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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ana Casaca: Todas as Palavras de Amor - As melhores frases e excertos!

Nome: "Todas as Palavras de Amor"
Página Facebook:  https://www.facebook.com/pages/Autor-da-Minha-Hist%C3%B3ria/352657488156512?ref=ts&fref=ts
Autora: Ana Casaca
Edição: Janeiro 2013
Editora: Guerra & Paz
Apoio: Clube do Livro SIC

Páginas: 207
Apresentação: «Trago-te junto a mim, como se traz um grande amor, daqueles que não partem nunca, mesmo que outros tantos amores cheguem depois.»



·         Fiquei sentada num dos bancos a pensar em nós e na dualidade que é viajar sozinha. Por um lado, temos o tempo todo do mundo para nos determos sobre o que achamos importante e que pode até ser um casal que se sentou a contemplar o mar mesmo ao nosso lado. O tempo é nosso e não importa se sentimos fome, sede, frio, calor. Não nos importamos nem um bocadinho quando viajamos sozinhos, pois entregamo-nos de corpo e alma à viagem e isso é bom. Por outro lado, não podermos partilhar aquela paisagem que nos arrebata, não podermos caminhar de mão dada enquanto comungamos o silêncio, não podermos encher-nos da perspectiva alheia e compará-la com a nossa é triste. Tenho sentido um vazio cada vez maior. Um vazio que nada parece preencher, um vácuo bem no meio do peito e isso assusta-me.

·         A verdade é que me fazes falta. O teu olhar, que vê a forma sincera e que põe um freio ao meu olhar excessivamente romântico, o teu riso que me resgata das lágrimas fáceis, o teu cheiro, que tempera o espaço que nos separa e me impele para os teus braços uma e outra vez sem pré-aviso.

·         Fiquei impregnada de ti desde sempre e para sempre.

·         Trago-te na pele, na palma das minhas mãos, que insistem em sentir-te ainda. Trago-te nos cantos da boca, que te chama uma e outra vez esperando o eco que traz o teu nome de volta. Trago-te junto a mim como se traz um grande amor, daqueles que não partem nunca, mesmo que outros tantos amores cheguem depois.

·         Foste o meio de mim e o meio foi onde sempre acreditei residir a felicidade, pelo menos a minha.

·         Posso escrever que te amo, ou a palavra “amor” ainda te assusta?

·         Amo-te e digo-o como nunca disse a homem algum, pois digo-o escrevendo.

·         Não sonhava há demasiado tempo e apercebeu-se, naquele instante, que um homem sem sonhos era apenas metade de um todo.

·         Acordei cheia de nós.

·         Amarmos alguém tira-nos tanto quanto nos dá. Esvazio-me e encho-me a cada instante. Esvazio-me de mim e encho-me de ti para dar lugar a nós. É este amor de que falam os poetas, sei que é! Daquele amor que se vive, ou nos mata, que não conhece meio-termo.

·         Esta noite sei que vou sonhar connosco, faz o mesmo, pode ser que isso das pessoas que se encontram em sonhos seja mesmo verdade.

·         Adoro escrever que te amo, por isso escrevo de novo, sem medo de te imaginar aflito com o som desta palavra, pois mesmo que a aflição te faça tremer as pernas estou longe e não vejo.

·         Tu partiste em busca de ti própria, eu fiquei aqui, nesta aldeia, para fugir de mim.

·         Tu ter-te-ás encontrado e eu ter-me-ei esquecido.

·         Aprendi que se olharmos durante muito tempo alguém que amamos, os defeitos esbatem-se.

·         Tu decidiste seguir em frente, eu decidi parar.

·         Eu fui feliz e tive medo de abraçar esse sentimento. Eu amei. Amei com todas as minhas forças, com toda a minha alegria e, por cobardia, casei com o teu avô. Um homem mais certo, melhor partido. Um homem que tinha tudo para realizar uma mulher, mas uma mulher que não eu.

·         Quanto ao meu passado, é tudo o que consigo contar-te. De cada vez que me lembro dói, dói muito e eu não preciso que me doa.

·         Precisava de te ouvir os olhos e de te olhar a voz. Sentir que me sentes da mesma maneira que te sinto e que tudo o que tivemos não foi uma ilusão. É que esta manhã acordei sem mundo, sem chão, sem conquistas. Entendi, com uma clareza avassaladora, que tens sido uma espécie de norte, do meu norte, e que é possível não estares lá no final do caminho. Não sentires por mim aquilo que eu sinto por ti. Pela primeira vez desde que nos separamos em Londres, senti que era possível eu não ter deixado em ti nada além de uma recordação distante.

·         Hoje não quero conhecer mais nada. Vou apenas continuar a caminhar pelas ruas sem nomes sonantes e de tom ocre.

