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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A vida inteira eu abri mão de sonhos. E o último foste tu.

- Esta história magoou-te muito, não foi?
- Muito mesmo! A dor que eu senti e ainda sinto, é muito pior que uma dor de dentes. Que uma dor de barriga. Que uma otite. Porque é uma dor que nenhum medicamento pode acalmar. É uma dor que se instala dentro de ti, e não há maneira de a retirar de lá de dentro. Mesmo que queiras. É uma dor que permanece, que dói todos os dias. É uma dor com que tenho que lidar dia a dia, e tentar transformar essa dor, num fardo menos pesado. Há uns dias que essa dor quase me mata. Como há outros em que quase que nem a sinto. Mas sei que ela continua cá dentro. É como se ela só doesse e se fizesse sentir em alguns dias, mas está sempre viva dentro de mim. É horrível a sensação de teres um bicho deste dentro de ti, sem teres como mudar a situação. Não basta atirares a toalha ao chão. É preciso aprender a lidar com o que o destino e a vida reservaram para ti. Sabes, eu cheguei a um ponto de total descontrolo que já nem sei para onde caminha a minha vida. E na verdade, nem faço força para que ela caminhe seja para onde for. Aprendi a aceitar o meu destino e a não lutar contra ele.
- Posso imaginar.
- Não. Acredita que não podes imaginar. Esta é uma daquelas dores que só quem a sente e convive com ela diariamente sabe o que realmente é. Os outros podem imaginar, tentar perceber o que é, mas nunca ninguém a conhece de forma real. Até porque lá está, é uma dor só nossa. É como se fizesse parte da nossa alma e do nosso coração. É uma dor que só nós sabemos sentir. É uma coisa nossa.
- Têm sido tempos difíceis para ti.
- A minha história é uma história de perdas. A vida inteira eu abri mão de sonhos. E o último foste tu. Há certos momentos em que a gente sente vontade de voltar p’ra trás, rever a nossa história. É como, reler a página de um livro, p’ra poder entender melhor a história que está a ser contada, e poder seguir adiante… Como é que eu posso olhar para ti e não sentir nada? Na hora da minha maior decepção contigo. Quando eu vejo que tu te transformaste no avesso daquilo que tu eras. Eu joguei cinco anos da minha vida fora, por causa de ti. Eu não enxerguei nada do que estava na minha frente… Tentando viver uma fantasia. É triste demais, nós percebermos que jogamos uma vida inteira fora, por uma coisa que não existia. Que era invenção da nossa cabeça. Eu amei-te a minha vida inteira. Mas eu nunca tive espaço na tua vida real. Nunca. Tanto é assim, que todas as vezes que a realidade te chama, tu deixas-me. A minha vontade era de te levar para longe, e esquecer que todo o mundo à nossa volta existe. Eu não vim aqui para escutar nada. Eu vim aqui, só para te dizer o que eu estou a passar por tua causa. Tudo porque eu acreditei nas tuas mentiras. Tu enganaste os meus olhos, tu enganaste os meus ouvidos. Porquê? Fala. Porquê? Tu deixaste-me sem saídas. Eu perdi qualquer possibilidade de ter uma vida feliz. Tudo porque sempre que eu estou p’ra ser feliz, tu apareces e estragas tudo. E de repente, tu vais embora. Vais embora como se não tivesses feito nada, nem olhas para trás. Nem queres saber do estrago que fizeste na minha vida. Simplesmente vais embora! Vais resolver os problemas da tua vida, da tua história, e aí de repente, tu resolves e voltas só para me desestabilizares de novo!
- Lamento.
- Deixa. Eu fazia tudo por ti, só precisava que me amasses um bocadinho… só um bocado. Às vezes parece que não consigo respirar longe de ti. Tu viraste o meu mundo de cabeça para baixo. O teu jeito. O teu sorriso. Eu acho que nunca mais vou esquecer isso.


E é isto.



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