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quinta-feira, 11 de abril de 2013

E viveram separados para sempre...



Passaram cinco anos. Cinco anos em que todos os dias eu acreditei num final feliz. Mesmo nos dias em que eu estava super magoado, desiludido, desapontado, eu acreditei sempre. Por este amor eu fui até ao limite. Sozinho. Mas fui. Eu fui completamente até ao fundo, passei por tudo sozinho.
Eu mudei. Desde que esta história começou, eu deixei de ser a pessoa boazinha que eu era, de estar sempre pronto a ajudar os outros, de ter paciência para ajudar e ouvir as pessoas. Eu mudei.
Cheguei a este ponto e eu percebo que nada valeu, nada do que eu fiz valeu a pena. Terminei sozinho, mas se calhar mais capaz de enfrentar o que vier por aí. Depois de tudo, não resta nada.
Hoje eu não me sinto revoltado por não ter um final feliz, mas porque a pessoa por quem eu lutei, nunca mereceu nem um terço dos meus esforços. Nem um terço dos meus sentimentos, nem um terço do meu amor. E mesmo sabendo disso essa pessoa vive aqui dentro. Se calhar agora é isso que me deixa revoltado. É que agora mesmo vendo que a pessoa que eu gosto não merece nada, continuo a gostar dela. Se calhar já não me assusta viver a vida toda sem este amor, sem essa pessoa. Se calhar isso já não me assusta, mas o que eu tenho medo agora é que eu nunca deixe de amar, porque é assim, eu vivi cinco anos de muitas desilusões, muitas mágoas, muitas tristezas, muito sofrimento causado por essa pessoa, e o que eu sinto sempre foi mais forte que isso. Eu tenho medo de nunca deixar de gostar. Tenho medo que o meu coração pertença sempre a uma pessoa que não merece.
Hoje tenho que apagar as fotografias, apagar as mensagens, apagar o número… apagar tudo. Só que não vai adiantar de nada, porque se eu vou ter que apagar, tenho que apagar do coração.
Eu fiz tanto por uma pessoa que hoje vi, não merece. A pessoa por quem eu mais fiz na minha vida, a quem eu mais me entreguei a cem por cento, não mereceu nem metade. E mesmo quando essa pessoa não estava bem, eu estava lá a apoiar… a ajudar. Mesmo quando essa pessoa me falava com quatro pedras na mão, eu falava, eu prestava o meu apoio. Mas não adiantou de nada. Tudo o que eu fiz, não valeu. E não foram dias, semanas ou meses de luta, de espera, de sacrifícios, de sonho… foram cinco anos.
Eu perdi, quem sabe, os melhores anos da minha vida enclausurado num quarto, fechado dentro de uma casa, incapaz de ir à vila onde sabia que essa pessoa estava, tudo porque sempre que eu a via, o meu coração disparava, as minhas pernas tremiam, e a vontade que eu tinha era de fugir, e escondia-me… eu escondia-me! Eu escondia-me como se o que sentisse fosse pecado, como se eu não tivesse direito à vida, como se não tivesse direito a ser feliz. E acabei por afastar muitas pessoas por isso. Porque eu próprio me afastei delas. Tudo porque eu estava a sofrer, por uma pessoa que afinal nunca mereceu. E eu amei tanto… Amei e amo, sei lá.
É triste. Mas a partir de hoje, eu vou-me esforçar para ser diferente. Para recomeçar. Sozinho. Sem ninguém.
Houve tantos dias em que eu quis morrer. Que eu perdi o interesse na vida e em tudo. Eu pedi a morte, eu implorei que me matassem, eu fiz tudo isso. Eu hoje, e apesar de revoltado, eu não me arrependo destes cinco anos, porque da minha parte foi tudo sentido de maneira verdadeira, genuína… profunda. Eu vivi estes cinco anos de maneira muito profunda e verdadeira. Eu não me arrependo do que dei, eu não me arrependo do que fiz, eu não me arrependo do que esperei, e do quanto amei e amo. Eu não me arrependo de nada. Até porque eu não posso mudar as coisas, eu não posso mudar o passado. O que aconteceu faz parte da minha história e vai acompanhar-me para o resto da vida.