·         Hoje nem consigo dizer que te amo. Hoje sinto que todo o amor que te tenho existe apenas aqui, deste lado. Pode ser que amanhã passe.

·         Nunca fui de sentimentos fortes, nunca me apaixonei, nunca me entreguei de corpo e alma, nunca me atirei de cabeça, nunca me senti à beira do abismo, nunca nada me trespassou o coração. Até as tuas palavras terem chegado aqui. À minha vida.

·         Nunca chorara por amor, nunca se ferira, nunca se emocionara além da medida suposta, nunca encostara o rosto no peito de alguém e sentira as batidas de um coração no seu ouvido, nunca vivera. E queria viver, agora mais do que nunca sentia uma urgência surda em viver tudo o que deixara para trás.

·         A mais sábia das mulheres é aquela que não faz perguntas.

·         Comovi-me tanto pela escultura como pela tua história e senti que quero viver, avó. Quero amar com todas as forças. Por isso vou contar-te que amo e como amo, meu Deus, como amo.

·         Veio ter comigo com uma pequena flor de alfazema e um sorriso onde cabia o mundo inteiro e soube nesse exacto momento que o amava.

·         Soube que amava o António, mesmo antes de ele abrir a boca para falar comigo. Soube que estava tomada por ele sem que tivesse sido feito um esforço nesse sentido. Como um botão que liga automaticamente e acende uma luz que não sabíamos existir dentro de nós.

·         Aceitei a flor sem pensar, depois a conversa surgiu e com ela surgimos nós, dando-nos a conhecer um ao outro. Sem reservas, sem pudor. Era como chegar a cada após uma longa caminhada no deserto. Se te disser que falámos de tudo, é pouco. Se te disser que caminhámos até anoitecer pelas ruas de Londres, parando apenas o tempo estritamente necessário para dar descanso ao corpo, é estar a dizer-te menos do que mereces, porque tudo tinha uma história, tudo nos lançava as palavras aos pés, tudo servia de mote para que a conversa não se desprendesse nunca. Londres engoliu-nos nas suas entranhas fervilhantes e nós deixámo-nos devorar pelo pulsar frenético daquela cidade. Não conseguíamos despedir-nos, por isso continuávamos a andar, como que adiando a separação, como que perdidos um dentro do outro. Pensei que jamais teria um dia como aquele tão cheio de tudo o que nos faz felizes e como é preciso tão pouco para nos sentirmos assim. Amei o António em cada palavra, em cada gesto, em cada rua. Amei-o com a certeza dos que já sentiram muito e no entanto nunca tinha provado nada remotamente parecido.

·         Porque é que te conto isto a ti? Porque quero que saibas que mesmo que termine os meus dias sozinha, o meu coração já sentiu a emoção de que falas e por isso tudo até aqui valeu a pena. Mesmo os maus momentos…

·         Foi uma semana do mais puro encantamento, sete dias no calendário, uma vida inteira no coração.

·         (…) acho que posso dizer que vivi um grande amor com todas as letras e com todas as emoções que se arroga quem ama.

·         (…) é preciso tentar reconstruir antes de destruir.

·         Quando te escrevo, não encontro o meio entre o coração e o papel, é um caminho directo, sem desvios. Só encontro sinceridade. Além de tudo o que significas já na minha vida, também tiras a verdade que escondi durante demasiado tempo, limpas-me de ilusões, como se contigo não pudesse ser nada além de eu próprio.

·         O tempo, minha querida, não se recupera nunca. Regressa.

·         Embarco amanhã num dos combóis que me levarão aos braços da minha querida avó. É por ela e por ti que regresso. Por ela, que me disse que voltasse e que se encontra muito doente, por ti, porque te quero tirar a limpo. Porque te quero para sempre dentro, ou para sempre fora do meu corpo e do meu pensamento.

·         Assim que for possível rumarei a Desagravo do Monte para te olhar de novo e ver bem dentro dos teus olhos a resposta que busco. Até lá, espera-me e anseia-me como te espero e te anseio todos os dias. Até lá pensa no que me dirás, no que decidirás, no que desejarás a meu lado, ou sem mim. Até lá, digo-te que nada me preenche além da memória de nós e que, decidas tu o que decidires, ganhei já muito e não guardarei rancor.

·         Mas sinceramente, duvido ser capaz de fazer alguém retomar um rumo, qualquer que seja. Sou provavelmente a pessoa mais perdida do mundo neste momento. Perdi um amor que julgava certo, aliás, nunca cheguei a tê-lo, e a pessoa mais importante da minha vida, a minha avó, está entre a vida e a morte. Portanto se tudo isto lhe serve de mapa, tenho de admitir que devia andar bastante perdido, sim.

