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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Amor & Aeroporto



No último livro que escrevi: “E Depois do Adeus”, o último parágrafo dizia assim: “Missão cumprida! Este diário, é teu. Guarda-o e aprecia-o, porque certeza absoluta te dou: jamais receberás outro igual, ou sequer, parecido. Porque se há algo original – sem mais nenhuma imitação – é o amor que sentimos um dia por uma pessoa… É nosso. Só nosso. E, ninguém poderá senti-lo da mesma forma, nem de modo igual, mesmo o amor sendo sempre igual, mesmo quando é diferente!”.
Este parágrafo, serve na perfeição para este blog, porque um dia este blog te chegará às mãos, e um dia vais poder sentir e ver todo o meu amor, explícito em todos estes textos que te escrevo. Na verdade, este Blogue é uma espécie de diário. Vou-te contando de que forma vivo o amor que sinto por ti, e de que forma vou vivendo a tua ausência, ou os teus regressos.
Hoje fui buscar uns tios ao aeroporto, e olhando para as pistas de aterragem, dei comigo a pensar que eu sou bastante parecido com um aeroporto. Eu assisto às tuas chegadas com um sorriso e com uma felicidade extrema, e assisto às tuas partidas, sem data nem hora de regresso, com as lágrimas nos olhos, e com o peso dos dias sem sentido sobre mim. Sou o aeroporto que te espera, e que te vê partir. Várias e várias vezes, até ao dia em que vieres para ficar definitivamente, ou até ao dia em que decidas embarcar para nunca mais aterrar nesta pista.

Na verdade, todos nós que amamos profundamente alguém, de todo o coração, corpo e alma, tornamo-nos sempre numa espécie de cais, de aeroporto, de estações de comboios ou até mesmo de autocarros. Às vezes o amor exige espera, exige despedidas, exige regressos. Há uma novela que sempre me ficou na memória e que me fez acreditar que aquilo que está escrito, está escrito e dê as voltas que o mundo der, não há como mudar o que está escrito. Maktub. Sou honesto, não sei o que estará escrito na nossa história, se tudo isto, no final vai ter um final surpreendente. Às vezes acredito que fui vitima de um engano. Que tudo aquilo por que tanto esperei, sofri e lutei, afinal só existiu nos meus sonhos. Se calhar a vida que eu quero, só exista mesmo nos meus sonhos. Mas, vou deixar, os dias decorrerem, deixar-me guiar pelos ventos e esperar que chegue o meu dia. E nesse dia, eu vou poder deixar de ser o aeroporto que assistiu aos teus vários regressos, e as tuas inúmeras despedidas, e nesse dia eu vou poder abraçar o nosso final, e acreditar, que afinal a vida tem muito mais do que estagnação, monotonia e sofrimento.

E, este Blogue, um dia será a prova que tu poderás dar a toda a gente, que tiveste alguém que te amou incondicionalmente. Porque amo desta forma. Aliás sempre te amei incondicionalmente. Com os teus mil defeitos, e as tuas mil qualidades. E foi por te amar desta forma, que estou aqui, sentado e pregado neste aeroporto, sempre à espera, que a vida te mostre, como me mostrou a mim, que o teu lugar é ao meu lado, e juntos quem sabe, embarquemos rumo à felicidade. Mas por agora, só me resta esperar, e deixar acontecer…


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Quem ama...









