No
último livro que escrevi: “E Depois do Adeus”, o último parágrafo dizia assim: “Missão cumprida! Este diário, é teu.
Guarda-o e aprecia-o, porque certeza absoluta te dou: jamais receberás outro
igual, ou sequer, parecido. Porque se há algo original – sem mais nenhuma
imitação – é o amor que sentimos um dia por uma pessoa… É nosso. Só nosso. E,
ninguém poderá senti-lo da mesma forma, nem de modo igual, mesmo o amor sendo
sempre igual, mesmo quando é diferente!”.
Este
parágrafo, serve na perfeição para este blog, porque um dia este blog te
chegará às mãos, e um dia vais poder sentir e ver todo o meu amor, explícito em
todos estes textos que te escrevo. Na verdade, este Blogue é uma espécie de
diário. Vou-te contando de que forma vivo o amor que sinto por ti, e de que
forma vou vivendo a tua ausência, ou os teus regressos.
Hoje
fui buscar uns tios ao aeroporto, e olhando para as pistas de aterragem, dei
comigo a pensar que eu sou bastante parecido com um aeroporto. Eu assisto às
tuas chegadas com um sorriso e com uma felicidade extrema, e assisto às tuas
partidas, sem data nem hora de regresso, com as lágrimas nos olhos, e com o
peso dos dias sem sentido sobre mim. Sou o aeroporto que te espera, e que te vê
partir. Várias e várias vezes, até ao dia em que vieres para ficar
definitivamente, ou até ao dia em que decidas embarcar para nunca mais aterrar
nesta pista.
Na
verdade, todos nós que amamos profundamente alguém, de todo o coração, corpo e
alma, tornamo-nos sempre numa espécie de cais, de aeroporto, de estações de
comboios ou até mesmo de autocarros. Às vezes o amor exige espera, exige
despedidas, exige regressos. Há uma novela que sempre me ficou na memória e que
me fez acreditar que aquilo que está escrito, está escrito e dê as voltas que o
mundo der, não há como mudar o que está escrito. Maktub. Sou honesto, não sei o
que estará escrito na nossa história, se tudo isto, no final vai ter um final
surpreendente. Às vezes acredito que fui vitima de um engano. Que tudo aquilo
por que tanto esperei, sofri e lutei, afinal só existiu nos meus sonhos. Se
calhar a vida que eu quero, só exista mesmo nos meus sonhos. Mas, vou deixar,
os dias decorrerem, deixar-me guiar pelos ventos e
esperar que chegue o meu dia. E nesse dia, eu vou poder deixar de ser o
aeroporto que assistiu aos teus vários regressos, e as tuas inúmeras
despedidas, e nesse dia eu vou poder abraçar o nosso final, e acreditar, que
afinal a vida tem muito mais do que estagnação, monotonia e sofrimento.
E,
este Blogue, um dia será a prova que tu poderás dar a toda a gente, que tiveste
alguém que te amou incondicionalmente. Porque amo desta forma. Aliás sempre te
amei incondicionalmente. Com os teus mil defeitos, e as tuas mil qualidades. E
foi por te amar desta forma, que estou aqui, sentado e pregado neste aeroporto,
sempre à espera, que a vida te mostre, como me mostrou a mim, que o teu lugar é
ao meu lado, e juntos quem sabe, embarquemos rumo à felicidade. Mas por agora,
só me resta esperar, e deixar acontecer…