·         António sorriu com o fundo dos olhos, como se só naquele instante sorrir com o olhar se tivesse tornado possível e prosseguiu:
- Mas tu tiveste a coragem que nunca ousei ter. Tu viraste costas ao que estava mal na tua vida e correste em busca de alguma coisa que fizesse tudo ficar bem.
- E onde é que isso me levou? Estou exactamente no mesmo lugar que me viu partir. Até estas cartas que julgava em outras mãos vieram de novo ter comigo. Correr em busca de mim trouxe-me de volta aqui sem nada ter encontrado.
- Não é verdade, Alice. Amaste.
- Uma ilusão de amor.
- Ainda que uma ilusão, amaste, sentiste esse pulsar que rouba o fôlego, que atropela a respiração. Tu sentiste-te viva.
Alice fitava agora o chão sujo da estação, os seus ténis gastos pelas longas caminhadas e escutava aquela voz grave, densa.
- Para quê? – A voz dela era magoada de tristeza. – Para quê sentir-me viva se logo de seguida me vejo atirada ao nada? Sim, vivi um amor intenso e breve, mas pode chamar-se amor quando só uma das partes ama?

·         Achaste por bem partir sem me esperar e eu até entendo, pois sei que nunca gostaste de despedidas, mas eu queria ter-te dito tanto. Espero que saibas agora, desse lado de fora onde te encontras, que a dimensão do meu amor por ti é imensa e ultrapassa tudo o que pudesse algum dia ter-te dito.

·         Já deves saber que o grande amor de que te falei não passou de uma farsa e que comecei hoje mesmo a viagem de regresso para dentro de mim. Não fugirei mais de Portugal na tentativa de encontrar quem quer que eu seja. Se existir resposta, reside aqui, bem dentro do fundo de mim e eu já não tenho medo do que irei encontrar.

·         Sei que estarás entre os meus passos e por dentro do meu olhar.

·         Que local melhor para enterrar um grande amor do que um cemitério?

·         Quis falar-lhe de como é uma desilusão de amor, de como é amar e fazer o luto de alguém que vive ainda. Quis dizer-lhe que todas as perguntas que o atormentavam tinham talvez uma resposta apaziguadora algures à sua espera.

·         Passaram dois meses desde a última vez que te escrevi e neste espaço de tempo em que não te tive a saudade adensou-se muito. O definitivo foi roubando lugar ao temporário e comecei apenas agora a entender que não voltarei mesmo a ouvir a tua voz, nunca mais. A tua ausência dói fisicamente e imaginar o resto de tudo que aí vem sem te ter ao meu lado, ou atrás de mim amparando-me dos infortúnios, é algo que ainda não consigo enfrentar.

·         Já te disse que te adoro? Adoro-te agora e para sempre.

·         Tu que me fizeste crescer sem o imaginares, tu que me fizeste entender que o outro António foi bom. Bom porque me amadureceu na desilusão e porque, apesar de ter sido uma mentira, não foi vã, pois enquanto a julgava verdade vivi e amei com todas as veias do meu corpo. Aprendi a entregar-me sem reservas e isso, no fim de contas, foi bom.

·         Penso em ti todos os dias e imagino o abraço que não te dei, a conversa que poderíamos ter tido e a amizade que ainda vai bem a tempo de acontecer.

·         Escrever é tão mais simples do que falar, não achas, António? Quando escrevi digo o que jamais diria olhando nos olhos. Quando escrevo, sou dez vezes mais eu do que quando falo e sinto que me escutam melhor também, que me entendem de uma forma mais íntima.

·         O meu coração ainda está no caminho de regresso àquilo que era antes do António, ainda me lembro muito dele, ainda o sinto fisicamente, como se a minha pele o tivesse gravado para sempre. Não sei se algum dia deixarei de o fazer. De pensar nele, de o sentir, de o afagar em pensamento, mas serenei.

·         Eu simplesmente não era o que esperavam de mim e isso desgastava-me todos os dias, como se cumprir com as expectativas alheias fosse uma missão de vida ou morte.

·         Pensamos estar imunes a alguém, pensamos ter ultrapassado já tantos sentimentos, pensamos ser donos de uma força de carácter sem igual. Mas só quando não temos de nos confrontar com esse alguém. Longe somos corajosos, perto somos umas fracas vítimas de coração descompassado.

·         Tu ficaste por dentro de mim, Alice, de uma forma que não ouso remexer, mas imprimiste-te aqui, no canto mais quente do meu ser.

·         (…) pois o meu destino desde que te conheci é levar-te a dor embora, minorá-la, torna-la minha se necessário for, mas não deixar que te doa, que nada te doa.

