· Não foi por
falta de luta, não foi por falta de vontade, muito menos por falta de amor. Fiz
de tudo para eternizarmos, apostei todas as minhas fichas em nós dois. Fiz de
tudo para este amor dar certo, enfrentei a sorrir coisas que antes não
suportaria nem a chorar. Idealizei um futuro de sonhos para nós dois e tu não
soubeste valorizar a imensidão do meu amor.
Chegaste de mansinho, como uma brisa de
outono, mas depois de estabelecido foste como um furacão e desencaminhaste-me
completamente.
Abusaste do meu coração vulnerável e usaste-o de todas as formas
imagináveis. Brincaste de me amar, enquanto eu estava cada vez mais entregue a
ti. Parece que planejaste magoar-me desde o começo, e se foi assim, conseguiste
alcançar o teu objetivo.
Talvez eu tenha a minha parcela de culpa nessa história,
por ter-me envolvido e me deixado seduzir tão facilmente, mas tu não tinhas o
direito de brincar com um coração tão sereno quanto o meu!
Depois de tanto me
usares, levaste o teu barco, mar a fora e deixaste-me num cais. E agora, o meu coração
desconfigurado tem medo de amar, tem medo de sentir, sente dor ao sentir amor.
São resquícios de um amor bandido, são rastros do teu amor mal feito. O meu rosto
pálido revela a minha amargura interna, e o meu olhar cansado é fruto de imensas noites
mal dormidas por falta de amor, ou talvez por excesso dele.
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