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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Amei


“Depois de passar todos estes anos a bater o pé e a perguntar o porquê de todo o sofrimento que me causaste, eu finalmente entendi que o que realmente valeu a pena foi o meu amor por ti. Amar-te de um jeito incondicional, verdadeiro e meio louco, foi o que realmente importou em toda esta história. E sim, valeu a pena amar-te. Sem este amor eu nunca saberia o que era a sensação do coração acelerado só por te ouvir, a sensação das pernas a tremer só por te ver a caminhar em minha direcção, a sensação de pular de alegria só por uma mensagem de “bom-dia”, a sensação de sentir-me a voar sobre os céus, sobre os mares e sobre a terra. Amar-te foi um presente, uma dádiva do universo. Foi o meu mal e o meu bem.Mas sobretudo, hoje digo-o sem reservas ou medos, amar-te verdadeiramente foi sem duvida o mais importante. Sentir o amor dentro de mim, a invadir-me a alma, o espírito e o coração, foi o melhor que vivi, e não importa este ter sido um amor não correspondido, porque o que eu senti, e vivi por este amor, constrói a minha história, e um dia quando me perguntarem: “e aí o que fizeste da vida?”, eu puderei sorrir e responder: “não fiz grandes feitos, nem me tornei num ídolo para ninguém, mas há uma coisa que eu fiz e que poucos conseguiram fazer: amei…”.

Excerto de um livro que escrevi, inspirado na minha história. Não fosse eu, um Autor da Minha História. 


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Uma dor que eu entendo...

Há já algum tempo que não te escrevo. Não porque me tenha esquecido de ti, mas porque não tenho arranjado como e também tempo para te escrever. Estou noutro país, longe de tudo o que conheço, longe das pessoas mais importantes da minha vida. Sou muito bem tratado aqui, mas sabes como é, a nossa casa é sempre a nossa casa. O nosso país é sempre o nosso país. Às vezes aqui, sinto-me como um peixe fora do seu aquário. Hoje acordei com uma notícia muito má. Dois primos meus morreram ontem à noite num fatídico acidente de carro. A vida tem destas coisas e a morte tem sempre o dom da surpresa, vem sempre de onde se espera e num tempo nunca previsto. Ambos viviam aqui, onde me encontro neste momento a escrever-te e estavam aí em Portugal para passar as habituais férias de verão. A mulher desse meu primo, que por sinal é a minha verdadeira prima, ainda estava cá e mal soube da notícia arrancou logo para baixo. Sabes o que me deixou mais triste no meio de toda esta tragédia? É a filha deles que com cinco aninhos, ficou sem o pai. Isso sim, é esmagador. Nem quero imaginar a dor da minha prima neste momento. De certa forma compreendo-a, visto que eu também te perdi a ti e sei o quanto dói. Mas não nos posso comparar. Ela ia fazer daqui a uns dias seis anos de casada, e sem contar ficou viúva.
Eu compreendo a dor dela neste momento. Não há nada pior neste mundo do que perder o nosso grande amor. É uma dor que põe a nossa vida de pantanas, e que vira tudo de cabeça para baixo. Acordar todos os dias sem saber aonde se vai buscar as forças para  atravessar o dia, deitar-nos com a tristeza que a solidão nos proporciona. Imaginar um futuro belo, feliz e cheio de amor, futuro esse que não acontecerá. Tu ainda vives, temos amigos em comum, qualquer coisa que te aconteça acabarei por saber, mas já a minha prima, não terá essa “sorte”. O seu amor partiu, embarcou para outra dimensão. Não mais o tocará, não mais o beijará, não mais o ouvirá, não mais o sentirá, não mais o verá, a não ser nas velhas fotografias dos bons momentos passados, e eu compreendo que uma fotografia nunca é suficiente para se matar saudades de alguém que amamos, achamos sempre pouco. A fotografia é só um papel mascarado com uma imagem. Ver e sentir é o que nos faz sorrir, que nos faz ficar felizes, que nos faz “matar” a saudade.
Quando te encontrei, quando entraste na minha vida, há cinco anos atrás eu julguei ter encontrado o meu grande amor, a minha alma gémea, e quem me lê sabe bem de tudo o que eu passei sozinho por tão grande sentimento, e talvez por isso mesmo, hoje já não chore, e já nem me sinta tão revoltado por tudo o que aconteceu. Acho que me fui adaptando à minha vida e às coisas que foram acontecendo, embora te mentisse se te dissesse que já te esqueci. É impossível já ter esquecido alguém em quem nós pensamos todos os dias, não é?

Mas agora é diferente, penso em ti, mas vejo-te de uma maneira diferente. Mesmo as tuas fotografias já não despertam em mim o que despertavam dantes. O meu coração já não acelera tanto só de ver o teu nome. Eu já não choro por ti. Eu já não penso em como seria se voltasses. Eu já nem imagino futuro algum contigo, porque aprendi, talvez da forma mais dolorosa e impiedosa de que não adianta planear nada, a vida tem o dom da surpresa. E é ela quem dita os caminhos que vamos percorrer, é ela quem nos leva aonde devemos pertencer. Por mais força que eu fizesse para ficar contigo, eu jamais poderia vencer o destino que tão facilmente de coaduna com a vida e os seus infindáveis mistérios. Provavelmente eu poderia passar a vida inteira a perguntar “mas porquê?”, que não obteria resposta alguma. Há coisas que simplesmente não têm explicação. Eu vi em ti o mundo, o grande amor da minha vida, e se calhar até o eras, mas por alguma razão tu não viste o mesmo em mim. Eu que sempre fiz, dei e abdiquei de tanta coisa por ti! Eu que te amei, que te desejei, que te apoiei e que nunca te falhei nos maus momentos! Eu que lutei pelo teu sonho, que mil vezes abdiquei da minha felicidade para te ajudar a conquistar a tua! Eu que sempre mascarei a minha dor diante de ti para que nunca nada te faltasse. Eu queria dar-te o mundo, e comecei por dar-te o meu coração. Tal como a minha prima o deu ao seu marido, que infelizmente partiu. E talvez por saber o que é dar o coração a uma pessoa que não partilha a sua vida com a nossa, que a única coisa que temos dela é ausência, eu a compreendo e sinto a sua dor como a minha, embora não a compare. O que ela está a passar neste momento é sem dúvida alguma muito pior do que eu passei ao longo destes anos. Ela perdeu-o para sempre… mas no coração dela, o marido vai estar sempre como tu no meu: sempre lá presente, sempre a viver…