·         Morro todos os dias mais um bocadinho e morrer em vida é das doenças mais miseráveis que podemos contrair…

·         Dói vermo-nos pelos olhos dos outros, não dói?

·         Na maior parte das vezes, regamos a nossa vida com gasolina, acendemos um fósforo e depois passamos o resto do tempo a dizer que queima que se farta, como se a culpa não tivesse sido nossa…

·         Entreguei-me cobardemente à saudade.

·         Pensa se é apenas de fogo que um grande amor é feito, Alice. Não te quero queimada, pois é como se a minha pele sentisse a tua dor. Não me perguntes porquê.

·         Hoje acordei com a certeza de que ainda te tinha e foi tão bom. Aquele minuto que durou até me perceber que era ilusão, renasci, perdi a saudade que me dói no corpo, sorri até a verdade chegar. E a verdade é que já não estás perto, onde te possa alcançar, com as mãos geladas pela tua ausência. A verdade é que já não te tenho no meu mundo.

·         Um grande amor como imagino é aquele que não questiona, que não duvida nem por um instante, não analisa, nem traz para cima da mesa os prós e os contras, não lima arestas, não pede em troca, não se põe diante de um abismo emocional dia sim, dia não. Um grande amor conhecem aqueles que têm ao seu lado um pedacinho de si, mas um pedacinho que não desejam igual nos defeitos, nem nas coisas más e que têm de deixar partir quando chegar o momento certo.

·         Não conheço de todo o amor e é triste ser assim, muito pior do que nunca ter visto o mar, um céu coberto de estrelas, a luz do Sol e da Lua, pior do que nunca ter viajado, nem conhecido nada além da nossa aldeia, mil vezes pior é nunca ter conhecido o amor.

·         É que, de muitas maneiras, ainda me sinto uma espécie de ruína e sei que terei de me reconstruir sozinha.

·         O Pedro foi uma decepção tremenda. Não julgo possível esquecer que me mentiu, que me iludiu, que me fez amar em vão. E de todos os pecados que se podem cometer, fazer alguém amar-nos sabendo que não há futuro nesse amor é dos mais graves. Retirarmos a sangue-frio o coração de uma pessoa que nos quer, fazer com que bata por nós, só para depois o deixarmos caído na berma de uma estrada movimentada, é demasiado cruel.

·         Acho tremendamente injusto não conheceres o amor a um filho, a uma mulher, a quem quer que seja. Pois de todas as pessoas que povoam o mundo, tu és de longe quem mais merece amar assim. Não tenho dúvidas que amarias muito, se é que o dom de amar vem graduado, com mais entrega, com o coração aberto, sem medo de feridas por sarar, sem medo de novas feridas abertas. António, tu és um homem pleno e, no entanto, estás limitado a um amor maior do que os teus braços alcançam. O amor universal a Deus, ao mundo. Estás limitado ao amor abstracto, quando tinhas tudo para amar alguém real e seres amado concretamente. As coisas abstratas não se abraçam, não se tocam, não se envolvem. As coisas abstratas sentem-se de longe e não é de longe que te vejo. Imagino-te dentro, bem dentro de tudo o que merece ser guardado. Como vês, temos desejos diferentes, mas nem por isso deixamos de nos entender. É esse o destino de duas almas insatisfeitas. Escutarem-se e apoiarem-se quando tudo o resto parece falhar.

·         Como dizes só nas ruínas conseguimos encontrar motivação para reconstruirmos e eu quero muito encontrar alento.

·         Mais uma vez obrigado por teres sido o vento forte que me obrigou a segurar com força o destino, para não deixar que voasse para longe do meu alcance. Afinal de contas o destino só é nosso quando podemos arrogar-nos dele.

·         A minha vida sem ele continuaria sem ele. Disso não tenho a menor dúvida e é isso que me deixa triste, saber-me sem medo de deixar de o ter.

·         Quando ouviu a porta bater e sentiu a solidão tomar conta de cada nervo do seu corpo, cedeu. Pôde finalmente chorar tudo o que queria chorar, sem recriminações, sem julgamentos. Chorou com saudades de tudo como era antes. Chorou por sentir que, algures entre o nascimento do Miguel e de Catarina, tinha perdido Tomás. Chorou por saber que já não era olhada como a mulher mais especial ao cimo da Terra. Chorou por já não ser olhada de todo. Sentou-se no chão de granito, encostada à bancada e teve a certeza incontestável de que ser amada pelos olhos dos outros era o que fazia alguém sentir-se vivo. Queria ir buscar aquele amor dos primeiros tempos aonde fosse preciso ir buscá-lo, mas não guardava já aquela força necessária aos grandes empreendimentos. Não detinha nas suas mãos a chave que abria o melhor de si. Escondera-a bem no fundo do seu coração e agora não se lembrava do caminho de volta.

