Hoje sonhei que morreste. Foi um
sonho tão horrível, mas ao mesmo tempo tão real. Sentia-me completamente
perdido, desfeito, despedaçado, sentia-me menos que uma metade. Embora não te
tenha visto dentro do caixão, sabia que eras tu que tinhas deixado este mundo.
No sonho e agora enquanto te escrevo mais uma vez, senti-me e sinto-me
impotente. Assisti a um funeral há poucos dias. Talvez, tenha sido aí, que
percebi que a vida acaba assim. A nossa alma deixa o nosso corpo, e ele
transforma-se apenas na nossa imagem, em nada. No sonho consolei o teu pai, a
tua mãe, e era incapaz de chorar, mas por dentro sentia-me frustrado,
desgastado, pesado, tristíssimo. Sentia necessidade de gritar ao mundo inteiro
o quanto te amo, mas não sei fui incapaz de o fazer. Talvez porque como tinhas
partido, saberias de tudo aquilo que guardo só para mim. Como no sonho morreste
não precisavas das minhas palavras, nessa dimensão onde te encontrarias
conhecerias todos os meus segredos e enxergarias por fim o grande amor que
tenho por ti. Acordei com o coração pesado, com uma dor dentro de mim talvez
porque alguma coisa tenha mesmo morrido. Não o meu amor por ti, mas talvez a
nossa história. Aquela que eu escrevi sozinho, aquela que eu esperei sozinho,
aquela onde só eu amei. Não são precisas lágrimas para demonstrar que sofremos,
nesse sonho eu não chorei, mas a minha vontade era a de morrer contigo,
entendes? No sonho eu não gritei, mas dentro de mim só eu sentia a vontade
excruciante de gritar aos sete ventos que te amava, que tinha perdido a minha
vida, o meu cais, o meu destino. Com a tua morte tudo se tinha perdido. Tudo se
tinha transformado, e mais triste ainda, foi sentir através desse sonho que tu
terias morrido sem saber que eu te amava, sem nunca ter provado do sabor do teu
beijo, sem nunca te ter podido abraçado em condições, e fazer-te sentir o meu
amor. É triste, um dia, as coisas irem acabar assim como no sonho. E por isso
escrevo hoje, porque quero que saibas, ainda que saiba que nunca vais saber,
que te amo como nunca soube amar alguém, que acima de tudo estás tu, que por
muito que hoje tenha sido obrigado a afastar-me de ti, não significa que já não
te ame, mas que é insuportável para mim estar a ouvir-te constantemente a falar
de outras pessoas, é doloroso ver-te constantemente à procura do amor, e não
veres que eu estou ali, bem ao teu lado, não só agora, mas desde há muitos
anos.
Apaixonei-me por ti desde o
primeiro dia, hoje sei. Cada vez que olho para trás, sei que gosto de ti desde
sempre. Desde o início. E nem as mentiras, desilusões e mágoas constantes, me
impediram de esperar por ti estes anos todos. Nem a saudade, ausência, tristeza
e sofrimento me fizeram desistir de ti. Porque o meu amor venceu tudo,
venceu-me a mim, venceu todas as tuas atitudes constantes de desamor, venceu
todas as barreiras, só não venceu a principal: a de tu não me amares nem
olhares para mim da mesma maneira. Hoje só me apetece chorar, não porque te
amo, mas porque um dia posso morrer ou tu podes morrer como no sonho e a nossa
história ficar por viver, por sentir, por terminar, ficar sem o final feliz que
tanto quis e lutei para conquistar.
Hoje e mais do que em qualquer
outro dia, preciso urgentemente de te dizer que te amo. Talvez este blogue que
é teu e escrito para ti, não seja o suficiente, mas foi a única maneira que eu
arranjei de te manter perto e de te mostrar o meu amor. Pena é que nem deste
blogue tenhas conhecimento, mas um dia irás descobri-lo. Um dia irás sentir
todas as minhas palavras e perceberás que cada linha, cada palavra foi sentido
por ti e só por ti.
P.S.: Não quero que morras L
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