Tenho dito com alguma regularidade que o amor cria muita dependência nas pessoas. Cria laços, cria ilusões, cria sonhos impossíveis e irrealizáveis. Contudo chego à conclusão que as ilusões com o tempo evaporam-se, os sonhos mudam-se, mas há certos laços que por mais que se tente, não se conseguem cortar. E sei também que o laço da teimosia é aquele que mais perdura. Quantas e quantas vezes, durante aquela história de amor, não tentamos inúmeras vezes mudar a rota, mudar o final, mudar tudo e mais alguma coisa, para que essa mesma história termine consoante a nossa vontade? Sempre, que acabamos, mas decidimos recomeçar. Já tive inúmeras paixões ao longo da minha existência. Quase todas platónicas. Mas houve uma que quase teve um fim diferente do das outras. E por ter tanta vontade que desta vez fosse diferente, aceitava as voltas dessa pessoa na minha vida, aceitava tudo porque era teimoso e acreditava que desta vez ia ser diferente, e que era desta, que finalmente era escrito o final feliz. Esqueci-me é que a realidade não é um livro de contos amorosos, muito menos uma novela daquelas com o happy end, desenhado desde o ínicio. Por isso, chego à conclusão que sofremos, muitas vezes, porque queremos. O óbvio está sempre à nossa frente, ao nosso lado, está sempre visível, nós é que temos a mania de fechar os olhos à realidade, a vaguear pelos sonhos. Depois vemos sinais de amor em todo o lado, num olhar, numa palavra carinhosa, num abraço, numa SMS, num “amo-te” muitas vezes forjado. Se estivéssemos com os olhos abertos apenas e só à realidade, tenho a certeza, que não haveria tantos corações despedaçados. Ao contrário do que se pensa, os corações não se colam com super cola, quando se partem, demoram muito tempo a cicatrizar.
 A teimosia é o mal maior, no meio de tantos males. Se pararmos de ser teimosos, e cismar em ver coisas, onde mais cedo ou mais tarde, se entende que nunca existiram e que tudo foi fruto da nossa imaginação, poupamos muitas lágrimas e uns tantos dissabores. Mas sei que quem ama de verdade, não consegue fugir a todos estes sentimentos. Quem ama de verdade, fica burro, cego, imbecil, pateta e ridículo. Quem ama de verdade fica ainda mais dependente da vontade do outro, da escolha do outro, do que o outro quer. Quem ama de verdade, não tem vida própria, embora, certas personagens julguem que sim. Quando se ama de verdade, duas pessoas deixam de ser “Eu” e “Tu” e formam um “Nós”, ou seja, tornam-se num só. Quem ama realmente, luta, entrega-se, chora, desespera-se, comete loucuras por quem ama e erra até à intensidade, porque o amor é transparente e não mentiroso começa com a verdade não tem nada oculto e principalmente mostra-se no que se dá. Quem ama sofre, quem sofre sente, quem sente luta, quem luta vence!
 E é desta forma, que todos amámos? Julgo que não. 


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ainda e Sempre Tu!



