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sábado, 9 de novembro de 2013

O nosso tempo perfeito, que jamais voltará...

 “Não sei qual de nós os dois foi o mais triste; se eu porque te amei de verdade, ou se tu por nunca teres conhecido o verdadeiro significado do amor”, escrevi-te esta frase num texto antigo, numa época onde a tristeza era a minha maior companhia.
Foram tantos anos complicados. A minha existência, resumia-se – em tudo! –, somente ao meu sentimento por ti. Um sentimento que me roubou anos de alegrias verdadeiras e sorrisos estridentes e sinceros. Claro, tive alegrias ao longo destes anos, mas nunca nenhuma delas foi realmente alegrias… se é que entendes o que te estou a tentar transmitir.
Amei e gostei demais, mas esse não foi o problema. O maior problema foi o de me ter agarrado demais a ti. Eras só tu o que eu via à frente. O mundo eras tu. E parece patético dizer que o mundo pode passar a ser só uma pessoa, mas acredita é exatamente assim quando se ama. Uma das melhores sensações do mundo, é estares com a pessoa que amas, e não notares a existência do que há à vossa volta. Foi sempre assim que me senti, em cada segundo que partilhei ao teu lado. Nada à volta existia. Nada importava. Éramos só eu e tu.
Tenho saudades do tempo antigo, acredita. E, de ti, quando te conheci. Tenho saudades do teu olhar profundo, intenso e misterioso. Esse olhar que me agarrou, me enfeitiçou, me conquistou por completo. Um olhar límpido, alegre, e acima de tudo sincero. Tenho saudades da tua voz engraçada. Do teu sotaque ao dizeres ‘um’, ‘não’, ‘chão’, ‘sempre’. Saudades das inúmeras vezes que te pedi para repetires estas palavras só para poder sorrir mais uma vez.
Também tenho saudades das mãos dadas, quando saia das aulas mais cedo – com a desculpa de que tinha que ir fazer qualquer coisa –, e me sentava contigo naquele banco amarelo, naqueles dias cinzentos e frios no decorrer do Outono. Tenho saudades da nossa cumplicidade, da nossa forma de estar um com o outro. Tenho saudades de me convidares para ir contigo no autocarro. Saudades de quando me pedias para te ir buscar o almoço fora da escola. Saudades de te ouvir dizer quase em múrmuro e por entre muitos risos tímidos: ‘amo-te’. Saudades dos passeios, em que me falavas de ti e das tuas coisas. Saudades de falar contigo de manhã à noite, e mesmo assim achar pouco tempo. Saudades do meu olhar a cruzar-se com o teu, logo pela manhã. Quando me vigiavas pelo vidro do autocarro. Tenho saudades de ti a queixares-te de que ninguém te queria. Saudades dos olhares cúmplices quando passávamos um pelo outro nos corredores da escola. Saudades de quando as nossas salas de aulas eram vizinhas e as aulas de Educação Física eram na mesma hora. Saudades do nosso abraço de ‘pazes feitas’ durante aquele intervalo em que estava quase a nunca mais te falar. Saudades das tuas infindáveis mensagens do tipo: ‘não respondes?’, ‘não falas?’, ‘porque não respondes?’… Enquanto me lembro de tudo de que sinto saudades, dá-me para sorrir. É que sofri, é verdade. Mas acredita, que também fui muito feliz.
Tenho saudades dos nossos almoços juntos, das nossas tardes juntos passadas a conversar, saudades do dia em que no meio de uma brincadeira caímos um sobre o outro e nos rimos de uma maneira super feliz e sincera. Tenho saudades de discutir contigo por causa das tuas atitudes incorrectas comigo. Por saberes que eu não gostava, e por continuares a fazê-las. Nunca pensei que houvesse um fim na nossa ‘amizade’. Nunca. Não no decorrer deste tempo, de que me estou a relembrar. Saudades de ti a insistires para fazermos as pazes. Saudades de ti quando me dizias que só eu já te fazia feliz. Saudades do dia em que tiramos as nossas primeiras fotos. Do dia em que fomos almoçar à pizzaria e totalmente feliz por estar contigo depois de meses sem nos vermos, me esqueci de pedir a tua pizza.
Saudades de ti, e de um tempo perfeito e sinceramente feliz, que infelizmente não mais voltará.
Como podes ver, ainda sei, relembrar bons momentos. As coisas boas. Porque elas existiram. E só eu sei o quentinho que sinto dentro de mim quando me lembro disto. E do sorriso sincero que esboço quando me vejo a viajar por entre estas memórias. Só é de lamentar o que veio a seguir a tudo isto.
Só posso lamentar o nosso afastamento. E, o facto de a vida nos ter dado caminhos tão diferentes. Juntos fazíamos uma boa equipa, e sei, que tu e eu fomos muito felizes neste tempo. Um tempo em que lutávamos os dois juntos por tudo e por nada. Em que tu eras a melhor pessoa que alguém poderia encontrar na vida! – e agora, desculpa, mas umas lágrimas, surgiram no meu olhar…
Essas lágrimas surgem porque é-me dificílimo entender como é que te transformaste tanto. Como é que quando agora olho para ti, vejo que te transformaste no avesso daquilo que tu eras. E acredita, isso é triste demais. Quando gostas de uma pessoa, que já não habita no corpo que lhe dá a ‘imagem’. As pessoas não são o seu corpo, são a sua alma. E tu vives no mesmo corpo, mas a alma é que me parece diferente, é isso que te quero dizer.
E as lágrimas surgem por isto. É estranha a nossa capacidade de guardarmos, mesmo que inconscientemente, tudo o que vemos e sentimos aqui dentro de nós. Mais estranha ainda é a forma como tudo isso nos afeta, mais cedo ou mais tarde. Vem tudo contra nós como se de uma tempestade imprevisível se tratasse. O pior de tudo é que, estando em alto mar, ficamos cada vez mais perdidos a cada dia que passa, sem saber como e a quem pedir ajuda. Sem saber se devemos esperar ou simplesmente atirarmo-nos ao mar. Estamos sempre a tempo de conhecer as pessoas, e com isso, descobrir que vamos acabar por perder as jogadas nas quais investimos vezes sem conta, perdas de tempo. Muitas das vezes, não somos mais capazes de arriscar e investir em algo da mesma espécie, com receio de que, uma vez mais, percamos a partida. Mas, como em tudo na vida, não há jogadas perfeitas, muito menos pessoas perfeitas. Só me pergunto se é preciso subir tão alto para só do cimo cair. Se é para dar uma queda, que fosse logo da primeira pedra.
Estar longe é diferente de estar ausente, sabias? Sei isso porque mesmo quando estás longe, eu sinto-te comigo. Às vezes o mundo parece tão grande que não sei se conseguirei abraçar-te, mas a verdade é que o tamanho do meu sentimento por ti nunca será suficiente para te afastar de mim, porque é mais forte que toda a distância que nos possa separar. E, às vezes penso que, lá porque a vida nos trouxe à mesma estrada, não significa que chegaremos ao mesmo destino, e tu sabes bem o quanto eu queria caminhar ao teu lado. Porque no fundo eu sei que lá porque a vida me deu braços, não significa que te conseguirei agarrar. O destino é traiçoeiro e o tempo duvidoso, porque quando mais achamos que os temos seguros na palma da mão, mais eles nos fogem por entre os dedos. Mas eu sempre gostei de um bom jogo de apanhadas, então eu digo, que se o destino nos quiser fugir e o tempo nos quiser apanhar, terão muito amor para combater.





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