·         Quem és tu para falares em cobardia? O padre que errou na vocação e esteve quase vinte anos até decidir que era melhor tentar outra via e quando o faz opta por uma licença sabática em casa do melhor amigo. Não vai correr o mundo, não sai da própria aldeia! Tu não deste um pontapé no passado, nem nas convenções, António! Tu escondeste tudo debaixo do tapete e estás à espera que passe, que se resolva sozinho, mas não vai resolver-se. És tu quem tem de sair, tu! Não fiques à espera de ser excomungado ou coisa que o valha, tu é que tens de dizer adeus e fechares a porta, não é encosta-la, é fechá-la mesmo. Ou então abraça o sacerdócio de uma vez por todas e assume-te como homem de fé!

·         Sou cobarde sim, muito cobarde, mas é a única forma que conheço para me manter à tona.

·         Doía muito sentir a verdade, mas António sabia que era na verdade que se renascia. A verdade era o princípio de tudo. Era a partir dela e apenas dela que podia trilhar-se um novo percurso e ele estava disposto a encarar-se a nu, sem a batina que sempre servira de escudo, sem as palavras da Bíblia que saíam da ponta da língua como resposta instantânea, sem desculpas que aplacassem a realidade.

·         (…) quando se quebra a imagem que temos de alguém, dificilmente ela voltará a ser a mesma.

·         Conhecer-te trouxe-me a ousadia dos que nada têm a perder, fez-me olhar para a minha vida e sentir que podia ser diferente. Conhecer-te fez com que quisesse olhar-me por dentro de verdade e por isso ser-te-ei eternamente grato.

·         (…) é difícil ter-te no horizonte de tudo o que planeio, no final de todas as viagens que empreenderei, nas noites cuja única companhia é a memória de ti.

·         Vou dizer-te o que nunca te disse, o que deveria guardar apenas para mim e fechar dentro do meu coração, mas que precisa de ser confessado antes de votado ao esquecimento. Vou dizer-te que te amo.

·         Tu não me ajudaste a sentir-me mais completo. Tu completas-me, apenas isso e isso é tanto, é tudo…

·         Não quero morrer de saudades, não quero ficar sem ti…

·         O seu olhar voou directamente para a última frase, onde leu “vou dizer-te que te amo” e deixou-se cair sobre a cadeira. Leu vezes sem conta aquela carta esquecida, até o entender, até querer gritar-lhe que também ela o amava com nunca amara alguém. Quis dizer-lhe que esperaria por ele até onde fosse preciso esperar, queria dizer-lhe até ao teu regresso.

·         (…) amo-te como jamais amei (…)

·         Aguardo uma definição, uma palavra, um encorajamento. É tudo o que preciso para continuar à espera. Se bem que no meu íntimo sinto que quem não tem certezas não ama de verdade.

·         Às vezes falarmos com alguém que não nos julga, que se limita a escutar-nos, dá-nos uma perspectiva totalmente diferente de tudo e faz-nos relativizar as montanhas que se formaram no nosso horizonte.

·         Um melhor amigo é uma espécie de mapa que nos mostra o caminho mais célere quando estamos perdidos, ou nos indica os miradouros na estrada sinuosa para que possamos parar e contemplá-los.

·         Fazes agora, mais do que nunca, parte de mim e de tudo o que sinto e sei com uma clareza que me pacifica mais do que tudo ao meu redor que te amo.

·         Continuo a entender a ausência das tuas palavras, mas não nego que sinto a tua falta.

·         A nossa imaginação, quando afastada do alvo que a faz voar, torna-se perigosa e, quando nos confrontamos com a realidade, esta quase nunca corresponde ao que esperávamos. Por isso tu não és quem eu imaginava que fosses.

·         Apesar de tudo não ter passado de uma mentira, foi uma mentira que me fez acreditar que era possível voltar a amar, se é que alguma vez tinha amado. Por isso te agradeço teres cruzado o meu caminho solitário, meso que tudo tivesse sido falso. Agradeço-te do fundo do coração a história que desenhaste para nós naqueles dias em Londres. Foi perfeita. Sei que não há histórias perfeitas, mas a nossa, precisamente por ter sido inventada por ti, foi inigualável.

·         Regressaste à minha vida sem pedir licença e decidiste amar-me por aquela que sempre fui, mas esqueceste que tu não eras o homem por quem me havia apaixonado. Eu permanecia a mesma Alice, tu nem sequer te chamavas António.

·         Voltar a amar-te como se nada tivesse sucedido era pedires-me o impossível. Tentei ver-te com um novo olhar, mas não consegui, de todo.

