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sábado, 14 de setembro de 2013

E Depois do Adeus - Cap: Faz hoje quatro anos...



Como hoje faz exatamente quatro anos que isto se passou, decidi transcrever para este blogue um capítulo completo do meu livro "E Depois do Adeus", que relata o que aconteceu há exatamente quatro anos atrás... 

"   14 de Setembro 2009, às 7:20h, desperta o meu telemóvel. Nessa noite adormeci no sofá da sala, estava com uma dor de costas descomunal, mas nem mesmo essa dor, me impediu de saltar ao ar e de começar o dia a cantar. Dentro de uns minutos ia ver-te, estar contigo, ouvir a tua voz, sentir-te perto, depois de quase três meses separados. Mandas-me uma mensagem logo quando acordaste, o que era o habitual: “Bom dia paixão. Está tudo? Amo-te muito. É hoje!”. Sim, era naquele dia, que nos iríamos reencontrar!
  Ainda hoje me lembro da emoção, do bater do coração, das pernas trémulas e do friozinho na barriga, enquanto me dirigia para a paragem do autocarro, e enquanto, aguardava a tua chegada. Enquanto, o autocarro não chegava, tu ias-me mandando mensagem, a dizer que estavas cada vez mais perto e que faltava pouco para – finalmente – estarmos de novo juntos. Nesses minutos, em que o meu coração se enchia de calor, amor e extrema felicidade, não me lembrei mais dos momentos menos bons que se tiveram passado anteriormente, ao longo de todos os meses. Já tínhamos um ano e quatro meses de “amizade”, e óbvio, que em um ano já tivera acontecido muita coisa. Bons e maus momentos. Mas nos dias como o deste, o coração só pensava no bom, no belo e no quanto era bom estar ao lado de quem se ama.
  Quando, por fim, chegou o autocarro o meu coração quase que saltava pela boca. Batia com tanta intensidade. Batia descontroladamente e estupidamente, por um momento, que hoje aos meus olhos, não tem qualquer impacto. Mas isso, é hoje, que já não estou apaixonado por ti. Naquela hora, a felicidade apoderou-se de mim, e podia morrer ali, que nem me importava. Pelo menos morria felicíssimo.
Quando os meus olhos se encontraram com os teus olhos cor de mel, quando nos cumprimentamos, embalei de novo na nuvem, e o mundo lá fora deixou de me interessar novamente. Quando estava contigo, nunca me interessou. Quando estávamos juntos, o mundo lá fora deixava de existir, é como se, só existíssemos nós os dois, como se as pessoas fossem miragem, como se tudo ao nosso redor desaparecesse, porque apenas tu interessavas, porque só tu existias, porque, eras o meu mundo, sem qualquer dúvida.
E é tão fácil ser o mundo de alguém quando se ama. Quando amamos, quando o amor nos embala, quando a felicidade nos atinge tão fortemente no peito, quando nos deixamos ir na nuvem sem rumo e sem direcção à espera sempre do “tal” final feliz, nestas ocasiões, somos capazes de enfrentar qualquer problema e dilema, sentimo-nos capazes de tudo e mais alguma coisa, os problemas resumem-se apenas a meros obstáculos que serão certamente ultrapassados facilmente, o ar é sereno e puro, os olhos reluzentes e brilhantes, o corpo torna-se mais leve, a vida é simplesmente fácil de viver, isto tudo, porque o amor que tem tanto de doce como de amargo, nos dá a capacidade de criar por meros momentos, o nosso mundo perfeito. E sim, quando se ama, o mundo torna-se sempre – ou quase sempre! – perfeito. Mas só até se ser correspondido!
