vive. É procurar o sentido da vida, sem mesmo saber se ela tem algum sentido, é tarefa de poetas… Só uma visão de conjunto pode aproximar-se da verdade. Examinar em detalhe é criar novos detalhes. Por debaixo da cor está o desenho firme e só se encontra o que se não procura. Porque me não esqueço eu de viver… para viver?» - Florbela Espanca
·        Viver é, basicamente, realizarmo-nos e ter prazer com isso. É aproveitar cada momento como se fosse o último, mesmo que essa avidez de vida seja olhada de revés.