·         A palavra «fim» escreveu-se quando soube que me mentiras e agora não consigo retomá-la, por muito que tente.

·         Há qualquer coisa que partilhamos sem que o sonhes, sem que o tivesse planeado, desejado, ou de alguma forma programado, mas que existe agora e é também teu.

·         Pensei que não tinhas mistérios, que eras claro como a água de uma nascente, mas afinal de contas, és um homem cheio de segredos e um poço de tramas insondáveis.

·         Fala comigo como amiga, como irmã, como quiseres, mas fala. Escreve-me.

·         Continuo a carregar no meu coração o teu nome e todos os dias o profiro em voz alta, esperando a resposta que não chega.

·         Tive-te apenas por um instante e foi o instante mais precioso do mundo. Todos os dias te penso, te imagino em busca do que pensas ser importante e todos os dias sinto que o mais importante é o amor. Se não tivermos amado, não poderemos dizer que vivemos de verdade. Tu deixas-me escancarada, sem receio de me mostrar com todos os meus defeitos. Contigo desejo ser apenas eu. Não preciso de ser eloquente, nem justificar silêncios. Contigo posso descansar de tudo o que acontece lá fora, fora de nós. Lembrar-me de ti, das tuas mãos, do som que produziu o teu coração quando me abraçaste tem sido o meu porto seguro e hoje estou certa de que todos precisamos do nosso ancoradouro. Tu és quem amo, com quem me imagino no final. Tu és quem busco no meio da multidão, tu, António, és o espaço vago que guardei durante anos e que se encheu depois de ti. Vejo agora com uma clareza assustadora que sem esta espécie de amor todos os nossos sonhos, projetos, concretizações valem apenas metade. Se não os partilharmos com alguém que amemos de verdade, não existem tanto, não são tão vívidos, tão nítidos.

·         E, no entanto, sei que não ficaremos juntos. Sei-o com uma nitidez que me assusta, tal como soube que eras tu quem me completaria, sei que jamais poderás completar-me, sei que estamos destinados e, no entanto, sinto que não nos destinaremos.

·         Limito-me a não fechar os olhos ao que me diz o coração.

·         (…) o meu amor a ti é a única certeza que possuo neste momento.

·         Não me peças que fique longe, não quero dar-te tempo, pois o tempo é a única coisa que não podemos retomar, nem recuperar e a única coisa que o tempo faz é conduzir-te para longe de mim. Deixa-me fazer parte da tua vida. Tenho a certeza de que um dia aprenderás a ver-me como alguém que te merece. Quero muito regressar à serra e viver contigo esta história. Não escrevas já «fim». Amo-te além do que possas imaginar.

·         Recuso-me a acreditar que deixarás de tentar, que te limitarás a aceitar esse ponto final.

·         Se desejares saber como nos conhecemos, pede-lhe que te conte a nossa história. Eu não consigo voltar atrás e abrir a primeira página.

·         (…) quero-te com a força dos que querem sem exigências nem permutas.

·         Imagino-te nos meus braços e sinto que nunca nada esteve certo como nós.

·         Amo-te e idealizo-te sempre com um sorriso nos lábios. O que veio antes de ti não importa, o que virá depois serás tu e tu és quem faz todo o sentido de tudo.

·         Quero aproveitar cada minuto desta partilha de nove meses e deixar que este amor me aconteça sem medo. Nada temo deste amor, pois nada peço em troca.

·         Não percas tempo, porque o tempo, meu amigo, jamais conseguimos recuperar, cada dia longe dela é só isso, um dia longe que nada introduz, nada traz, apenas uma estúpida distância.

·         Como não gosto de escrever para o vazio, escrevo-te a ti, pois sinto que posso depositar nas tuas mãos todos os segredos do mundo e que te limitarás a escutá-los sem pestanejar, sem denunciares o que sentes. Escutar-me-ás apenas sem traço de julgamento ou valoração. Isto é o que sei de ti.

·         Éramos duas metades que retiravam o melhor de cada um (…)

·         Se sinto que o perdi? Sim. Aquilo que tínhamos já não regressará. Se quero perdê-lo? Não. Ele é o homem da minha vida e mesmo que outros venham depois dele, não passarão de tentativas de reprodução do amor que tivemos.

·         É incrível como precisamos do olhar dos outros para nos inteirarmos da nossa própria importância.

·         Amo-te, António, muito, como nunca alguém amou, ou soube que poderia amar-se. Amo-te com cada sílaba, com mais do que mil significados. Amo-te, porque não me concebo sem te amar, porque devo amar-te e respirar com o mesmo grau de importância.