Será um erro dizer que já não te amo? Será que quando digo que ainda me és alguma coisa estou a ser totalmente sincero? Não sei as respostas. Acredito, porque entendo muito bem a grandeza do meu amor por ti, que por mais que o sentimento um dia acabe, jamais vou conseguir esquecer a tua presença na minha vida. Não foste uma pessoa qualquer. E aí reside o problema. Foste uma pessoa que entrou e saiu da minha vida, mas que a alterou e modificou completamente. A minha vida perdeu o rumo, eu perdi-me de mim mesmo, e já nem te consigo encontrar, quando olho para ti. É tão estranho. É estranho quando olho para ti, e nem encontro uma réstia daquilo que um dia foste, é como se existisse o corpo, mas o interior tivesse-se evaporado no meio na neblina existente nas tempestades por que passei. Ainda consigo imaginar as minhas mãos e percorrerem as feições perfeitas do teu rosto angelical, ainda me consigo lembrar dos teus olhos cheios de encantos e labirintos, do brilho deles, que me faziam pensar que estava enfeitiçado pela estrela que brilha lá no alto, a mesma estrela que me tem acompanhado nestas noites vãs e solitárias. Depois de tudo o que este amor fez comigo, mesmo que ele tenha feito muita coisa errada, foi um amor que me fez muitíssimo feliz, o primeiro amor que julguei ser concretizável. Desde criança que tenho queda para romances platónicos e proibidos, mas o que senti por ti, era (e ainda é, não sei) mais que amor. Eu quis sempre proteger-te, quis sempre defender-te, quis sempre amparar-te as quedas, abrir-te os olhos aos caminhos que podias ter à tua frente, às várias hipóteses que se tem, quis dar-te o mundo, e acabei por perder, o pouco do mundo que fui construindo antes de ti. Ainda não encontrei os ganhos desta história, mas sei que os há. Ainda devem andar para aí perdidos num dos teus imensos labirintos, mas ansiosos, por me encontrar, e fazer-me ver que é verdade, atrás da tempestade há sempre a esperança de fins melhores...
Pode suar-te a ridículo o que te vou dizer, mas às vezes penso, que estou a pagar bem caro, pela felicidade que um dia me proporcionaste. É como se eu não merecesse ter sido feliz contigo, e agora esteja a pagar em dose dupla toda aquela felicidade. Não te vou mentir, já passaram dois anos, e o sofrimento esse não existe, mas a saudade cresce a cada dia, mesmo eu sabendo que a pessoa que amei (ou amo) já nem sequer existe dentro desse corpo que vagueia pelas mesmas ruas de sempre, as mesmas ruas, que um dia nos guiaram à felicidade. Será possível que tu não te recordes, nem por um segundo de mim? Não signifiquei nada? Não te mostrei nada? Não te ensinei nada? As nossas conversas e todos os meus medos, ciúmes e cenas de rebaixamento não te fizeram entender a grandeza dos meus sentimentos? Eu não te mostrei, nem por um segundo, o motivo pelo qual o meu coração batia e as pernas tremiam? Nunca, em tempo algum, quando te conheci, julguei apaixonar-me desta forma. Aconteceu tudo tão de repente, que nem sei bem como aconteceu. Quando dei por mim, já me fazias falta a toda a hora, uns minutos depois de ter estado contigo, só queria voltar para junto de ti, só te queria amar a todo instante e dar-te provas do meu amor todos os dias da minha vida.
Também te pode parecer um exagero quando te digo que quando finalmente tive a coragem e a capacidade de aceitar o teu “adeus”, o meu corpo desfaleceu. Que chorei inconsolavelmente várias noites e dias. Que perdi tudo o que tinha. Sentia-me como se não tivesse ar para respirar, solo para caminhar e razão para viver. E depois disso, incapaz de me mover, e tolhido pelo vazio e pela incapacidade de fazer fosse o que fosse por mim, enclausurei-me no meu mundo. Bati com a porta a mim mesmo, por ser incapaz de te dar com ela na cara, como me deste com a tua infindáveis vezes… Tudo o que vivi até agora, foi uma longa trajectória, e acredita, perdi-me muitas vezes durante o percurso. O meu castelo de cartas começava a desmoronar-se, cada vez, que a saudade me corroía por dentro e me levava para os lençóis da cama, que produziam o único calor que me abrigava nas noites gélidas do Inverno.
Nunca foste capaz de entender a real grandeza de todos estes sentimentos que vivem escondidos dentro de mim há anos! Nunca soubeste ler o meu olhar, nunca percebeste a maneira nervosa com que ficava quando te aproximavas… Nunca soubeste abrir os olhos para veres o que estava à tua frente, ou se viste, preferiste pular para outro caminho. Pior de tudo, não é ter-me apaixonado e sentir-me como se tivesse cometido um crime, o pior mesmo, é andar num circulo à anos, sem qualquer intenção de o abandonar. É fácil olhar para o futuro e imaginá-lo, mas o difícil é libertar-nos das correntes que ainda nos prendem ao passado. Talvez não esteja a conseguir prosseguir com a vida avante, porque talvez a nossa história não esteja tão bem resolvida, como queres fazer parecer. Pelo menos da minha parte não está. Porque sinto que ainda há muito por dizer, muito para mostrar, muito para te confessar. Sei que o meu amor provavelmente não muda nada, mas as minhas verdades e todo o sofrimento pelo que passei e a saudade inimaginável que ainda hoje me acompanha, farão com que vejas que realmente pisas-te na bola comigo. Eu não merecia nada do que me fizeste. A minha única intenção sempre foi ver-te (fazer-te) feliz, e tu em troca, ofereces-me este sofrimento. Não é justo. E talvez por isto eu tenha mudado, tenha ficado diferente. Revoltado. Decepcionado. Desiludido. Triste. Solitário. Mas apesar de tudo, tornei-me num caminhante sem destino e sei que, o passado já lá vai, que a viagem continua, sem direcção, sem agenda, a viver cada dia sem pressa, sem mapa, como o vento que sopra e ninguém sabe de onde vem, nem para onde vai…