  Quando chegamos à vila, fomos dar uma volta, falar de coisas triviais sobre as férias, e sobre as tuas “conquistas” amorosas. Recordo-me que neste dia te dei, o DVD dos “Transformers” que tu tanto querias e dois maços de tabaco. Dava-te sempre alguma coisa, mesmo já te dando tudo o que uma pessoa podia dar a outra: o seu amor. Foi neste dia, nas piscinas, que tiramos a nossa primeira fotografia juntos. As coisas entre nós sempre foram por etapas, e por pequenos passos, sempre calculados e ponderados, para não tropeçarmos nas fundações da pequena casa que íamos construindo dentro dos nossos corações. Tiramos duas fotografias. E depois fomos almoçar à pizzaria da vila. Depois de nos sentarmos, pedimos a uma bebida. Tu, a habitual Coca-Cola, e eu o (quase sempre!) habitual Ice Tea de Manga. Decidimos comer a pizza Capricciosa, só que vê lá como eu estava nas nuvens, que naquele momento pedi apenas uma pizza! E eram duas! Uma para mim, outra para ti.
- Só uma? – disseste tu!
  -Não. Duas! – respondi eu.
  -Não. Tu pediste uma! – informaste.
Fiquei mesmo atrapalhado naquele momento, estava tão, mas tão feliz que nem ligava ao resto. Andava mesmo com a cabeça no ar! Remendei o erro, e pedi: “Mais uma, se faz favor!”.
 Durante o repasto, rimos muito, falamos muito, falamos essencialmente do futuro. Supostamente iriamos estar juntos todos os dias - “nem que seja só por 5 minutos” –, dizias tu com aquele sorriso e voz que se assemelhava àquelas melodias que nos levam para longe, que por tantas vezes me encantou. Dizias ainda, que “tu és aquilo que me interessa. Vamos ficar juntos para sempre, sem mais problemas e sem mais stresses e eu, vou portar-me bem… e vou mesmo mudar!”. Acreditei e foi por ter acreditado nestas e outras coisas que acabei por quebrar a cara, uns meses à frente. Mas naquele momento, ao ouvir aquelas palavras ditas pela tua boca, sei lá a sensação foi tão indescritível, só sei que elas me entraram dentro do coração, e alimentaram-me os dias, e deram-me forças para ultrapassar os momentos menos bons.
Contigo ao meu lado, era tudo tão mais simples, tão mais fácil, tão melhor, o vazio era tão mais preenchido nas horas mortas, todos os dias eram mais belos, mais felizes, e consequente a isso, mais rápidos também! Mas é mesmo assim o amor: dá-nos a capacidade de sobrevoar sob as coisas menos boas da vida.
O meu melhor eras tu, e naquela altura, não existia sequer o meu pior. Mais à frente, o meu pior, passas-te a ser tu, e este amor que um dia senti pela tua pessoa. Um amor todo errado, nada sensato e com um final que quase virou tragédia. Tantas avarias sentimentais, tantos vendavais, tantas lágrimas, tantos nadas, e nenhuns todos, o nosso final foi o pior momento da minha vida até hoje. Mas o que mais doeu, não foi o final em si, porque nós acabamos e começamos inúmeras vezes, mas o facto de não saber de “desta vez” era de vez, ou se, um dia mais tarde te lembravas e voltarias ao cais que um dia abandonaste, porque decidiste mudar de vida, de sonhos, de sentimentos e quem sabe, de caminhos. Já lá iremos.
  Quando acabamos o almoço, fomos para a paragem dos autocarros, encontraste um amigo teu que iria ser da tua turma nesse ano. Antes mesmo de saber, a tua turma, eu já era contra ela pelo facto de ires estudar para um curso daquele género, sabia que a tua entrada naquele curso ia mudar e muito a tua postura e consequente a isso, a nossa história ia pelos ares.
  Não sou bruxo, mas previa com antecedência todos os acontecimentos da nossa história. Ou talvez, não fosse previsão, fosse o meu subconsciente a dizer: “A verdade é outra. Não é essa, em que queres tanto acreditar! Muda de caminho. Salta fora. Olha os sinais. Presta atenção, aos pequenos detalhes, e ao que se deixa cair nas entrelinhas de todas as frases e de todas as conversas.”