·         O meu coração ama finalmente sem medo de ficar magoado no processo, pois o medo retira a parte boa deste sentimento.

·         Quando amamos alguém, temos de sair da nossa zona de conforto, temos de desprender as amarras que nos mantinham estáveis e segurarmos apenas a mão daquele que amamos, de olhos fechados e peito rasgado.

·         Não deixes de lutar, não desistas, não entregues o que vocês têm nas mãos do destino, porque, o destino também é tecido por nós.

·         Explica-lhe o que te magoa, ouve o que o magoa a ele. Juntos inventem uma alternativa, reconstruam-se do ponto onde se encontram agora. Não tentem andar para trás, nem trilhar demasiados projectos. Partam do ponto onde estão.

·         Pensa que não somos eternos e que quando partirmos o mais importante é levarmos o coração a transbordar. No final o que importa é o amor.

·         Tomei uma decisão. Uma decisão com ponto final, se é que é possível pôr pontos finais no que quer que seja na nossa vida.

·         (…) mas posso afirmar-te, de uma forma humana e egoísta, que nunca senti metade do que sinto quando penso na Alice, quando desejo protege-la, escutá-la, vivê-la, em cada minuto dos meus dias. Não consigo ficar arredado do mundo ela, dos desgostos, das alegrias, desejos, conquistas, falhas.

·         Eu sei disto com a certeza dos que sabem as coisas só porque sim.

·         O seu olhar um mar emocionado.

·         Tracei um futuro e sorri com os dias que viriam depois de ti. Fizeste-me feliz sem mais nada, só por te ter por dentro. Ensinaste-me que é possível rendermo-nos a algo que não desejávamos e passar a querê-lo com todas as forças do nosso ser. Eu fui por ti e tu comigo.

·         Queria tanto que tivéssemos acabado de escrever esta história, tanto, mas estas são as linhas que me cobrem de negro e que te dizem adeus, meu amor, minha menina de mim, minha vida de sempre e para sempre.

·         Quero sorrir, mas sinto que todos os sorrisos partiram contigo.

·         Continuarei a sonhar o que poderias ter disso e a fazer o luto pelo futuro que não te dei.

·         Tentarei desenhar sorriso em rostos tristes e dar alento a corações sem motivos para bater. É isto que sei, é isto a única coisa que sei. Nada mais importa.

·         Não quero desistir de nós, mesmo e é isto.

·         Não quero perder-nos, Tomás. Sei que ainda fazemos sentido e sei que às vezes precisamos de um bocadinho de distância para nos olharmos de longe com perpectiva, como aqueles quadros que têm de ser vistos de longe para entendermos a beleza do que foi pintado. Nós já enchemos a nossa vida de imagens, de gravuras, de momentos únicos. Tenho-me lembrado muito de tudo isso, sim, dos retalhos que juntámos ao longo destes anos todos e agora que os vejo sinto que o conjunto é fenomenal. Não nos percas, Tomás, nós valemos a pena. E apesar de já não dizemos que nos amamos há demasiado tempo, sei que nos amamos. Sei que te amo.

·         Ninguém é de ninguém, mas eu sempre tive um orgulho do caraças em dizer que eras minha, a minha mulher.

·         Amo-te tanto Tomás, e provavelmente por todos os motivos que enumeraste. Adoro sentir que te tenho quando olho em volta e te encontro no meio de uma multidão. Adoro saber que és meu, mesmo quando ninguém é de ninguém. Adoro saber que me escolheste no meio de tantas possibilidades e que me achaste especial, mesmo quendo me sentia a mulher mais banal ao cimo da Terra. Adoro os teus braços quando eles me envolvem, as tuas pernas frias que buscam sempre o calor das minhas nas noites de Inverno e o teu hálito morno nos meus ouvidos quando dizes que me amas em segredo. Adoro quando reparas que comprei um pijama novo e me dizes que estou linda com a roupa menos sexy do planeta. Adoro que notes uma subtil mudança no meu rosto que te diz que estou preocupada. Adoro que não leves demasiado a sério as minhas neuras, adoro encostar o ouvido no teu peito e sentir a tua respiração suave. Adoro que não ressones, mas se começares a ressonar, prometo continuar a amar-te. Adoro quando tens acessos de sensibilidade e ficas irritado contigo próprio, fazendo humor.

·         Estou a gritar bem do alto da minha máscula voz: AMO-TE, AMO-TE, AMO-TE, AMO-TE e isto não é pedir uma segunda oportunidade, é pedir-te uma continuação. Vamos continuar a escrever um ao outro para sempre, prometes?

·         Amo-te e sou teu sim, irremediavelmente teu, faz de mim o que quiseres, pede-me um lugar remoto que o conquistarei para te depositar aos pés.

