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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Na minha pele




Só queria alguém que me abraçasse e dissesse: "eu entendo-te". De há alguns anos para cá a minha vida virou de pernas p'ró ar. Não tenho tido sossego dentro de mim, há sempre alguma coisa que me deita p'ra baixo, que me assusta, que me deixa com medo, que me faz recear sempre o dia de amanhã. Eu sorrio, brinco e mando piadas, mas acreditem, não sinto nada disto. Eu sinto-me morto dentro de mim. Agora, com a possibilidade de ter que emigrar ainda pior. Por muito que as pessoas me queiram ajudar, só gostava que me percebessem. Só gostava que por segundos fossem elas a estar na minha pele. A ter que ser elas a adaptar-se a um novo país, a uma nova língua, a nova maneira de viver e de se estar. Ninguém tem culpa do país estar como está, mas cada vez mais os jovens estão a levar com o peso todo em cima. Eu invejo aqueles que podem ficar cá, ou que tenham um trabalho estável. Mudar de país é deixar tudo p'ra trás. Família mais próxima, amigos, amores, tudo aquilo que foi a nossa vida - e que fez parte dela - até então. É complicado, extremamente duro, esta mudança. Ainda para mais quando uma pessoa se sente revoltada com tudo o que nos aconteceu até agora. Saber que tem que ser, é um choque, é quase como se fossemos empurrados por um vendaval na direcção aposta daquela que nós sonhamos a vida toda. Os nossos estudos, e os nossos esforços de anos, ficam p'ra trás, é como se todo o esforço de nada nos valesse. Foi tempo, e esforço perdido em vão. 
Hoje em dia, as pessoas dão tanta importância ao dinheiro, e é aí que eu também gostava que me percebessem. Dinheiro p'ra mim não têm a importância que os outros dão. Com o dinheiro eu posso comprar um bom carro, uma boa casa, umas boas roupas, sim posso... mas não posso comprar amor, saúde, amizade, não posso comprar aquilo que é mais indispensável à nossa vida e à nossa sobrevivência. Será que é assim tão dificil perceber que para mim o dinheiro não é a coisa mais importante, e por muito que até seja bem pago fora daqui, o esforço e o sacrifício não vão ser bem pagos para tudo aquilo que fizer... Porque não é só trabalhar, é adpatar-mo-nos a um mundo novo, um mundo completamente diferente daquele em que vivemos até agora. EU nunca fui bom em mudanças. Em nada na vida. Elas sempre me custam, sempre me doem, sempre me ferem. Só eu e Deus, sabemos o que vai dentro de mim. Mas eu preferi deixar de falar com as pessoas sobre o que sinto, porque ninguém me percebe. Acham sempre que ou não quero trabalho, ou não sei o que quero. Obviamente que o que eu queria de verdade era ficar aqui, onde me conheço, onde sei quem sou, onde sei quais são os meus limites, onde sei viver. Mas também sei perceber que aqui, por agora, não há grande futuro. Só mesmo para os afortunados e os cheios de sorte. E eu nunca tive sorte! 
Só gostava que aqueles que me apontam o dedo, e quesão os primeiros a criticar-me, estivessem dentro de mim só um dia, umas horas ou até uns segundos, porque apontar defeitos à vida dos outros é fácil, dificil mesmo é sentar-se lado a lado, e dizer: "eu entendo-te". Porque mais de que um trabalho, o que eu preciso é de apoio, gente que me ajude a levantar e não gente que me bota p'ra baixo nos meus momentos mais tristes e complicados. Por tudo o que vivi sozinho até hoje, e que ninguém sequer imagina, eu sei o porquê das minhas reacções e o porquê de ser assim. Porque tenho uma história, porque tive uma vida, e porque só eu conheço os meus sentimentos e aquilo que na verdade vai dentro de mim. Porque sou eu que tenho que viver daqui p'ra frente, sou eu que tenho que me adaptar, sou eu que tenho que fazer tudo sozinho... 


Ao governo só tenho uma coisa a dizer: já que o futuro dos jovens é emigrar, ao menos empenhem-se em dar aulas de línguas estrangeiras nas escolas. Troquem as inúmeras horas da disciplina de "Português" por outras como "Inglês", "Francês"... visto que elas irão fazer muita mais falta que a nossa própria língua! Já que no resto não podem fazer nada, ao menos façam isto pelos próximos jovens de Portugal! CONCENTREM-SE NA FORMAÇÃO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, PORQUE O PORTUGUÊS NÃO FAZ FALTA!!!



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