   Mas queria lá eu saber do meu subconsciente, naqueles momentos! Queria era amar, ser amado. Numa palavra ser feliz. E, eu fui feliz, e muito, ao teu lado.
  Quando entramos no autocarro, ouvimos musica, passei-te para o teu telemóvel o tema da “Luz e do Pedro daquela novela, ai, como se chama? Ah! Já sei “Deixa Que te Leve!”, disseste tu. Ouvimos ainda um tema, que ainda hoje ouço não tantas vezes como dantes, mas ainda chega aos meus ouvidos algumas vezes. “Adivinha o Quanto Gosto de Ti” de André Sardet. Também te passei esta música. Nesta música, gosto essencialmente da parte que diz “vem jogar comigo um jogo, eu por ti e tu por mim, fecha os olhos e adivinha, o quanto eu gosto de ti…”, e sinto uma pena imensa, por nunca teres conseguido calcular o quanto eu gostava de ti, e o quanto o meu coração te desejava. Abriguei-te dentro do meu coração, dei-te o meu amor, ofereci-te a minha vida, vivi por ti, dei-te tudo e mais alguma coisa, sonhei com o final feliz, acreditei nas tuas juras e promessas, imaginei todas as mudanças que me disseste que iam acontecer, e a única recompensa que tive, ainda foi sofrer! Grande história, esta! – ironia! Hoje, ao escrever esta frase, dá-me para troçar de mim mesmo, por ter sido tão ingénuo.
As coisas estavam todas lá, eu é que lhes fechei os olhos, por vontade própria, e mais uma vez, no final de tudo quem se deu mal mais uma vez fui eu. Pagava sempre as favas, mesmo eu não tendo culpa de nada. Sempre lutei por um final diferente, sempre te tentei puxar para mim, discutia contigo para te por na linha, fazia as pazes contigo e perdoava-te porque viver sem ti era como se tivesse o peso de um mundo nas costas. Sem ti não adormecia facilmente, sem ti não me envolvia no quotidiano com tanto empenho, sem ti era metade eu. Porque era tão burro, que acreditava que eras a minha metade, a minha alma-gémea. Oh! Meu Deus! 
E assim prosseguia a música: “… gosto de ti desde aqui até à lua, gosto de ti desde a lua até aqui, gosto de ti, simplesmente porque gosto e é tão bom viver assim…”! A mensagem era clara, tu é que não a percebeste!
  Nessa tarde, irias cortar o cabelo, coisa que afinal não aconteceu. Durante a tarde, falamos muito, sempre a pensar no “futuro feliz” que teríamos. Calculamos mal, foi o poder do destino na vida de cada um de nós. Eu ainda tentei ir contra o destino, mas quando dei por mim, percebi que duas pessoas contra o destino, quase sempre eram derrotadas por ele, então uma pessoa contra: é guerra perdida! Mas ainda assim, fui teimoso, obstinado e possessivo, queria ficar contigo o resto da vida, e demorei imenso tempo a desistir. Só desisti quando um ano depois do “fim”, perdi as forças para conseguir sequer acreditar nisso, e percebi também, que tu nunca me amaras. Nunca eu tivera significado nada na tua vida. Tu tiveras mudado o meu mundo, a minha visão de ver a vida, mudaras-me por completo, viraras a minha vida de pernas para o ar, e cobarde como sempre deixaste-me só, a tentar reconstruir a minha vida dia após dia a compor os destroços que o tsunami do teu “falso amor” me deixou.  Passei por tudo isto sozinho, dentro de casa fechado, como se tivesse cometido um crime. E agora percebo que cometi um crime. E paguei por ele. Apaixonar-me por uma pessoa como tu, foi uma incongruência, uma loucura, um acto de autodestruição. Paguei um preço alto, mas hoje, estou aqui para te contar tim, tim por tim, tim tudo aquilo que o meu coração fez questão de guardar só para ele."

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