Este sou eu, e estas as minhas palavras. Parte daquilo que fui, parte daquilo que sou, necessariamente parte do que serei...
Sejam bem-vindos ao meu pequeno mundo de sonhos e contradições...
Para ti, este Blogue, um dia será a prova que tu poderás dar a toda a gente, que tiveste alguém que te amou incondicionalmente.
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“Depois de passar todos estes anos a bater o pé e a perguntar
o porquê de todo o sofrimento que me causaste, eu finalmente entendi que o que
realmente valeu a pena foi o meu amor por ti. Amar-te de um jeito
incondicional, verdadeiro e meio louco, foi o que realmente importou em toda
esta história. E sim, valeu a pena amar-te. Sem este amor eu nunca saberia o
que era a sensação do coração acelerado só por te ouvir, a sensação das pernas
a tremer só por te ver a caminhar em minha direcção, a sensação de pular de
alegria só por uma mensagem de “bom-dia”, a sensação de sentir-me a voar sobre
os céus, sobre os mares e sobre a terra. Amar-te foi um presente, uma dádiva do
universo. Foi o meu mal e o meu bem.Mas sobretudo, hoje digo-o sem reservas ou
medos, amar-te verdadeiramente foi sem duvida o mais importante. Sentir o amor
dentro de mim, a invadir-me a alma, o espírito e o coração, foi o melhor que
vivi, e não importa este ter sido um amor não correspondido, porque o que eu
senti, e vivi por este amor, constrói a minha história, e um dia quando me
perguntarem: “e aí o que fizeste da vida?”, eu puderei sorrir e responder: “não
fiz grandes feitos, nem me tornei num ídolo para ninguém, mas há uma coisa que
eu fiz e que poucos conseguiram fazer: amei…”.
Excerto de um livro que escrevi, inspirado na minha história. Não fosse eu, um Autor da Minha História.
Há já algum tempo que não te
escrevo. Não porque me tenha esquecido de ti, mas porque não tenho arranjado
como e também tempo para te escrever. Estou noutro país, longe de tudo o que
conheço, longe das pessoas mais importantes da minha vida. Sou muito bem
tratado aqui, mas sabes como é, a nossa casa é sempre a nossa casa. O nosso
país é sempre o nosso país. Às vezes aqui, sinto-me como um peixe fora do seu
aquário. Hoje acordei com uma notícia muito má. Dois primos meus morreram ontem
à noite num fatídico acidente de carro. A vida tem destas coisas e a morte tem
sempre o dom da surpresa, vem sempre de onde se espera e num tempo nunca
previsto. Ambos viviam aqui, onde me encontro neste momento a escrever-te e
estavam aí em Portugal para passar as habituais férias de verão. A mulher desse
meu primo, que por sinal é a minha verdadeira prima, ainda estava cá e mal
soube da notícia arrancou logo para baixo. Sabes o que me deixou mais triste no
meio de toda esta tragédia? É a filha deles que com cinco aninhos, ficou sem o
pai. Isso sim, é esmagador. Nem quero imaginar a dor da minha prima neste
momento. De certa forma compreendo-a, visto que eu também te perdi a ti e sei o
quanto dói. Mas não nos posso comparar. Ela ia fazer daqui a uns dias seis anos
de casada, e sem contar ficou viúva.
Eu compreendo a dor dela neste
momento. Não há nada pior neste mundo do que perder o nosso grande amor. É uma
dor que põe a nossa vida de pantanas, e que vira tudo de cabeça para baixo.
Acordar todos os dias sem saber aonde se vai buscar as forças para atravessar o dia, deitar-nos com a tristeza
que a solidão nos proporciona. Imaginar um futuro belo, feliz e cheio de amor,
futuro esse que não acontecerá. Tu ainda vives, temos amigos em comum, qualquer
coisa que te aconteça acabarei por saber, mas já a minha prima, não terá essa “sorte”.
O seu amor partiu, embarcou para outra dimensão. Não mais o tocará, não mais o
beijará, não mais o ouvirá, não mais o sentirá, não mais o verá, a não ser nas
velhas fotografias dos bons momentos passados, e eu compreendo que uma
fotografia nunca é suficiente para se matar saudades de alguém que amamos,
achamos sempre pouco. A fotografia é só um papel mascarado com uma imagem. Ver
e sentir é o que nos faz sorrir, que nos faz ficar felizes, que nos faz “matar”
a saudade.
Quando te encontrei, quando
entraste na minha vida, há cinco anos atrás eu julguei ter encontrado o meu
grande amor, a minha alma gémea, e quem me lê sabe bem de tudo o que eu passei
sozinho por tão grande sentimento, e talvez por isso mesmo, hoje já não chore,
e já nem me sinta tão revoltado por tudo o que aconteceu. Acho que me fui
adaptando à minha vida e às coisas que foram acontecendo, embora te mentisse se
te dissesse que já te esqueci. É impossível já ter esquecido alguém em quem nós
pensamos todos os dias, não é?
Mas agora é diferente, penso em
ti, mas vejo-te de uma maneira diferente. Mesmo as tuas fotografias já não despertam
em mim o que despertavam dantes. O meu coração já não acelera tanto só de ver o
teu nome. Eu já não choro por ti. Eu já não penso em como seria se voltasses.
Eu já nem imagino futuro algum contigo, porque aprendi, talvez da forma mais
dolorosa e impiedosa de que não adianta planear nada, a vida tem o dom da
surpresa. E é ela quem dita os caminhos que vamos percorrer, é ela quem nos
leva aonde devemos pertencer. Por mais força que eu fizesse para ficar contigo,
eu jamais poderia vencer o destino que tão facilmente de coaduna com a vida e
os seus infindáveis mistérios. Provavelmente eu poderia passar a vida inteira a
perguntar “mas porquê?”, que não obteria resposta alguma. Há coisas que
simplesmente não têm explicação. Eu vi em ti o mundo, o grande amor da minha
vida, e se calhar até o eras, mas por alguma razão tu não viste o mesmo em mim.
Eu que sempre fiz, dei e abdiquei de tanta coisa por ti! Eu que te amei, que te
desejei, que te apoiei e que nunca te falhei nos maus momentos! Eu que lutei
pelo teu sonho, que mil vezes abdiquei da minha felicidade para te ajudar a
conquistar a tua! Eu que sempre mascarei a minha dor diante de ti para que
nunca nada te faltasse. Eu queria dar-te o mundo, e comecei por dar-te o meu
coração. Tal como a minha prima o deu ao seu marido, que infelizmente partiu. E
talvez por saber o que é dar o coração a uma pessoa que não partilha a sua vida
com a nossa, que a única coisa que temos dela é ausência, eu a compreendo e
sinto a sua dor como a minha, embora não a compare. O que ela está a passar
neste momento é sem dúvida alguma muito pior do que eu passei ao longo destes
anos. Ela perdeu-o para sempre… mas no coração dela, o marido vai estar sempre
como tu no meu: sempre lá presente, sempre a viver…