·         Amo-te, Tomás, e vamos escrever-nos sempre para não nos esquecermos da palavra «amor».

·         Espero-te repleta de saudades e de um frio no estômago que não sentia há décadas.

·         Um coração remendado é um coração frágil.

·         De alguma forma, a tua presença adormece a minha dor.

·         É a única coisa que quero, minorar a tua dor, já que levá-la embora é impossível.

·         Vou entregar-me a nós de olhos fechados.

·         António sorriu e fechou os olhos, sentiu que podia finalmente descansar da dor física, da incerteza, de todas as inseguranças que sempre o haviam perseguido a vida inteira. Tinha finalmente encontrado o amor e sabia exatamente onde ele residia. Era aí que tencionava ficar.

·         (…) depois de me pedires que desistisse de ti, desisti. Não por ser fraco, ou por achar que não vales a pena, mas por ter sentido que nunca vou conseguir resgatar aqueles dias em Londres. Por muito que tente provar-te que é possível mudar por amor, tu nunca acreditarás em mim.

·         Há pessoas que nasceram para ficar sozinhas. Eu sou uma dessas pessoas.

·         Encontrámo-nos para que nos desencontrássemos, ou para que tu encontrasses o amor, mas o amor que desejavas, não era eu que o detinha.

·         Se nos cruzarmos, dirigir-te-ei um sorriso, mas as palavras entre nós terminam aqui.

·         Deus não castiga, Ele ama.

·         Nós não somos um casal perfeito e acho que é precisamente por isso que resultamos, porque sabemos ver além das imperfeições e encontramos um no outro motivos de alento para nos superarmos.

·         Sei que todos os passos que dei no passado foram programados para chegar a ti e isso faz-me acreditar que existe de facto alguém que nos ajuda num outro lugar qualquer.

·         Obrigado por me olhares assim, como se eu fosse a única pessoa na sala da tua vida.

·         O António entrou na Serra Clara, tal como entrou na minha vida, de uma forma avassaladora e sem retorno. Ele pertence ali, junto das pessoas comuns, dentro do meu sonho, tornando-o superior às minhas expectativas. O António é a parte que sempre busquei, é quem preenche todos os vazios para os quais procurei a solução a vida inteira. Amo-o ao ponto e dar a vida por ele, sem que isso nada tenha de heróico, muito simplesmente porque não me concebo sem a sua presença suavizadora nos meus dias. É isto o amor, sim. O amor que se sente apenas uma vez e que muitos nunca chegam a experimentar. É isto que me dizias para não desistir de encontrar. Só que no meu caso foi ele que me encontrou.

·      Sabes que cada pessoa tem uma outra pessoa algures por aí, a sua pessoa. Tu encontraste a tua e perdeste-a, buscando em vão pelo resto dos teus dias o passado que te fez feliz. Eu consegui encontrar a minha e guardá-la. Mas muitos há que a têm ao seu lado e não a enxergam e outros que pensam tê-la e não a possuem. Depois tens os que esperam uma vida inteira pela pessoa certa e só encontram pessoas erradas, ou os que depois de vários erros acertam e dão um tremendo valor quando o amor lhes acontece. Eu não sei de nada, não possuo soluções universais, sei apenas que tudo o que resto se supera quando temos a nossa pessoa por perto.

Espero que leiam o livro e que desfrutem destas páginas tão românticas e de um dos romances mais bem escritos, profundos e honestos que já li. 

7 comentários:

  1. grande livro muintos parabens

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  2. Lindo livro, perfeito!! Uma linda historia de amor,emociona um pouco este livro. E cada linha que lemos cada vez temos mais vontade de o ler. <3
    Estou....sem palavras, faltam me para descrever uma coisa que em princípios tem haver tanto com o nosso dia a dia. E mais não vou dizer, porque fiquei mesmo sem palavras..
    Parabéns

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  3. Um livro com uma historia como ha muito tempo nao li.
    As palavras de Amor...as declaraçoes....as descriçoes...de sentimentos...de momentos...
    Um Lindo Livro que nos toca no coraçao....
    Adorei ler!!!
    Parabens!!!

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  4. Ana,

    Estou a gostar muito do livro! A "devorá-lo" para ser sincera, o que é um bom sinal!

    Muitos Parabéns!

    Uma colega da Faculdade,

    Sara Managil

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  5. Obrigada Ana por ter escrito o livro que podia ser meu. Revejo-me em cada palavra, leio a minha vida em cada entrelinha.
    Antevendo o futuro, apenas o final não corresponde ao meu, não sou abençoada por finais felizes.
    Bem haja
    Muitos Parabéns

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  6. Gostei muito de ler este livro.
    Muitos Parabéns!

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