Hoje sem querer entrei no teu
Facebook. Ainda não aprendi a lição. É que todas as vezes que lá entro acabo
sempre com uma dor que me corrói o peito. Vi as tuas fotografias novas, a
sorrir… sempre disse que queria que fosses feliz, e realmente quero, mas não
posso negar que a tua felicidade me deixa, por vezes, triste. Não que não a
mereças, mas porque por debaixo da tua felicidade está o meu sofrimento. A
minha dor. A minha revolta.
Acho isto tão injusto. Eu também
merecia estar feliz. Eu também merecia sorrir de verdade. Saltar e correr
livremente. Eu também queria viver… mas desde que entraste na minha vida e sem
me aperceber me apaixonei por ti, eu deixei de ter a minha vida. Hoje eu já não
controlo os meus pensamentos, as minhas lembranças, eu já não tenho controlo
sobre mim mesmo. Os meus pensamentos dirigem-se mal desperto todas as manhãs ao
teu encontro. E dói… como dói. Viver uma vida inteira, dia após dia sempre a
tentar ser forte, a suportar uma ausência não desejada, a ter que reaprender a
lidar com a dor, é doloroso.
As pessoas ao meu redor, e com
quem vou conversando, dizem que eu tenho que esquecer, seguir em frente… dizem
isso com uma naturalidade que me provoca alguma revolta. Eu quero esquecer,
óbvio que quero, ninguém deseja viver todos os dias a vida que eu vivo. Mas também
esquecer alguém, não é como ir a uma farmácia buscar um medicamento, tomá-lo e
pronto assunto resolvido. Se fosse assim, eu já o tinha tomado há alguns anos
atrás, e teria evitado estes cinco anos de sofrimento e dor. Acho injusto o
peso que tenho nos ombros, os dias são penosos, parecem infindáveis, as noites
sombrias e desgastantes. Eu deito-me cansado e acordo cansado. Eu revolto-me
com tudo ao meu redor. Eu discuto com pessoas inocentes… eu sinto que tudo isto
é uma injustiça. Esta história é uma injustiça. Tudo nela é injusto.
Escrevo-te junto a uma barragem,
onde acabei mesmo há pouco de chorar e implorar a deus ajuda e força para
conseguir libertar-me para poder pelo menos viver e aproveitar o ar que
respiro, coisa que às vezes inutilmente eu faço. Enquanto te escrevo, o sol
brilha, a água corre e o vento faz-se sentir sobre todo o meu corpo. Já não
peço que voltes, peço apenas que consiga ter uma vida razoável longe de ti.
Peço apenas que os nossos caminhos não mais se cruzem. E que tu não mais voltes
a procurar-me com os habituais pedidos de desculpas e juras e promessas
eternas. Tu és uma fraude. Mas não te odeio. Não odeio, nem quero. Dentro de
mim só quero sentimentos bons, puros, leves e felizes.
Quero deixar de pensar em ti a
todos os segundos. Quero parar de me lembrar da porcaria de passado que vivi ao
teu lado. Quero esquecer o teu nome, a tua morada, o teu número, a tua figura.
Quero esquecer todas as vezes que me fizeste sorrir. Quero esquecer as tuas
mentiras, que originaram todos os meus desgostos e todas as minhas mágoas. Não
tenho motivo nenhum para gostar de ti, nem agora, e hoje sei, nunca tive, mas
simplesmente aconteceu. Apaixonei-me porque tinha que me apaixonar. Embora
ache, que o amor só vale a pena quando não é uma perda de tempo… tal como o meu
foi.
Perdi cinco anos da minha vida
para acabar sozinho, a escrever-te estas linhas, junto à barragem onde tantas
vezes passamos no principio e no final de todas as nossas tardes juntos a
passear.
Tambémqueroserfeliz!
Sem comentários:
Enviar um comentário