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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O que só eu e Deus, sabemos...


Gostava que esta fosse a minha última carta para ti, porque nem tu, nem ninguém, apenas eu e Deus sabemos como têm sido os meus dias desde que te conheci. Só Deus e eu sabemos o esforço que faço todos os dias da minha vida para tentar aceitar um fim que nunca quis, uma ausência que nunca imaginei vir a existir, uma saudade descontrolada que me invade a alma e me corrói o coração. Só Deus e eu sabemos o quanto me dói a distância, a saudade, e ainda ter que esquecer quem tanto amo, somando ainda o facto dessa mesma pessoa não me amar. Eu vivi por este amor, literalmente. Todos os dias tentei dar o melhor de mim a ele. Eu esforcei-me tanto!

Nunca conseguirei aceitar, o que não tem entendimento possível. Eu fiz-te tanto bem, eu lutei tanto pela tua felicidade, eu abdiquei da minha por ti, eu ia contra o mundo inteiro por ti, e tu viras-me as costas sem justificação, nem nada que me faça entender, o motivo, a razão e o porquê! Eu não merecia isto, e é por isso que me sinto tão revoltado, tão magoado, tão saturado, tão desgastado… o tempo tem sido implacável comigo, têm-me posto à prova de todas as maneiras e mais algumas, e cada vez que eu penso que estou prestes a esquecer-te, eis que algo acontece, e me tomba, me derruba… é como se vivesse no centro de um tsunami todos os dias. Já tantas vezes pensei que este amor me fosse matar!

Já subi degraus num santuário para que Deus me ajudasse nesta luta. Já rezei. Já implorei quase a tombar no chão a Deus para me salvar. Já chorei acabando estendido no chão. Já me contorci de dores. E acredita, o coração pode doer muito mais que uma perna partida. Nenhuma dor se pode comparar às dores internas, até porque para essas nem sequer existem medicamentos. Não dá para fugir dessas dores, temos que as sentir, temos que as aguentar, temos que as suportar, e muitas vezes, era bem melhor ter uma perna partida. Ao menos essa dor passava com um medicamento.

Talvez eu tenha errado. Errado por me apaixonar. Sei lá. Como te disse, certa vez, em outra carta que te escrevi, eu estou apaixonado por ti, praticamente desde o primeiro mês em que nos conhecemos. Foste a melhor pessoa que eu conheci. Pelo menos naquela época. E de lá até hoje, já passaram quase seis anos. Seis anos sofridos, conturbados, contundentes… eu perdi tanto por este amor! Perdi a minha vida, a minha alegria, o meu sorriso sincero, a minha paz, o meu coração, os meus sonhos… eu perdi tudo. Eu esperei sempre por ti. Eu aguentei calado tudo isto. Pouco ou nada me queixei. Só Deus e eu sabemos.

Apesar de tudo, com as pessoas eu estou sempre disposto a sorrir. A brincar. A mandar piadas. Mas ninguém imagina o quanto destruído eu estou por dentro. O quanto choro, o quanto me sinto sem forças, sem vontade de continuar, sem paciencia para viver…

Eu sei que preciso de ajuda. Sozinho eu não vou conseguir ultrapassar isto. Eu refugiei-me. Afastei-me. Reservei-me. Vivo no meu cantinho, enquanto a vida me passa ao lado. O e mais triste disto tudo é que eu desespero por não saber o que fazer para te esquecer. Qual é a receita mágica para controlar os meus sentimentos por ti? Como matar um amor? Como libertarmo-nos de uma paixão? Eu não estou a conseguir chegar a estas respostas, e muito menos pô-las em prática.

Este amor sufoca-me. Contorce-me. É atroz. Uma ferida que parece que nunca mais vai sarar. Um toquezinho e ela sangra logo. E demora, demora muito a estancar. E quando estanca, vem mais um toquezinho vindo de sei lá onde, e volta a sangrar, e volta depois a demorar a estancar. É um ciclo. Nem este amor, nem a vida me têm dado descanço.

Que saudades que tenho do tempo em que acordava e não me sentia já cansado, pesado, camuflado em mim mesmo… Saudades de mim, do tempo passado, dos meus sonhos, e sobretudo saudade de não sentir vergonha de mim mesmo, e de não ter medo de encarar o mundo!

