Há uns anos atrás, escrevi-te:
“quando uma pessoa entra na nossa vida, nós nunca imaginamos o que ela se pode
vir a tornar para nós. Tu achas que ela vai ser apenas mais uma com quem te
relacionas, que integras no teu núcleo de amigos, mas aí, do nada e sem sequer
esperares, ela vira o teu mundo.” É sempre assim. Do destino e do amanhã nada
se sabe. Hoje, quando pensas no amanhã, vês um dia cheio de possibilidades. Mas
é sempre diferente, aquilo que sonhamos, daquilo que vivemos. Quase nunca os
nossos sonhos se cruzam com a realidade do dia-a-dia.
Escrevo-te porque ainda acredito
que és o meu destino, o meu caminho, a minha estrada. Escrevo-te porque é uma
maneira de chegar a ti, mesmo sem chegar. É uma maneira de amar-te mesmo sem
saberes. Escrevo-te porque me sinto mais próximo de ti. Escrevo-te porque
espero que me leias, que me ouças, que me compreendas, e que percebas que por
muitas voltas que o teu mundo der, provavelmente, não mais conhecerás alguém
que te ame como eu te amo. Mas, se a tua felicidade é viver o teu amor com quem
provavelmente jamais conseguirá sentir um amor da amplitude, qualidade, pureza
e extensão do meu, por ti, sem querer desmerecer os sentimentos de quem quer
que seja, mas por conhecer profundamente os meus próprios sentimentos, então eu
não vou dizer-te que eu estarei feliz, mas posso dizer-te que, se estás feliz
assim, eu posso, pelo menos, sorrir.
Amo-te assim. Com as tuas idas,
com o teu desprezo, com o teu silêncio. Amo-te, passando os dias sem saber nada
de ti. Amo-te contigo longe do meu coração. E suporto tudo, porque não há forma
de contrariar o destino. Grites, chores, corras, pares, nada muda o que está
escrito. Nada te trará o que tu queres. E a alternativa, que te resta é
conformares-te. Eu conformei-me, e por isso vou sendo feliz. Vou rindo. Vou-me
divertindo. Numa palavra: vou vivendo.
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