Há dias mesmo difíceis de passar. As horas não passam e o
tempo parece que se arrasta numa agonia vã e sombria. Mesmo não querendo dizer,
vou dizê-lo: fazes-me muita falta. Não quero que voltes, e no mais profundo da
minha alma e do meu coração até peço para nunca mais te ver. Estou cansado
desta sensação de impotência que se instalou sobre mim. Sinto que deixei de
viver, sinto que por medo de te encontrar por algum acaso numa rua ou em
qualquer outro sítio não passo lá nem lá vou.
Sinto falta do tempo que passou. Achamos sempre que temos o
tempo nas mãos, que ele é infinito, que o tempo se transforma em mais tempo, e
quando nos apercebemos que ele afinal termina, é que olhamos para trás e
queremos recuperar o tempo que desperdiçamos por achar que ainda haveria mais
tempo à nossa frente. E infelizmente haverá um dia – hoje, amanhã, ou depois –,
em que não haverá mais tempo para nada. E aí tudo termina. A espera do tempo
que vem, a angústia de olhar para trás e ver o tempo que já passou, a tristeza
do tempo presente que vivemos por olhar demasiado para a frente ou demasiado
para trás. O presente é o que conta, embora seja muito difícil lidar com alguns
dias como o de hoje. Triste, pesado e sombrio de lembranças boas do passado que
hoje se transformaram em tristeza devido à saudade e à falta que deixaram. As
coisas mudam, o tempo altera as coisas, mas considero que o que é verdadeiro se
mantém intacto e incólume desde sempre para sempre. As pessoas podem mudar
fisicamente e até mentalmente, mas se muda para o seu oposto é porque o que se
era não era a realidade. O tempo trás as respostas e trás as verdades, e cabe a
nós aceitá-las e tentar viver com elas.
Mas acho que eu não consigo viver com a verdade de que és o
oposto daquilo que eu conheci, faz este mês, cinco anos. A falta que me fazes
torna os meus dias pesados, tristezas, embrulhados em solidão e amaçados em
agonia. E canso-me, mesmo sem quase nada fazer. Sinto-me cansado todos os dias,
desde o momento, em que acordo até ao momento em que adormeço. Pesa-me o mundo
nos ombros. As tuas mentiras, o facto de teres usados os meus sentimentos e até
de teres brincado com eles, pesa-me no coração. Sinto-me pesado. Sinto-me a
caminhar com todas as minhas maiores forças mas a doer-me constantemente todo o
meu corpo. Sinto-me a ir em frente, a um passo de cada vez, sem saber sequer
para onde ir.
Ontem, enquanto caminhava pela minha rua e ouvia música,
lembrei-me de mim há cinco anos atrás, à mesma hora, no mesmo sítio, a ouvir o
tema “Promessa” e a ler as tuas mensagens… na época onde eu fui feliz.
A mentira dói, corrói, trás dano, e realmente o tempo não pára.... mas um dia tudo muda, um dia tudo passa....e um dia volta a "viver"...
ResponderEliminarContinue sempre a escrever. :)