Estou cansado. Hoje estou realmente muito cansado. O amor, o sofrimento, esta luta diária e interna, deixam-me exausto, sem forças, esmagado nesta realidade gelada, tolhido pelo vazio e pelo som ensurdecedor deste silêncio!

Talvez tenha que procurar ajuda, alguém que me acompanhe, que me faça descobrir novos caminhos, alguém que me oriente, porque acho que estou estagnado no caos de toda esta realidade. Realmente, até no signo eu dei azar! Tinha que ser logo Peixes, o signo mais romântico, mais sonhador, mais incapacitado para se ajustar às mudanças, mais irrealista, mais sofredor…

Sabes quando olhas à volta e tudo parece estar a arruinar-se? Quando o chão que tu pisas já não é assim tão sólido que aguente o teu peso? Sabes quando vês as coisas a escorrerem-te pelos dedos sem poderes fazer nada para as agarrar? É assim que me sinto. E no amor é mesmo assim, não podes agarrar alguém que quer ir… e isso dói, ah se dói!

 Quando te conheci, apaixonei-me por ti sem esperar apaixonar-me. E podes não acreditar, mas um mês depois de te ter conhecido, já estava apaixonado por ti. Fui gostando da tua companhia, do teu carinho, da tua atenção, de ti, do teu jeito simples, humilde e ingénuo. Hoje passada mais de meia década, se me dissessem que te ia amar tanto, eu nunca poderia imaginar o tanto que te amaria.

O sentimento foi crescendo, e a evolução da história foi gradual. Aos poucos, criei uma ligação contigo que nem eu sei explicar. Amei-te sempre. Mesmo nos momentos em que te odiei por todas as mágoas que me causaste. Eu não merecia que me tivesses magoado tanto. Não depois de te ajudar a namorar com outras pessoas, mesmo que isso significasse a minha maior dor e a minha maior infelicidade. E foi-o. Mas a tua felicidade sempre foi o mais importante para mim. Não merecia que me magoasses, mesmo sem saber, quando me contavas das tuas aventuras sexuais. Mesmo assim eu suportei isso. Eu não merecia que me deixasses de falar só porque sim. Ficasses meses sem me falar. Eu não merecia que me dissesses “amo-te e nunca vou desistir de ti” e passado uma semana mudasses de atitude comigo e te fosses outra vez embora.

Eu perdoei-te coisas imperdoáveis. Eu esperei por ti anos. Eu lutei pelos teus sonhos e pela tua felicidade. Eu abdiquei do meu tempo para te ajudar, para te apoiar e nunca te falhar. Eu esforcei-me tanto… e, quando atrofiava contigo, era porque queria que me desses a atenção e o valor que eu merecia. Atrofiava contigo porque achava que quando não me falavas estavas com outras pessoas. E doía tanto. E continua a doer… e há-de sempre doer. Porque as histórias da nossa vida nunca se apagam, acompanhar-nos-ão até ao fim. E sei, que sempre que ouvir o teu nome me vou lembrar de ti, que o coração vai acelerar quase como se me fosse saltar pelo peito, que quando te vir as pernas vão tremer e vou ter vontade de fugir para longe.

Eu não te julgo por não gostares de mim, afinal, ninguém escolhe de quem gosta. Julgo-te porque me prometeste ficar comigo, porque me juraste quereres ficar comigo, porque me iludiste com promessas e me cobriste de esperanças de que pelo menos podia continuar a teu lado fosse de que jeito fosse. Eu passei todos os dias em que não estávamos juntos a pensar em ti e na falta que me fazias. Enquanto que tu vivias a tua vida, sem te lembrares nem por um segundo de quem te fez tanto. Sabes o quanto dói veres a pessoa que amas com outra? Sabes o quanto dói ajudar a pessoa que amas a ficar com outra? Sabes o quanto dói ouvi-la dizer que fez amor com outra? Tu podes não saber… mas eu sei, sei porque o passei por ti. E mesmo magoado, revoltado, triste, infeliz, usei as minhas forças para te amparar as quedas quando estavas mal. E nunca me virei contra ti. Permaneci sempre ao teu lado, firme e intacto, na esperança que um dia olhasses para o lado e percebesses o quanto eu te queria… o quanto eu te amava. E durante tantos anos e apesar de todas as atrocidades que me fizeste continuei a amar-te e à tua espera. Se fiz bem? Provavelmente não… mas, sei que me esforcei. Porque só quem já amou sabe o esforço que é atravessar os dias sem a pessoa que amamos por perto, e sem ter qualquer contacto dela… E acredita, em alguns dias, nem sei como consegui sobreviver a eles… 