Por este amor eu passei por golpes tão pesados. Eu fui obrigado a ver a pessoa que eu amava a curtir com outros, eu fui obrigado a ouvir da boca da pessoa que gostava que poderia vir a ter um filho, eu ouvi a pessoa de quem eu gostava, todos os dias, a falar-me de outros amores. Eu ajudei a pessoa de quem eu gostava a namorar com outros. Eu fiz tudo para que nada lhe faltasse. Eu era capaz de tirar o comer da minha própria boca e dar-lho a ela. Eu entreguei-me a cem por cento, a uma mentira! A uma pessoa que dizia que me amava e que eu era tudo, e que de um momento para o outro, deixou de me falar, que me ignora, me menospreza… me afasta.
E o que me revolta ainda mais, é que parece que nem a minha dor e o meu sofrimento, valem para alguma coisa. Porque depois das lágrimas e das noites mal dormidas, tudo continua igual. Tudo… fica igual.
Não posso fazer nada, porque agora vai ser complicado estes tempos, não mandar mensagens, fingir que essa pessoa não existe, que morreu…
Mas eu vou ser sincero, nas vezes em que isto aconteceu no passado, eu sofri muito mais do que agora. Porque eu também estou cansado. Eu também estou farto.
Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, eu não procuro um novo amor, uma nova oportunidade para nada… Eu dava a minha vida por uma pessoa para quem até o Facebook é mais importante! Eu era capaz de arriscar a minha vida, como arrisquei tantas vezes, saí de casa às escondidas, com desculpas esfarrapadas, para passar as tardes com essa pessoa e não adiantou.
Por isso é que é difícil para mim acreditar que Deus possa existir. Eu fiz promessas, não em dinheiro mas em sacrifício próprio… eu fiz promessas, eu rezei, eu acendi velas, eu fartei-me de chorar à frente da imagem de Nossa Senhora de Fátima e de tantos outros santos, e nada, nada mudou, nada adiantou, continuou tudo na mesma. E às vezes parecia que quanto mais eu falava com Deus, piores as coisas ficavam!
Eu aprendi com esta história, que nós não somos felizes com um iPhone, porque eu tenho um, com um Tablet, porque eu até tenho dois, com um plasma no quarto, porque eu também tenho, nós não somos felizes com dinheiro na carteira, porque eu também vou tendo. Nós somos felizes, quando as pessoas de quem nós gostamos, estão ao nosso lado, gostam de nós e nos fazem sentir amados.
Eu também estou revoltado, comigo e com o mundo. Eu culpei as pessoas que estavam mais próximas de mim, quando eu sentia a falta dessa pessoa, eu barafustei, eu recusei-me a ouvir os outros, eu tratei mal pessoas que cresceram comigo! Eu mudei. E deixei de ser para os outros a pessoa que eu era contigo. Os outros que sempre estiveram comigo!
Não porque eu quis, porque uma pessoa não muda porque quer. No meu caso, foi porque eu fiquei tão revoltado com a minha vida, fiquei tão decepcionado, tão em baixo, tão sem nada, que acabei por… sei lá. Há uma coisa que eu admiro em mim, apesar de tudo, eu estou sempre pronto para dar uma gargalhada, para apoiar…
Hoje esta história teve um ponto final. Eu sei que ainda vou sofrer muito daqui para a frente, que eu vou sentir saudades, que a ausência vai-me magoar bastante… mas não é nada a que eu não esteja habituado. Eu já estou habituado à ausência, até mais do que a presença, e se calhar também é por isso que eu tenho medo, porque eu estou mais habituado a amar na ausência do que propriamente na presença. Eu estou habituado a amar aquilo que não está nos meus dias.
Agora é bola para a frente e ver no que vai dar.
Estou no fundo do poço… sem nada. A partir do momento em que estamos sem nada, só podemos contar com o pouco, com o razoável, e depois com o todo.

Só espero é que tu me saias do pensamento, das minhas veias e do meu coração, e que morras na minha história. 





2 comentários:

  1. Tenho seguido o seu Blog...
    Identifiquei me com sentimentos, maguas...
    Hoje nao posso deixar de comentar, cairam me lagrimas....
    Estarei aqui sempre para o ler..
    A.C.

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