
Chegaste de mansinho, como uma brisa de
outono, mas depois de estabelecido foste como um furacão e desencaminhaste-me
completamente.
Abusaste do meu coração vulnerável e usaste-o de todas as formas
imagináveis. Brincaste de me amar, enquanto eu estava cada vez mais entregue a
ti. Parece que planejaste magoar-me desde o começo, e se foi assim, conseguiste
alcançar o teu objetivo.
Talvez eu tenha a minha parcela de culpa nessa história,
por ter-me envolvido e me deixado seduzir tão facilmente, mas tu não tinhas o
direito de brincar com um coração tão sereno quanto o meu!
Depois de tanto me
usares, levaste o teu barco, mar a fora e deixaste-me num cais. E agora, o meu coração
desconfigurado tem medo de amar, tem medo de sentir, sente dor ao sentir amor.
São resquícios de um amor bandido, são rastros do teu amor mal feito. O meu rosto
pálido revela a minha amargura interna, e o meu olhar cansado é fruto de imensas noites
mal dormidas por falta de amor, ou talvez por excesso dele.
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