Eu amei-te como nunca amei ninguém. Fiz tudo para ficar contigo, até o que me custava a minha própria felicidade, e todo o meu esforço foi por água abaixo e acabei sozinho, enfiado dentro de umas paredes, como se tivesse cometido o maior crime do mundo, só por me ter apaixonado. Eu sempre gostei do natal. Desde sempre foi a minha época do ano preferida. Mas até o encanto e a magia do natal eu perdi por te amar. Por todas as desilusões e mágoas, tornei-me uma pessoa fria e revoltada. Parece que vivo sempre irritado com alguma coisa. Não escolhi ser assim, mas a vida transformou-me. Amar-te é no fundo a maior aventura da minha vida. E eu sinto-me um aeroporto. Aquele que anseia a tua chegada e sofre com cada partida.

As nossas tardes juntos para ti não tiveram valor nenhum. As conversas que tivemos para ti foram só tempo passado. As vezes que te ajudei, te apoiei, tentei realizar o teu maior sonho, não tiveram qualquer importância para ti. O meu sofrimento para ti é um tanto-faz. E, por isso, não corro atrás de ti, nem te procuro… porque para ser espezinhado, desvalorizado, e mal-amado já o fui durante muitos anos. Não preciso sê-lo mais.

4 comentários:

  1. Bom dia, estou a ler este blog e a escrever da França.
    Conheci o seu blog por acaso, estava a procura de frases de livros da Margarida Rebelo Pinto e foi dai que começei a ler o seu blog.
    Também estou a passar por o mesmo que tu, altos e baixos, quando leio os teus textos, vejo me neles, passo pelos mesmos sentimentos que descreves, ja senti o que sentis-te e ainda sinto... Pensei que ninguém poderia perceber o que estou a passar e a sentir, mas enganei-me, nao somos sozinhos. So queria esquecer o passado e aliviar este peso, parece que esta dor nunca vai acabar, vive com nos, temos que aceitar..

    Gostava de saber que idade tens?

    Abraços

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    1. Antes de mais obrigado pelas tuas palavras, bom saber que encontramos no mundo alguém que nos entenda tão bem e que perceba o sentido de tudo que escrevo.
      Tenho 21 anos.
      Abraços!

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  2. Olá!! Vamos ter força para ultrapassar este drama de amor, também passei por isso embora seja uma mulher madura sei perfeitamente que custa muita perdermos alguém que amamos.
    Devo dizer-te que não podes fugir desse sofrimento é obrigatório sobretudo como disse acima quando amamos e as pessoas saem da nossa vida independentemente do motivo, dói, ficamos sem ação uma sensação que nada mais existe para além daquela pessoa que saiu e nos deixou a sós com tanta dor.
    Em primeiro lugar pensa em ti, tu mais do que ninguém pode gostar mais de ti, certo?
    Sai e vai ver gente nova velha, sempre que estás com outras pessoas embora a sombra da outra esteja por lá tu estás a ocupar a tua mente em qualquer coisa, se gostas de dançar aconselho-te vivamente a frequentares sítios onde o possas fazer, viajar, tudo o que possas fazer por ti é importante nesta fase e sempre da tua vida....és um jovem tens que passar por estes amores desavindos, não te deixes levar pela obsessão.... tenta sair e diverte-te e outra coisa só o tempo é que vai fazer com que tu esqueças a pessoa que te deixou nesse estado, vai ter com as tuas amigas flerta com alguma....
    Deixo-te um abraço com carinho

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  3. Ola Misterio,

    So tens 21 anos e ja te sentes assim, ja nao tens gosto para a vida? ainda tens a tua vida toda para a frente, eu ja tenho 25 anos e nao consigo andar pa frente... estive com alguém que me maguou muito e fez me passar por tanta coisa e mesmo assim nao consigo deixar de pensar nele..

    Força

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