Fico melancólico e nostálgico, cada vez que assisto aos
últimos episódios de uma novela qualquer. As declarações
de amor que são feitas, e o sentimento que alguns actores conseguem depositar
nas palavras que prenunciam, deixam-me estagnado. E todas as vezes que isso se
sucede eu questiono a mim mesmo, ao vento, ao céu, ao horizonte, quando é que o
meu “final feliz” vai acontecer. Os dias correm, as horas voam, e não há meio
de chegar a hora de encontrar o meu destino feliz. Certo dia, li no livro de um
amigo meu a frase: “A vida é uma questão
de escolhas, e nós vamos fazendo as nossas, independentemente de percebermos
para que servem, se nos levam no caminho certo ou se nos vão lançar na perdição”
(Richard Towers em “Tempo”), esta afirmação está certíssima. Todos os dias
fazemos escolhas, nem que seja apenas a escolha do caminho que queremos
trilhar, se queremos ou não passar naquele sítio, e correr o risco de encontrar
a pessoa que faz o nosso coração palpitar e as pernas tremelicarem como se
fôssemos sofrer um desmaio porque o ritmo cardíaco aumentou descontroladamente.
Somos obrigados a fazer escolhas. A optar por alguma coisa. Não me sinto a
fazer qualquer escolha. Quando dou por mim, a vida já virou de novo o rumo das
coisas. Eu gostava muito de ser uma personagem de um livro, sofrer até á
exaustão, mas no final todo esse sofrimento ser recompensado com uma daquelas
declarações de amor que só se vêm no último episódio das novelas. Queria uma
declaração de amor tua, apesar de não querer que voltes. Todos os dias eu
espero por ti, mesmo dizendo a mim mesmo que não quero que voltes e que sei que
não me amas. Há uma música que diz assim “eu
espero por ti, seja o tempo que for eu espero por ti, se fores para longe, se
quiseres partir, vou sofrer é verdade mas espero por ti… eu espero por ti,
enquanto o tempo não passa eu espero por ti, podes ir para longe, para o outro
lado do mundo, vou sofrer lá no fundo mas espero por ti…”, nem sonhas as
vezes que eu ouço esta música, imaginado estar a sussurrar-te estes versos ao
ouvido! Eu talvez não seja tudo o que tu imaginaste ou sonhaste para a tua
vida, estás no teu direito de fazer as tuas escolhas, nem que isso implique eu
estar de fora delas, mas eu quero que saibas que te amo, há anos que te amo, há
anos que arrisco e dou tudo por ti, e continuarei a fazê-lo, porque no fundo do
meu coração, há uma voz que me diz, que isto não é errado, e que um dia o
impossível pode acontecer. Pode ser só a voz da teimosia, mas hei-de continuar
a ouvi-la, porque mesmo que eu não a queira ouvir e tape os ouvidos, a voz esta
dentro de mim, e o som dela ecoa por todo o meu corpo. Sou louco por ti, sempre
o fui. Não posso negar e dizer que apesar de todas as monstruosidades e do
sofrimento que me causaste ao longo destes anos todos, eu não te amo. Estaria a
mentir. Eu amo-te. Eu quero-te. Eu quero fazer-te feliz. Seria bom é que tu
quisesses o mesmo. Tenho a cabeça feita em água. Cheio de dúvidas, de perguntas
sem resposta, de pontos de interrogação sem fim. Como é que eu vou seguir em
frente, se o passado não está resolvido? Quando há situações ambíguas que não
me fazem ver com clareza o que realmente está a acontecer? A única certeza que
tenho é a de que te amo muito. Sonho contigo algumas vezes. É como se tu estivesses
dentro do meu sangue, percebes? Como se fizesses parte das minhas células. Como
se habitasses dentro de mim. E no fundo, habitas. Habitas dentro do meu
coração. É lá a tua casa, abre os olhos, e percebe isso. Se queres abraçar o
mundo, abraça-me a mim, porque farei de tudo para te ajudar a concretizar os
sonhos. Eu faço tudo por ti. E esperarei pelo meu dia. O dia de ficar ou não
contigo. Estou muito confuso, também me sinto no meio do mar, sem remos e sem
saber para onde remar…
Até amanhã,
meu amor.
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