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Ribeira das Lágrimas



  Nestes últimos dias tenho-me recordado amiúde, da montanha que escalei há uns anos atrás. Recordo-me do dia em que alcancei o seu auge pela primeira vez. Foi logo depois de te encontrar aos beijos com outro rapaz na biblioteca da escola. Esse foi um dos momentos em que senti o mundo a ruir nos meus pés. Fugi o mais rápido que pôde. Depois, quando por fim, cheguei à minha terra, sem vontade de ir para casa, decidi vaguear pela floresta, até que encontrei essa montanha. Lembro-me que a brisa era fresca, o céu estava nublado, e o frio de Inverno fazia-se sentir com uma aragem gélida. Antes de escalar a montanha, fiquei a ouvir o som da água a correr sobre a pequena cascata, que ficava ao lado dessa mesma montanha. Lembro-me dessa montanha, porque a visitei, ainda em catraio, com a professora e colegas do jardim-de-infância. A história dessa montanha tocou-me de tal maneira que ainda hoje, não a esqueço. Segundo a lenda, a pedra que simboliza a montanha, que tem um risco ao meio, que separa a pedra em duas partes, abriu-se há muitos anos atrás para acolher Nossa Senhora de Fátima. Nunca mais esqueci essa história, e acho graça à pedra.
  Quando escalei a montanha pela primeira vez, e cheguei ao cimo da pedra, começaram a cair umas pingas de chuva, a visão era linda, e o vento que soprava na minha direcção fazia com que os meus soluços fossem escutados para além do horizonte que a minha vista alcançava. Tinha o coração gelado depois do que tinha visto uns momentos antes de ter chegado à montanha. Quase sem forças, deixei-me cair sobre a pedra. Fiquei de joelhos, a olhar um pequeno buraco com água que estava ao meu lado, a olhar o meu reflexo, ganhando forças para gritar aos sete ventos, que te amava… e fi-lo, mesmo sendo uma loucura. Era uma loucura amar-te, sempre o soube.
   Nessa tarde, no cimo da montanha, ajoelhado sobre aquela pedra “dos milagres”, abandonado ao sabor da corrente, chorei muito, gritei imenso e foi aquele, o primeiro dia em que tive a coragem necessária para te evitar.
  Uns meses mais tarde, encontrei outro refúgio para me abrigar nas horas mais tristes. Como precisava imenso de me abstrair, ia dando umas caminhadas pelas ruas e campos da aldeia. Acabei por descobrir este sítio encantador. Uma ribeira, com um enorme campo verde, rodeado de árvores. Lá só existe o som dos pássaros a chilrear, e a água a correr na ribeira. Refugiei-me lá inúmeras vezes. A primeira vez, ainda me refresquei no pequeno lago que a ribeira proporciona. Depois, encostei-me à beira da Ribeira, e indaguei sobre o meu próprio destino. Há muito que tinha deixado de esperar fosse o que fosse do destino.
  Antes de abandonar o meu “pequeno paraíso”, baptizei-o de Ribeira das Lágrimas. Sabia que aquele ia ser o cenário escolhido para as cenas dramáticas dos próximos episódios. E foi.
  Há já algum tempo que não vou até lá. A última vez que lá estive, foi na tarde, em que me confessaste que tinhas ido para a cama com um fulano qualquer. Essa tarde foi horrível. Cheguei à Ribeira, encostei-me de novo à sua margem, e implorei que a água arrasta-se consigo todo o amor que nutria por ti. Lavei-me, e desejei com toda a força, que renascesse ali um novo eu, da qual tu não fizesses parte. Aquela água, levou muitas lágrimas minhas. Naquela tarde senti-me tão frustrado, revoltado, decepcionado, magoado, injustiçado, que todos esses sentimentos originaram numa avalanche de lágrimas. Chorei imenso. O que já era habitual.
  Acabei essa tarde, enfiado no chuveiro. Enquanto a água corria sobre mim, e levavam as minhas lágrimas salgadas pelo esgoto, pensava o que poderia eu fazer para mudar o destino. Questionava-me se valeria a pena, ir contra o destino. E senti-me mal, por ter percebido de forma tão nítida, tudo aquilo ao qual fechei os olhos inúmeras vezes durante os últimos anos: tu não me amavas, era simples.
  Depois do duche, vesti o meu velho pijama azul, o mesmo que me acompanhou em noites frias, a beber chá na varanda, a esperar algo teu. Quem sabe, apenas um simples mensagem. Era esperar demais de ti. Há muito que me tinhas posto de parte da tua vida. Há muito que tinha ficado de fora dos teus interesses, das tuas escolhas.
  Segui para a cama, onde adormeci, uns minutos depois do sol se pôr. Precisava de descansar a cabeça, que me doía. Uma dor tão forte, mas mesmo assim, mais suportável do que aquela que me causaste, com a novidade que me tinhas dado umas horas antes…  


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Até a Esperança me Deixou...



O olhar focaliza as paredes do quarto, paredes essas, distorcidas pelas lágrimas que teimam em escorrer pela cara. Aprendi da forma mais dura, impiedosa e avassaladora que lutar nem sempre significa vencer. Dar o melhor de si nem sempre significa ter reconhecimento. Apoiar e aconselhar nem sempre significa que nos deem valor. E amar, bem amar, nem sempre significa ser feliz. Amor tem muito mais a ver com dor do que propriamente com felicidade. Como dizia a música dos Aramac: “O amor dá-nos mais dor, que prazer.”. Hoje não existe o “para sempre”, e até mesmo os casais mais apaixonados sabem disso, tanto assim o é que todos os dias sentem medo de perder, medo de que num segundo tudo se transforme e desmorone. Mas de que serve o medo de perder, se no final é mesmo isso que acaba por acontecer? De que serve as palavras mais sinceras, profundas e verdadeiras que dirijas a alguém que ames muito, se no coração dessa pessoa essas palavras de nada valem? De que adianta dares, fazeres, desperdiçares tempo da tua vida por uma pessoa que ames, se essa mesma pessoa não reconhece o teu esforço, o teu empenho para permaneceres ao lado dela? É nisto que tenho estado a pensar. Nestas questões, e chego à conclusão de que por muito que tenha feito, por muito que me tenha esforçado, por muito ter-me empenhado em ser o melhor para ti, isso não te fez dar-me valor. Isso não te fez gostar de mim. Isso não te fez querer ficar ao meu lado. E assim se passaram cinco anos. E pior, o pior de tudo isto, nem é não ter esse reconhecimento, ou esse valor da tua parte, nem mesmo estar sem ti, o pior de tudo isto é que o meu peito continua a contrair-se, o meu coração a ficar cada vez mais pequenino, a cabeça a doer de tanto chorar, o coração doer de tanta revolta e tristeza, o peito acelerado de tanto sofrimento, e o vazio faz-se notar todos os dias com toda a força, e isso derruba-me, atira-me ao chão. É impossível ser forte todos os dias. Há um minuto em que vais ter sempre que te render, atirar a toalha ao chão, e chorar… chorar até acalmares, até a cabeça te doer, e até os teus olhos se fecharem no frio da dor, e no vazio da solidão. Os meus olhos fecham-se assim, e agora, nem a escrita me alivia, me preenche, me consola, porque até a esperança que é a última a morrer, até ela me deixou…